O Mistério do Buraco Negro Que Dispara ‘Balas’ de Plasma e Move o Espaço-Tempo
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (03/05) no site
“G1” do globo.com, tendo como destaque o mistério do Buraco Negro que dispara
‘Balas de Plasma e Move o Espaço-Tempo’.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
O Mistério do Buraco Negro Que Dispara ‘Balas’ de Plasma
e Move o Espaço-Tempo
'É um dos mais extraordinários sistemas de buraco negro
já encontrado', afirmou o principal autor do estudo.
Por BBC
03/05/2019 - 11h42
Atualizado há um dia
Foto: Icrar
O buraco negro dispara jatos de plasma ao sugar material
de uma estrela companheira.
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O comportamento inusitado desse buraco negro fascina e
intriga os cientistas. Chamado V404 Cygni, ele se encontra a 8 mil anos-luz de
distância da Terra.
Embora tenha sido identificado pela primeira vez em 1989,
o buraco negro chamou atenção internacional quando, após mais de duas décadas
de inatividade, despertou em 2015 se tornando o objeto mais brilhante observado
no espaço com raios-X de alta energia.
Quando astrônomos do mundo todo apontaram seus
telescópios para esse objeto celeste, descobriram um comportamento peculiar. E
os resultados, baseados em dados coletados em 2015, acabam de ser publicados na
revista científica "Nature".
"Ficamos chocados com o que vimos, foi algo
completamente inesperado", indicou Gregory Sivakoff, pesquisador da
Universidade de Alberta, no Canadá, um dos autores do estudo.
Jatos Que Oscilam
O V404 Cygni faz parte de um sistema binário, que absorve
ou aspira material de sua estrela companheira.
Ao fazer isso, ele dispara "balas" ou jatos em
alta velocidade para expelir o material.
Geralmente, esses jatos saem diretamente dos polos dos
buracos negros em uma linha perpendicular ao anel de matéria que os envolve, o
chamado disco de acreção.
Mas no caso do V404 Cygni os jatos são expelidos
rapidamente em diferentes direções e de forma curva.
Os jatos parecem girar rapidamente como nuvens de plasma
de alta velocidade, com apenas alguns minutos de intervalo.
"É um dos mais extraordinários sistemas de buraco
negro já encontrado", disse o principal autor do estudo, James
Miller-Jones, do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia da
Universidade de Curtin, na Austrália.
Girando Como Um Pião
O disco de acreção do buraco negro tem 10 milhões de
quilômetros de diâmetro, e a mecânica deste disco é responsável pelo inusitado
comportamento do jato.
Em geral, se espera que o disco gire no mesmo eixo que o
buraco negro - mas não foi o que aconteceu desta vez.
"O que é diferente no caso do V404 Cygni é que
acreditamos que o disco de matéria e o buraco negro estão desalinhados",
explica Miller-Jones.
"Aparentemente isso está fazendo com que o interior
do disco gire como um pião que está perdendo velocidade, e que emite jatos em
diferentes direções, à medida que muda sua orientação."
Quando o V404 Cygni despertou em 2015, uma grande
quantidade de matéria circundante caiu dentro do buraco negro ao mesmo tempo,
então a taxa de acreção ou queda de matéria no buraco aumentou temporariamente
e fez com que a energia disparasse.
A pesquisa se baseou em observações do Very Long Baseline
Array (VLBA), um radiotelescópio formado por dez antenas localizadas em
diferentes enclaves dos Estados Unidos.
Também foram utilizados dados do observatório integral de
alta energia da Agência Espacial Europeia (ESA).
Arrasto de Espaço-Tempo
Os cientistas investigam as causas do inusitado
desalinhamento entre o buraco negro e o disco de matéria que o rodeia.
Uma das possibilidades é que o eixo de rotação do buraco
negro tenha sido inclinado por um impacto durante a explosão estelar que o
criou.
A mudança no eixo de rotação se deveria também a um
fenômeno chamado efeito de arrasto de referenciais (frame dragging, em inglês),
previsto por Albert Einstein em sua teoria da relatividade geral.
Foto: Icrar
O interior do disco gira como um pião que está perdendo
velocidade e emite jatos em diferentes direções.
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Ao girar, o campo gravitacional rotatório do buraco negro
é tão intenso que arrasta o espaço-tempo em seu entorno.
A constatação, segundo os autores do estudo, amplia nosso
conhecimento sobre a formação de buracos negros - e, como destaca Sivakoff,
"nos dá um pouco mais de informação sobre a grande questão: como
conquistamos nosso lugar no Universo?"
Fonte: Site “G1” do globo.com - 03/05/2019
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