De Olho em Rússia e China, EUA Investem em Míssil Hipersônico
Olá leitor!
Segue abaixo uma
interessante matéria publicada hoje (14/05) no site do jornal “Folha de São
Paulo” destacando que de olho na Rússia e na China, os EUA esta investindo em Míssil Hipersônico.
Duda Falcão
MUNDO
De Olho em
Rússia e China, EUA Investem em Míssil Hipersônico
País quer verba
57% maior para armamento cinco vezes mais rápido que o som
Por João
Perassolo
Folha de São Paulo
Edição Impressa
14.mai.2019 às
2h00
SÃO PAULO - Para
se equiparar a Rússia e China num campo da corrida armamentista em que estão atrás, os EUA estão voltando a
investir de maneira regular no desenvolvimento de mísseis hipersônicos, a arma
militar mais veloz que existe.
O Pentágono
pediu ao Congresso americano que aloque US$ 2,6 bilhões em 2020 para o
desenvolvimento de equipamentos do tipo, que ficarão disponíveis para a Força
Aérea, o Exército e a Marinha.
Foto: NASA
A aeronave norte-americana X-15 , primeiro modelo desenvolvido
pelos EUA, em 1959.
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Trata-se de um
aumento de 57% em relação à verba de 2018.
Além disso, devem ser destinados US$ 2 bilhões anualmente para a área até 2024.
O pedido de
aumento dos investimentos ocorre poucos meses depois de o presidente russo, Vladimir Putin, divulgar
experimentos bem-sucedidos com o foguete
Tsirkon.
Testado nos
últimos quatro anos, o projétil voa quase nove vezes mais rápido do que a
velocidade do som, chegando a 11,1 mil km/h, podendo destruir alvos na terra e
no mar a uma distância de até mil quilômetros. O Tsirkon deve entrar no arsenal
de Moscou a partir de 2022.
Em paralelo, a
China tem vários projetos do tipo em andamento. Um deles é a aeronave
hipersônica Starry Sky-2, que atinge 7.404 km/h, pode mudar de direção no meio
do voo e está apto a carregar explosivos tradicionais ou nucleares.
TRAJETÓRIA DE MISSEIS
* Armas nunca usadas em guerras. |
Com capacidade
para viajar milhares de quilômetros a partir da costa chinesa, ameaçando
porta-aviões e bases militares, o Starry Sky-2 deve estar concluído em 2024.
Para ganhar a
alcunha hipersônica, um veículo ou um projétil precisa viajar pelo menos cinco
vezes mais rápido do que a velocidade do som —1.234 km/h. Como comparação, um avião
comercial voa a 890 km/h.
Logo,
hipersônicos são mais velozes do que qualquer outro armamento, de acordo com
Iain Boyd, professor de engenharia aeroespacial da Universidade de Michigan e
pesquisador da tecnologia para o governo americano.
Armas
hipersônicas podem manobrar no meio de sua trajetória, diferentemente de
mísseis balísticos tradicionais, que têm um caminho definido até o alvo no
momento em que são lançados.
A trajetória
variável somada à altíssima velocidade torna os foguetes hipersônicos difíceis
de serem identificados por radares e, consequentemente, de serem derrubados
—razão pela qual são uma das armas militares “do futuro”, diz Boyd.
Atualmente,
segundo o professor, os EUA não tem a tecnologia necessária para se defender
desses mísseis. Do orçamento de US$ 2,6 bilhões pedido para 2020, cerca de US$
175 milhões estão previstos para serem usados no desenvolvimento de soluções de
defesa contra armamentos hipersônicos. O valor é mais que o dobro da verba de
2018 (US$ 63 milhões).
Outra razão para
a retomada dos investimentos de Washington no setor é “orgulho nacional”,
afirma Boyd.
“Ter liderado
uma área por décadas e então ser ultrapassado perto da conclusão dos projetos
não é um sentimento bom. China e Rússia assistiram ao que estávamos fazendo, se
basearam no nosso conhecimento e então decidiram construir os mísseis.”
O interesse
norte-americano nos hipersônicos teve idas e vindas. No final dos anos 1950, o
país investiu em pesquisas na área, mas “falhou em compreender os benefícios
militares desses veículos”, afirma Boyd. “O país não tinha planos de
desenvolver mísseis reais depois que os testes estavam completos.”
Apesar de, até
hoje, os hipersônicos nunca terem entrado para o arsenal americano, eles foram
usados como instrumento de pesquisa para a exploração espacial da segunda
metade do século 20, a exemplo do modelo X-15, que voava no limite entre a atmosfera
da Terra e o espaço com velocidade seis vezes mais rápida do que o som.
Em fevereiro, um
mês após o Kremlin divulgar os testes bem-sucedidos com o Tsirkon, o presidente
Donald Trump retirou
os Estados Unidos de um importante acordo de desarmamento com a Rússia, o
Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês).
O republicano
acusou os russos de violarem o tratado por supostamente testarem mísseis
vetados pelo documento —Moscou nega. Vigente desde 1987, o INF marcou o fim da
Guerra Fria e foi responsável por banir 1.846 foguetes com capacidade nuclear
da então União Soviética e 846 dos EUA.
Boyd confirma
que há “alguma relação” entre a saída de Washington do acordo e o atual foco
nas pesquisas de armas de altíssima velocidade.
“Parte do
desafio para os EUA com o INF era o fato de que a China não era signatária.
Então, eles estavam livres para desenvolverem quaisquer armas que quiserem,
incluindo as hipersônicas, que eram banidas pelo acordo.”
Como Rússia e
China estão na dianteira, Boyd diz que os EUA e seus aliados terão que
desenvolver a capacidade de defesa. “A melhor maneira de entender uma arma dos oponentes
é construí-la você mesmo.
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo – 14/05/2019
Comentário: Bom
leitor, eu particularmente acho essa corrida insana, muito perigosa, e sem sentido. Esses povos deveriam estar trabalhando juntos em prol da raça humana e não fazendo o caminho inverso, mas é um
fato, está ocorrendo e o Governo Brasileiro precisa ficar muito atento a isso. É
aí que entra em jogo a participação efetiva e competente de nossa jovem Comunidade Hipersônica (neste momento em Natal debatendo o setor) liderada pelo
IEAv e pelo núcleo existente na UFRN. Além disso, e não só por esta questão, se
faz necessária a qualificação de nossos órgãos de inteligência e contra-inteligência
pois a participação deles será de fundamental importância não só para esta área
de hipersônica, bem como na área espacial como um todo e a de Defesa. Já passou
da hora de amadurecermos como nação. Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor Rui Botelho pelo envio desta notícia.
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