SOS Mata Atlântica e INPE Lançam Novos Dados do Atlas do Bioma
Caro leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (23/05) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que SOS
Mata Atlântica e INPE lançam novos Dados do Atlas do Bioma.
Duda Falcão
NOTÍCIA
SOS Mata Atlântica e INPE Lançam Novos Dados do Atlas do
Bioma
Por
INPE
Publicado: Mai 23, 2019
São José dos Campos-SP, 23 de maio de 2019
O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu
9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido
o menor registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa
da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), que monitora o bioma desde 1985.
O relatório aponta que no último ano foram destruídos
11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3
hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de
12.562 hectares (125 Km²).
Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero,
com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São eles: Ceará (7 ha),
Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito
Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe
(98 ha). Outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul
(140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha).
Ieda Del’Arco Sanches, pesquisadora e coordenadora
técnica do estudo pelo INPE, ressalta que após o aumento do desmatamento em
2015-2016, que atingiu 29.075 ha, o desmatamento decresceu nos dois últimos
anos (12.562 ha em 2016-2017 e 11.399 ha em 2017-2018), apresentando os menores
índices já registrados desde o início do monitoramento do Atlas.
“Interessante notar que desde o período 2010-2011, quando
o mapeamento começou a ser feito anualmente, essa é a primeira vez que o
desmatamento diminuiu em dois anos consecutivos. O quadro é bastante promissor,
mas é preciso manter o ritmo no combate ao desmatamento para não
retroceder", diz a pesquisadora do INPE.
Marcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata
Atlântica, destaca que o resultado positivo tem relação com ações afirmativas
de monitoramento sistemático e combate ao desmatamento empenhadas por órgãos
ambientais estaduais, polícia ambiental, Ministério Público e Ibama nos últimos
anos.
"Esses dados comprovam como o acompanhamento da
sociedade civil e investimentos dos governos no cumprimento da Lei da Mata
Atlântica, por meio dos órgãos de conservação, fiscalização e controle, trazem
resultados concretos. Este tipo de ação precisa ter continuidade", observa
Hirota. Vale ressaltar que a Mata Atlântica é o único bioma brasileiro com uma
lei específica.
Apesar dos resultados positivos desta edição do Atlas da
Mata Atlântica, cinco estados ainda mantém altos índices de desmatamento: Minas
Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e
Santa Catarina (905 ha).
Confira o ranking de desmatamentos entre 2017-18, em
hectares:
UF
|
Área UF
|
UF na Lei
|
% na Lei
|
Mata 2018
|
% Mata 2018
|
Desmatamento 17-18
|
Variação
|
Desmatamento 16-17
|
MG
|
58.651.979
|
27.622.623
|
47%
|
2.829.026
|
10,20%
|
3.379
|
8%
|
3.128
|
PI
|
25.157.775
|
2.661.841
|
11%
|
901.787
|
33,90%
|
2.100
|
42%
|
1.478
|
PR
|
19.930.768
|
19.637.895
|
99%
|
2.322.682
|
11,80%
|
2.049
|
25%
|
1.643
|
BA
|
56.473.404
|
17.988.595
|
32%
|
2.004.746
|
11,10%
|
1.985
|
-51%
|
4.050
|
SC
|
9.573.618
|
9.573.618
|
100%
|
2.189.122
|
22,90%
|
905
|
52%
|
595
|
GO
|
34.011.087
|
1.190.184
|
3%
|
30.172
|
2,50%
|
289
|
75%
|
165
|
RS
|
26.876.641
|
13.857.127
|
52%
|
1.092.336
|
7,90%
|
171
|
-15%
|
201
|
MS
|
35.714.473
|
6.386.441
|
18%
|
712.374
|
11,20%
|
140
|
21%
|
116
|
SE
|
2.191.508
|
1.019.753
|
47%
|
69.901
|
6,90%
|
98
|
-71%
|
340
|
SP
|
24.822.624
|
17.072.755
|
69%
|
2.344.483
|
13,70%
|
96
|
6%
|
90
|
PE
|
9.815.022
|
1.690.563
|
17%
|
198.346
|
11,70%
|
90
|
-75%
|
354
|
PB
|
5.646.963
|
599.487
|
11%
|
54.982
|
9,20%
|
33
|
-47%
|
63
|
ES
|
4.609.503
|
4.609.503
|
100%
|
483.087
|
10,50%
|
19
|
316%
|
5
|
RJ
|
4.377.783
|
4.377.783
|
100%
|
820.164
|
18,70%
|
18
|
-64%
|
49
|
RN
|
5.281.123
|
350.994
|
7%
|
12.041
|
3,40%
|
13
|
-44%
|
23
|
AL
|
2.777.724
|
1.524.618
|
55%
|
140.659
|
9,20%
|
8
|
-97%
|
259
|
CE
|
14.892.047
|
866.120
|
6%
|
64.064
|
7,40%
|
7
|
56%
|
5
|
16.269.972
|
12,40%
|
11.399
|
-9,30%
|
12.562
|
O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões
de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata
Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma.
O estudo fundamenta-se na identificação de remanescentes
florestais em estágios primário, médio e avançado de regeneração com ao menos 3
hectares de área contínua bem preservada, que são essenciais à conservação da
biodiversidade no longo prazo. Sendo assim, florestas nativas menores de 3
hectares, áreas muito alteradas, ou em regeneração, e pequenas manchas,
especialmente no espaço urbano, não são contabilizadas. Esta área mínima de 3
hectares também justifica-se pela necessidade de manter a compatibilidade com
os dados históricos que permitem a comparação e monitoramento das alterações
dos fragmentos florestais ao longo do tempo. O estudo tem patrocínio de
Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan.
O Bioma
A Mata Atlântica é uma das florestas mais ricas em
diversidade de espécies e ameaçadas do planeta. O bioma abrange área de cerca
de 15% do total do território brasileiro, o que inclui 17 Estados (Alagoas,
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe), dos quais 14 são costeiros. Hoje,
restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente e, desses
remanescentes, 80% estão em áreas privadas.
Ela é a casa da maioria dos brasileiros, abriga cerca de
72% da população, sete das nove maiores bacias hidrográficas do país e três dos
maiores centros urbanos do continente sul americano. E a floresta possibilita
atividades essenciais para a nossa economia – como a agricultura, a pesca, a
geração de energia, o turismo e o lazer.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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