A Nova Corrida dos EUA Para Ir à Lua Com a Força de Empresários Bilionários
Olá leitor!
Segue abaixo um
artigo postado ontem (19/05) no site do jornal “El País Brasil”, tendo como
tema a nova corrida dos EUA à Lua que contará com a força dos Bilionários Americanos.
Duda Falcão
CIÊNCIA
A Nova Corrida
dos EUA Para Ir à Lua Com a Força de Empresários Bilionários
Objetivo de
Trump de enviar norte-americanos à Lua antes de 2024 e a concorrência entre
empreendedores animam o efervescente setor de viagens ao espaço
Por PABLO GUIMÓN
El País Brasil
19 MAI 2019 -
18:14 CEST
Joe
Raedle - Getty Images
Ártemis. Irmã de
Apolo, deusa da Lua. Ninguém poderá acusar a NASA de falta de imaginação no momento de
alimentar a paixão dos fãs do espaço. Não tem muito mais a oferecer desde que
abandonou seu programa Shuttle em 2011 e aceitou a humilhação de enviar seus
astronautas à Estação Espacial Internacional (EEI)
com custosas passagens para o Soyuz pagas ao outrora arqui-inimigo galáctico
russo.
A agência
espacial norte-americana recorreu à deusa das terras selvagens na mitologia
grega, gêmea do deus que deu nome ao mítico programa que levou o primeiro homem
à Lua há 50 anos, para batizar sua missão de voltar a levar norte-americanos ao
satélite terrestre. “Estamos emocionados de enviar a primeira mulher e o
próximo homem à superfície lunar antes de 2024”, publicou no Twitter na
terça-feira Jim Bridenstine, administrador da NASA.
Aproveitando a
ocasião, Bridenstine solicitou ao Congresso um bilhão de dólares (4 bilhões de
reais) de orçamento adicional para tornar realidade o desejo da Administração Trump, expressado em março pelo vice-presidente
Mike Pence, de adiantar em quatro anos o objetivo inicial de levar americanos à
Lua em 2028, dando assim a Donald Trump um glorioso epílogo a um eventual
segundo mandato. Não contente com isso, o insaciável ego do republicano o levou
a atualizar seu orçamento, via Twitter, com 1,6 bilhão de dólares (6,5 bilhões
de reais) para “voltar à Lua, e depois a Marte” durante sua presidência. Agora
será o Congresso que decidirá se aprova esses gastos, à custa de um programa de
bolsas estudantis.
Para atingir seu
objetivo a NASA conta com as empresas privadas, menos sujeitas aos vaivéns que
atrasaram a corrida espacial pública, de uma Administração a outra, nas últimas
décadas. Jeff Bezos, o homem
mais rico do mundo, fundador da Amazon e da empresa espacial Blue Origin, se
adiantou em uma semana à oferta da NASA, apresentando uma maquete de nave que
afirma estar em condições de enviar astronautas à Lua em 2024. “Oh, não hesite,
Jeff”, lhe respondeu pelo Twitter, acompanhado de um emoticon de piscada de
olho, o também bilionário Elon Musk, chefe da Tesla e da SpaceX, que há duas semanas lançou com sucesso da
Flórida a 17° missão de seu contrato de abastecimento com a NASA. Um foguete
reutilizável Falcon, que aterrissou de pé em um barco não tripulado após
colocar em órbita uma cápsula Dragon Cargo, que se acoplou à EEI para levar aos
astronautas material científico e provisões. No ano que vem planeja levar e
trazer os próprios astronautas. Meta em que disputa quase paralelamente com
outro competidor, a ULA, consórcio da Boeing e Lockheed Martin, que já realizou
120 lançamentos desde 2006.
A corrida
espacial privada atravessa tempos de entusiasmo inusitado. No final de 2015, a
SpaceX e a Blue Origin lançaram pela primeira vez, com um mês de diferença,
foguetes que depois aterrissaram com sucesso verticalmente para poder ser
reutilizados. Voar ao espaço é agora, portanto, mais barato. Por trás do
discurso altruísta com o qual vestem suas operações, todos sabem que também
existem extraordinárias possibilidades de negócio para quem pode se
permitir estar aí.
Por trás do
discurso altruísta existem
grandes
possibilidadesde negócio. Os
empreendedores
espaciais compartilham
megalomania e
paixão
Os empreendedores
espaciais compartilham a megalomania e a paixão. Mas diferem em suas visões a
longo prazo, que vão desde o projeto orientado ao turismo espacial de Richard Branson, à colonização de Marte pretendida por
Musk, como seguro de vida diante das sombrias perspectivas da Terra, e a ideia
de Bezos de expandir a civilização ao espaço, mas não em planetas e sim em
plataformas construídas pelo homem.
A sociedade não
parece compartilhar a urgência em avançar na exploração do espaço, pelo menos
não com seu dinheiro. 60% dos norte-americanos, de acordo com uma pesquisa do
ano passado, acham que a NASA deve focar em monitorar o clima e detectar
meteoritos que possam se chocar com a Terra. Somente 18% e 13%,
respectivamente, defendem que a prioridade deve ser levar humanos à Lua e
Marte.
“Escolhemos ir à
Lua não porque é fácil, mas porque é difícil”, disse o presidente Kennedy em
seu famoso discurso de 1962, para conseguir apoio popular ao programa Apolo.
Hoje são os novos empreendedores do espaço, ricos e visionários, os
encarregados de dar sedução a Ártemis.
Competir e Cooperar
A nova corrida
espacial é mais complexa do que a velha competição da Guerra Fria entre os
Estados Unidos e a União Soviética. Agora existem novos agentes privados, por
sua vez competidores e colaboradores entre si e com as agências, cada um com
seus próprios planos que frequentemente vão além dos das agências. A NASA
trabalha em seu próprio foguete, o poderoso SLS, mas ao mesmo tempo pode
aprender com os avanços das empresas privadas e contratar com elas. “Da mesma
forma que a Darpa (Agência de Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa) serviu
de ímpeto inicial para a Internet e cobriu muitos dos custos do desenvolvimento
da rede em seu início, pode ser que a NASA tenha feito essencialmente o mesmo
ao financiar as tecnologias fundamentais”, disse Elon Musk, um ano após lançar
o SpaceX em 2002. “Ao trazer ao setor comercial, poderemos ver a mesma
dramática aceleração que vimos na Internet”.
Fonte: Site do Jornal
El país Brasil- 19/05/2018 - https://brasil.elpais.com
Comentário: Pois
é leitor, era o que os grandes empresários brasileiros deveriam e poderiam está
fazendo, investindo e financiando as startups espaciais do país a atingirem
seus objetivos, mas lhes faltam visão, e certamente no futuro chegarão com grande atraso e
como meros coadjuvantes neste mercado. A humanidade caminha para o espaço e
sinceramente temo muito pela sociedade brasileira e sua cultura, até mesmo pela
língua portuguesa que a seguir por este caminho deverão desaparecer, suplantadas
pela pujança das nações que dominarão o universo que estamos inseridos. Uma nação
que não tem como base a formação cidadã tendo a educação de qualidade e a C&T como seus carros chefes, jamais será exitosa e certamente desaparecerá, tornando-se
uma terra de ninguém, onde os criminosos se matarão uns aos outros. Triste mas felizmente não estarei mais por aqui pra presenciar este desatino.
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