Satélites da SpaceX Que Fornecerão Internet do Espaço Preocupam Astrônomos
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (29/05) no site
“G1” do globo.com, destacando que os Satélites
da SpaceX que fornecerão internet do espaço está preocupando astrônomos.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
Satélites da SpaceX Que Fornecerão Internet do Espaço
Preocupam Astrônomos
Brilho intenso dos dispositivos, que voam a altura menor
do que os satélites tradicionais, pode prejudicar a observação do espaço.
Por G1
29/05/2019 - 16h44
Atualizado há 23 horas
Parecia uma cena de um filme de ficção científica: na
Holanda, o astrônomo Marco Langbroek registrou, no último fim de semana, uma
imagem noturna de uma fileira de satélites da SpaceX que
passam no céu. Chamou atenção o brilho intenso dos satélites.
Foto: Marco Langbroek / AFP
Starlink, satélites da SpaceX que irão oferecer internet,
são vistos a olho nu na Holanda.
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Mas a novidade preocupa astrônomos: o conjunto de
satélites — atualmente com 60 aparelhos, mas que aspira chegar a 12.000
satélites para prover internet ao redor do mundo — poderia ameaçar a visão
noturna do cosmos e complicar a exploração científica.
O lançamento
foi acompanhado no mundo todo e é parte de um projeto chamado
Starlink, cujo objetivo é prover internet a partir do espaço. Elon Musk, que
também é dono da montadora de carros elétricos Tesla, é quem está por trás da
empresa espacial.
O problema é que está começando a ficar claro que os
satélites são fáceis de observar a olho nu. Isso significa uma nova dificuldade
para os pesquisadores, que já têm que encontrar soluções para lidar com os
objetos luminosos que saturam imagens do espaço e dificultam o estudo da
astronomia.
VIDEO! Prepare to be mind-blown!— Dr Marco Langbroek (@Marco_Langbroek) 24 de maio de 2019
The train of @SpaceX #Starlink satellites passing over Leiden, the Netherlands, some 25 minutes ago. Camera: WATEC 902H with Canon FD 1.8/50 mm lens. I was shouting when they entered FOV!@elonmusk https://t.co/xChLDH32uk
"As pessoas estão fazendo extrapolações de que se
estes satélites, nestas novas mega constelações, tenham esse brilho estável, em
20 anos ou menos, por uma boa parte da noite veremos mais satélites que
estrelas em qualquer lugar do mundo", disse Bill Keel, astrônomo da
Universidade do Alabama, à AFP.
A Starlink começará a funcionar assim que forem ativados
800 satélites, o que exigirá uma dúzia de lançamentos além do que já aconteceu.
"Acredito que dentro de um ano e meio, talvez dois, se as coisas forem
bem, é provável que SpaceX tenha mais satélites em órbita que todos os demais
satélites combinados", disse Musk na semana passada.
A SpaceX, de Elon Musk, é só uma das muitas companhias
que buscam entrar no negócio de fornecimento da internet a partir do espaço.
Desde que foram vistos na Holanda, o brilho dos satélites
diminuiu, pois a trajetória se estabilizou e os aparelhos continuaram a subida
até a posição final, a uma altura de 550 quilômetros. Mas isso não dissipou
totalmente as preocupações dos cientistas sobre o que virá depois.
Foto: Malcolm Denemark/AP
Falcon 9 da SpaceX é lançado com 60 satélites no Cabo
Canaveral, na Flórida, na quinta (23).
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Atualmente há 2.100 satélites ativos orbitando nosso
planeta, segundo a Associação da Indústria de Satélites. Se forem somados
12.000 só por parte da SpaceX, logo "serão centenas sobre o
horizonte", disse Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard
Smithsonian.
Para ele, o problema se potencializará em certos momentos
do ano. "Definitivamente causará problemas para alguns tipos de observação
astronômica profissional", disse ele à AFP.
Respostas Contraditórias
Musk respondeu ao debate nas redes sociais com mensagens
contraditórias, prometendo que vai buscar formas de reduzir o brilho dos
satélites. O executivo também afirmou que os aparelhos terão "0% de
impacto nos avanços da astronomia".
Também disse que prover "bilhões de pessoas
economicamente desfavorecidas" com acesso à internet de alta velocidade
através de sua rede "é o maior benefício".
Keel considerou positivo que Musk tenha se oferecido para
buscar formas de reduzir a reflexibilidade dos futuros satélites, mas
questionou que ele não tenha antecipado o problema.
Se os astrônomos estão preocupados, seus colegas da
radioastronomia, que dependem das ondas eletromagnéticas emitidas pelos objetos
celestes para examinar fenômenos — como a primeira imagem
do buraco negro revelada no mês passado — estão "quase
desesperados", acrescentou.
Os operadores de satélites são conhecidos por não fazer o
suficiente para proteger suas "emissões laterais", que podem
interferir com as faixas de observação que os radioastrônomos estão buscando.
"Há muitas razões para se unir a nossos colegas de
radioastronomia para pedir uma resposta", disse Keel. "Não é só salvaguardar
nossos interesses profissionais mas, na medida do possível, proteger o céu
noturno para a humanidade".
Fonte: Site “G1” do globo.com - 29/05/2019
Comentário: Pois é, olha aí.
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