Astrônomos Brasileiros Descrevem Anel do Planeta Anão Haumea
Olá leitor!
Segue abaixo uma noticia postada hoje (08/05) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que Astrônomos Brasileiros descrevem Anel do Planeta Anão
Haumea.
Duda Falcão
PLANTÃO
Astrônomos Brasileiros Descrevem Anel do Planeta Anão
Haumea
Com informações da Agência Fapesp
08/05/2019
Imagem: NASA
Por meio de simulações computacionais pesquisadores
desvendam detalhes desse objeto do Sistema Solar localizado além da órbita de
Plutão, no Cinturão de Kuiper.
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Planeta Anão Com Anel
Observado pela primeira vez em 2004, Haumea é
um planeta anão localizado além da órbita de Plutão, em uma região do Sistema
Solar chamada de Cinturão de Kuiper. Foi por causa da descoberta desse e de
outros planetas anões que, em 2006, Plutão foi oficialmente desbancado da
categoria de planeta.
Uma curiosidade que chamou a atenção de astrônomos
brasileiros é que o pequeno corpo celeste possui um tênue anel.
"A descoberta foi feita por ocultação. O brilho da
estrela foi observado da Terra e diminuiu quando Haumea passou na frente. Isso
permitiu obter informações sobre o formato do planeta anão," conta o
professor Othon Cabo Winter, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de
Guaratinguetá. "Mas o brilho da estrela também diminuiu quando o anel
passou em sua frente, permitindo, assim, que os pesquisadores obtivessem
informações sobre o anel."
Os pesquisadores que descobriram o anel de Haumea em 2017 chegaram a
sugerir que ele ocuparia uma órbita muito próxima à chamada região de
ressonância 1 para 3 (1:3) - a cada três giros completos que o planeta anão dá
em torno do próprio eixo, as partículas que formam o anel completam uma órbita
ao redor dele.
Haumea tem diâmetro de 1.456 quilômetros, menos da metade
de Marte, e possui formato oval, sendo duas vezes mais longo
do que largo. Leva 284 anos para completar uma volta em torno do Sol. O planeta
anão fica tão distante, e a radiação solar que lá chega é tão rarefeita, que a
temperatura na superfície é de 223°C negativos.
Por ter sido detectado pelas lentes dos observatórios
gigantes instalados no cume do vulcão extinto Mauna Kea, no Havaí, seus
descobridores o batizaram com o nome da deusa da fertilidade da mitologia
havaiana. O planeta anão possui duas luas: Namaka e Hi'iaka, as filhas da deusa
Haumea.
Órbita Excêntrica
Um novo estudo feito pela equipe brasileira mostrou agora
ser necessária uma certa excentricidade (medida que representa o afastamento de
uma órbita da forma circular) para que a tal ressonância atuasse sobre as
partículas do anel.
Segundo Winter, o fato de o anel ser estreito e
praticamente circular inviabiliza a atuação dessa ressonância. Em contrapartida,
o grupo identificou um tipo peculiar de órbitas periódicas (que se repetem de
maneira idêntica) estáveis e quase circulares, na mesma região onde se localiza
o anel de Haumea.
Como os anéis são muito tênues e estão distantes demais -
a distância média de Haumea em relação ao Sol é 43 vezes maior do que a
distância da Terra ao Sol - não é possível observá-los com os telescópios
atuais.
"Nosso estudo não é observacional. Não observamos
diretamente os anéis. Ninguém jamais o fez," disse Winter. "Nosso estudo
é inteiramente computacional. Foi a partir de simulações com os dados obtidos
que chegamos à conclusão de que o anel não se encontra naquela região do espaço
devido à ressonância 1:3, mas sim devido a uma família de órbitas periódicas
estáveis."
Ilhas de Estabilidade
Os pesquisadores usaram o método de Superfície de Seção
de Poincaré para explorar a dinâmica na região em que se localiza o anel. Com a
simulação da evolução das trajetórias das partículas na região, foram gerados
em computador gráficos (seções) que mostram visualmente as regiões de
estabilidade representadas por ilhas (curvas fechadas), enquanto as regiões
instáveis aparecem como uma distribuição de pontos dispostos irregularmente.
As ilhas de estabilidade que foram identificadas em consequência
da ressonância 1:3 têm trajetórias muito excêntricas, mais do que seria
compatível com o anel estreito e circular.
"Por outro lado, identificamos ilhas de estabilidade
na mesma região, mas com trajetórias de baixa excentricidade, compatíveis com o
anel. Essas ilhas foram identificadas por causa de uma família de órbitas
periódicas", disse Winter.
Bibliografia:
On the location of the ring around the dwarf planet Haumea
Othon Cabo Winter, Gabriel Borderes Motta, Taís Ribeiro
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 484, Issue 3, Pages 3765-3771
DOI: 10.1093/mnras/stz246
Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/
Comentário: Pois é, mais uma conquista da Comunidade Astronômica
Brasileira, Sensacional.
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