Cientistas Conseguem Desvendar 'Ladrão' da Água de Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (22/05) no site
do Sputnik News Brasil destacando que pesquisadores da Rússia e de outros
países conseguem desvendar o 'ladrão' da água de Marte.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Cientistas Conseguem Desvendar 'Ladrão' da Água de Marte
Sputnik News Brasil
22/05/2019 - 09:31
CC BY-SA 3.0 IGO /
ESA/DLR/FU Berlim / Vista
de antiga rede fluvial em Marte
Pesquisadores da Rússia e outros países revelam por que a
água de Marte está desaparecendo da atmosfera do planeta. Os resultados das
pesquisas foram publicados em uma revista científica.
Dados da sonda MAVEN e do telescópio espacial Hubble
ajudaram os cientistas da Rússia e outros países a esclarecer por que a água da
atmosfera de Marte desaparece e qual é o papel do Sol nesse processo. As
conclusões dos pesquisadores foram publicadas na Geophysical Research Letters.
"O Sol funciona como uma bomba que, ficando ligada
de dia, ajuda a água a superar uma altura de 60 quilômetros acima da superfície
de Marte. Durante as tormentas de poeira, a concentração de umidade no ar e a
velocidade dos fluxos atmosféricos é maior, por isso, nessas condições, o Sol é
capaz de elevar a água ainda mais", disse o pesquisador russo Dmitry
Shaposhnikov.
Ultimamente, os cientistas têm encontrado muitos indícios
que muito tempo atrás na superfície de Marte existiam rios, lagos e oceanos de
água contendo quase o mesmo volume que tem o oceano Ártico. Entretanto, há
pesquisadores que consideram que naquele tempo Marte também podia ser demasiado
frio para os oceanos existirem lá permanentemente e que poderia haver água no
estado líquido apenas durante erupções vulcânicas.
Recentes observações de Marte, usando telescópios
terrestres, provaram que durante os últimos 3,7 bilhões de anos o planeta
perdeu um oceano inteiro de água que era bastante para cobrir a superfície de
Marte com uma espessura de 140 metros. Atualmente, os cientistas estão tentando
esclarecer para onde essa água desapareceu.
Hoje em dia, essa questão está sendo estudada por
dois aparelhos em Marte: a sonda estadunidense MAVEN, que alcançou a órbita de
Marte há cinco anos, e o aparelho russo-europeu ExoMars-TGO, que pesquisa a
atmosfera de Marte há mais de um ano.
Segundo Shaposhnikov, logo que o primeiro aparelho chegou
ao planeta foram descobertos vários fenômenos estranhos, particularmente os
sensores da MAVEN detectaram grandes quantidades de hidrogênio e outros
vestígios de água nos estratos superiores da atmosfera do planeta, onde os
pesquisadores não os esperavam encontrar.
Além disso, eles registraram mudanças bruscas na sua
concentração no início do inverno e do verão, o que também foi uma grande
surpresa para os cientistas, que consideravam que a água "fugia" de
Marte com uma velocidade regular.
A camada de ar de Marte tem muito pouca densidade, por
isso a água só lá pode existir na forma de microcristais de gelo. Apesar de seu
pequeno tamanho, eles seriam pesados demais para que os fracos fluxos de ar
pudessem os elevar até à altura de mais de 60 quilômetros, onde os sensores da
MAVEN registraram a grande quantidade de hidrogênio.
Shaposhnikov e seus colegas esclareceram que esse
fenômeno acontece durante o solstício de verão no hemisfério sul e durante as
tormentas de poeira. Eles relacionaram isso com uma particularidade única de
Marte que se parece com as marés causadas na Terra pela Lua.
A interação gravitacional entre a Terra e a Lua
influencia não só os oceanos da Terra, mas também a atmosfera, forçando as
camadas de ar a se comprimirem e se distenderem quando se aproximam e afastam
da Lua.
Um processo semelhante acontece na atmosfera de Marte,
onde é o Sol que comprime diretamente as camadas de ar de Marte. Quanto mais
perto Marte se aproxima do Sol, mais a atmosfera dele é afetada pelo astro, que
ajuda as nuvens de cristais de gelo a se elevarem a alturas maiores nas regiões
polares do planeta, onde os fluxos de ar ascendentes se movem mais rapidamente.
Esse processo se intensifica bruscamente durante as
tormentas de poeira, porque as partículas de pó aumentam a capacidade da luz
solar aquecer a atmosfera de Marte e ajudam à condensação da água, que forma
cristais de gelo que são capazes de subir a alturas consideráveis.
Usando essas ideias, os cientistas criaram um novo modelo
do clima de Marte, considerando a influência do Sol e da poeira na circulação
de água na atmosfera.
"O novo modelo se conjuga bem com as observações.
Estamos aguardando impacientemente os dados do sistema espectrométrico russo
ACS a bordo da sonda ExoMars: as capacidades dela são muito mais amplas que as
da aparelhagem da MRO, em cujos dados nos baseamos", concluiu Aleksandr
Rodin, chefe do laboratório.
Fonte: Site Sputniknews Brasil - http://br.sputniknews.com/
Comentários
Postar um comentário