Militares Reclamam da Penúria da Aeronáutica
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada dia (27/07) no site do jornal “O Globo” destacando que os
militares reclamando da penúria da Aeronáutica e dificuldade pata tocar
projetos.
Duda Falcão
PAÍS
Militares Reclamam da Penúria da
Aeronáutica e Dificuldade para Tocar Projetos
Enquanto é obrigada a transportar autoridades,
FAB sofre com
material obsoleto e falta de treinamentos
André de Souza,
Evandro Éboli e Juliana Castro
Publicado: 27/07/13
- 18h00
Atualizado: 27/07/13
- 20h58
Johnson Barros / Agência O Globo
O caça Mirage, da FAB |
RIO e BRASÍLIA — Enquanto políticos se esbaldam em
jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB), a Aeronáutica passa por delicada
situação financeira, com dificuldade para tocar seus projetos. O relatório de
Gestão do Comando da Força traz reclamações sobre a verba do Orçamento da União
destinada ao setor em 2012. Sem falar explicitamente em sucateamento, o texto
faz referência a aeronaves obsoletas e à diminuição dos estoques de material
bélico.
Os militares têm se
queixado de falta de dinheiro e pessoal. Tanto que até o deputado petista
Nelson Pelegrino (BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional da Câmara, quer ouvir o ministro da Defesa, Celso Amorim, em agosto. O
tema é a compra dos caças para a FAB e a situação dos 12 Mirrage 2000, cujo
contrato de manutenção está prestes a ser encerrado. O programa FX-2, da
Aeronáutica, está orçado em US$ 7 bilhões e prevê a aquisição de 36 caças.
— O ministro poderá
esclarecer sobre o cronograma das negociações, de modo a tranquilizar o país quanto
à proteção permanente do seu espaço aéreo — disse Pelegrino.
Sobre o FX-2, o Livro
Branco da Defesa, que trata da situação das três Forças, diz que “o processo de
seleção está concluído, aguardando a decisão governamental para prosseguir”.
Há, ainda, problemas na
formação de paraquedistas. Por falta de recursos para combustível, esse
grupamento está praticando menos saltos que o necessário. No relatório de 2012
sobre o Comando Geral de Apoio (Comgap), a Aeronáutica informa que recebeu
menos verbas que o necessário. O Comgap é o setor que gerencia o material
aeronáutico e bélico, a infraestrutura e a capacitação de pessoal.
“A falta de recursos
suficientes para atender às demandas da frota da FAB tem gerado processos de
retirada controlada de itens de aeronaves estocadas, para atender a meta de
disponibilidade. Há aeronaves obsoletas e de elevado custo de manutenção, cuja
avaliação do custo-benefício aponta para a sua desativação”, informa o
relatório.
No texto, a FAB informa, ao
se referir à área de Suprimento e Manutenção de Material Bélico (Sismab), que
os cortes no Orçamento provocaram o replanejamento de metas, “implicando na
redução da aquisição dos materiais necessários para utilização no treinamento
operacional da Força” nos próximos anos.
As dificuldades foram
apontadas pela Aeronáutica antes de vir à tona, este mês, o escândalo sobre o
uso de aviões da FAB por autoridades. O presidente da Câmara, deputado Henrique
Alves (PMDB-RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, usaram aeronaves
da Força para viajar ao Rio a fim de assistir à final da Copa das
Confederações.
Já o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), usou aeronave para ir a casamento na Bahia. Pessoas
de dentro da FAB dizem que as viagens das autoridades reveladas na imprensa
repercutiram mal na Força.
Decreto presidencial de
2002 diz que autoridades, como os presidentes do Senado e da Câmara e
ministros, podem viajar em aviões da FAB por motivo de segurança e emergência
médica, a serviço ou em deslocamentos para a cidade onde moram. O GLOBO pediu à
Aeronáutica informações sobre os valores gastos com esses voos, mas a
assessoria afirmou que os dados são sigilosos.
Faltam
Verbas Para Pesquisas
Faltam ainda recursos e
pessoal para as pesquisas na área de Ciência e Tecnologia desenvolvidas em
todas as Forças Armadas. A reclamação é de oficiais das três Forças, que
participaram, no mês passado, de uma audiência da Frente Parlamentar da
Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, na Câmara.
Quem mais reclamou foi o
major-brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, vice-diretor do Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo ele, havia 3.422 pessoas
trabalhando no DCTA em 1994. No final do ano passado, eram 2.383, quando foi
aprovada no Congresso uma lei autorizando a criação de 800 cargos, que ainda
estão vagos.
— É uma situação de tal
gravidade que, se nada fosse feito, nós chegaríamos a 2020 com 26% daquilo que
nós tínhamos em 1994 — disse Alvani.
Ele apresentou números para
apontar falta de recursos para projetos como o Veículo Lançador de Satélites
(VLS) e o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM). No projeto do VLS, segundo
ele, haverá um déficit de R$ 161 milhões até 2016. De 2013 a 2016, estão
previstos R$ 27 milhões, diante de uma necessidade de R$ 188 milhões. No caso
do VLM, fruto de parceria entre o Brasil e a Alemanha, faltarão R$ 55 milhões.
De 2013 a 2017, o projeto terá R$ 50 milhões, quando são necessários R$ 105
milhões. Procurada pelo GLOBO para comentar os problemas da corporação, a FAB
não quis se pronunciar.
Fonte: Site do Jornal O GLOBO – 27/07/2013 - http://oglobo.globo.com/
Comentário: Pois é, será que precisa dizer mais alguma coisa? Bom, gostaríamos de agradecer ao jovem engenheiro Eduardo Jourdan do ITA pelo envio dessa notícia.
O Mirage 2000 foi comprado para servir de tampão,agora não vejo nem tampão no horizonte,o descaso com que a defesa do país é tratada e vergonhosa,é por isso que hoje não vejo nenhum jovem dizer que quer ser militar,qual crescimento ele pode esperar?!.
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