A Soberania e a Espionagem Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo enviado via e-mail ao
blog ontem (15/07), escrito que foi pela bela psicopedagoga com formação em
direito Carla Marins, e postado ontem no site da revista “Plurale”, dando
destaque a Soberania e a Espionagem Espacial. Vale a pena conferir.
Duda Falcão
Destaques
A Soberania e a Espionagem Espacial
Por Carla
Martins (*)
15/07/2013 | 07:16
Se você acha que a espionagem,
via espaço, é algo novo desculpe decepcioná-lo (a). Desde os Anos 1960, em
plena Guerra Fria, isso já acontecia. Se você quer algo mais específico sobre o
Brasil, basta recorrer aos bons e velhos livros de História, ou a um site na
internet e teclar “Base de Alcântara”. Espionagem profissional existe há muito
tempo. Estranho nessa história é um país tido como amigo do Tio Sam ser objeto
desse tipo de coisa. Pior ainda é termos um serviço dito especializado nessas
cousas de 007 que não sabia de nada. Afinal, pra que serve a nossa ABIN-Agência
Brasileira de Inteligência ?
De acordo com denúncia da Revista Veja, publicada na primeira quinzena de abril, a
Polícia Militar de Pernambuco deteve quatro agentes da ABIN que simulavam
trabalhar no Porto de Suape mas estavam coletando informações que pudessem ser
usadas contra Eduardo Campos, governador daquele Estado. A Secretaria de
Segurança Pública estadual já monitorava os agentes travestidos de portuários
fazia algum tempo... A propósito, a tal Agência de “Inteligência” tem orçamento
de R$ 513 milhões para este ano.
Voltando ao tema espionagem no
Brasil, embora não seja nova a “descoberta”, o fato é que a SOBERANIA NACIONAL
está arranhada pelas bicadas dos arapongas yankees. Éabsolutamente necessário
que revisitemos alguns pontos sobre o regime Jurídico Espacial.
Chamo a atenção para o Tratado
Internacional de Uso e Exploração do Espaço. Houve uma transgressão do espaço
brasileiro caracterizando-se, portanto, sua ilicitude. Se o governo brasileiro
levar a questão a sério, o que de fato dele se espera, houve no mínimo um grave
incidente diplomático.
Meio Ambiente Espacial
Nos últimos dois anos tenho
feito vários questionamentos sobre a SOBERANIA NACIONAL, no livro “Meio
Ambiente Espacial – com enfoque jurídico” de minha lavra, e em entrevistas e
palestras. A propósito do assunto, quem teve a oportunidade de ler a obra, ou
de ter lido a excelente entrevista publicada em Plurale em revista, ano
passado, sabe que isto era algo absolutamente previsível. Não escrevi, nem
disse nada de forma gratuita, alardeando bobagens, já que a obra não é de
ficção. São situações reais de que todos os cidadãos devem tomar consciência e
os governos providências.
Permeando uma órbita
milionária, o Turismo Espacial ganha cada vez mais “espaço físico e midiático”.
Trata-se de poucos sortudos com tecnologia de ponta, abarcando novos segmentos
de negócio que, invariavelmente, remeterão à espionagem.
Satélites Geoestacionários
Sempre marcados por mistérios e
informações valiosas, os espiões ganharam títulos de homens perigosos, capazes
de destruir uma pessoa, empresa ou um país em segundos. Passada a ficção, hoje
nos deparamos com a realidade, atirada nos meios de comunicação pelo
norte-americano Edward Snowden, sobre supostas informações rastreadas pelos
Estados Unidos de brasileiros em TERRITÓRIO NACIONAL, através de satélites.
Os satélites geoestacionários,
isto é, com uma órbita que acompanha o movimento de rotação da Terra, estão a
uma distância maior: 36.000 quilômetros de altitude. Atualmente são 300 desses
brinquedinhos de comunicações operacionais que gravitam no espaço.
“A órbita geoestacionária é,
pois, um dos elementos essenciais que permitiram a grande revolução das
comunicações na segunda metade do século XX”.
Mais do que nunca, o mundo vem
tomando consciência, de que essa órbita milionária é um estacionamento pequeno
e restrito. Por mais que a tecnologia evolua, por muito tempo ainda não haverá
lugar para todos os satélites que ali se queiram inserir. Confirma-se,
portanto, o que já se suspeitava na década de 1960: trata-se de um recurso
natural limitado, sendo privilégio para um determinado número de satélites.
Privilégio este que nos últimos
dias incomodou muita gente, principalmente os brasileiros que, segundo
informações divulgadas, habitam um dos principais pontos rastreados pelos
Estados Unidos.
O espaço passou não somente ter
as riquezas naturais, mas descobriu-se um estratégico campo de informações para
países que, através de tecnologias avançadas, buscam conhecer minuciosamente
seu vizinho. Mas, com qual intenção?
Enquanto não se descobre a
resposta para a pergunta acima, a nossa SOBERANIA segue abalada.
"Bola Cantada"
Questionamentos sobre a
SOBERANIA NACIONAL já vinham sendo abordados no livro “Meio Ambiente
Espacial – com enfoque jurídico”, publicado em 2011, no Capítulo
11, Pág. 95 – “No espaço, ser soberano é algo mágico, que certamente instiga
muitos Estados.
Delimitar como seu uma parte do
espaço sideral, seria dizer ao resto do mundo, Sou Poderoso, mas esta
possibilidade, já descartada pelos Tratados Internacionais, também possibilita
uma exploração sem limites, que pode ensejar perigos a determinados países, que
podem estar sendo observados, sem seu conhecimento, pois uma vez alocado sobre
um território, um satélite com as tecnologias avançadas existentes, uma
Soberania pode estar sendo ameaçada.” No livro eu proponho alternativas para
controle do Espaço, enfocando um satélite geoestacionado sobre um determinado
país.
A se confirmarem as informações
de Snowden, resta-nos esperar o desenrolar dos acontecimentos, nos âmbitos da
polícia e das relações internacionais, para ver se teremos de fato uma
discussão objetiva visando a proteção dos indivíduos e a garantia da Soberania
Territorial.
(*)Carla Martins é formada em Direito e Psicopedagogia. Possui
Pós-Gradução com Especialização em Gestão Ambiental e Mestrado em Direito Ambiental.
É autora do livro "Meio Ambiente Espacial – Com Enfoque Jurídico”.
Fonte: Site da revista Plurale - http://www.plurale.com.br
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