AEB / INPE Comentam Parceria Espacial com a China
Olá leitor!
Segue uma nota postada ontem (24/07) no seu site do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que os dirigentes da AEB e do INPE comentam ontem a parceria espacial com a China, durante a realização da “65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC)”.
Duda Falcão
Dirigentes da AEB
e do INPE Comentam
Parceria Espacial com a China
Rodrigo PdGuerra
Ascom do MCTI
24/07/2013 - 18:51
O presidente da
Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo Coelho, e o diretor do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI), Leonel Perondi,
comentaram o histórico e o futuro do programa Satélite Sino-Brasileiro de
Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (4), em
painel de debates durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até sexta-feira (26), em Recife (PE).
Eles lembraram que o programa lançou os
satélites CBERS-1, em 1999, CBERS-2, em 2003, e CBERS-2B, em 2007. Segundo
eles, o CBERS-3 deve ir ao espaço em outubro deste ano. O satélite está na
Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), em fase final de testes. Já o
CBERS-4 tem previsão de lançamento para 2015. Nesta sexta, José Raimundo viaja
à China para discutir a continuidade do programa.
Na opinião dele, o Brasil aprendeu muito na parceria com
o país asiático. “Trabalhar com norte-americanos, franceses e alemães é
relativamente fácil. Com os chineses, é muito diferente”, disse. “A questão
cultural, o idioma, a resistência secular foram os principais obstáculos
enfrentados na cooperação. O desafio foi grande, mas recompensador”.
O diretor do INPE destacou que, no caso de CBERS-3 e
CBERS-4, a divisão de trabalho entre os dois países é de 50% para cada lado, ao
contrário dos três satélites já lançados, cujo acordo estabelecia 30% ao Brasil
e 70% à China.
“Agora, para a parte brasileira, contratamos tudo no
país, não compramos equipamentos de outras origens”, informou. “Programas
espaciais devem colocar grandes desafios para a indústria. Um sistema completo
de sensoriamento remoto exige grande qualificação dos pontos de vista de
fabricação, projeto e operação em órbita”.
Perondi avalia que o país conseguiria preços mais
vantajosos se buscasse adquirir imagens ou mesmo satélites prontos no mercado
externo, mas a importância do programa espacial reside na característica de
desenvolver a capacitação nacional. “É uma forma de aprendizagem para o Brasil,
ao fazer sistemas mais sofisticados, com maior valor agregado, e assim obter
produtos além da pauta básica de exportações”.
O chefe de gabinete da AEB, Paulo Martini, apresentou ao
público aplicações dos satélites operados pelo INPE. Distribuídas gratuitamente
pelo site do instituto, as imagens possibilitam o controle de desmatamento e
queimadas na Amazônia e o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas e
crescimento urbano, entre outros usos menos convencionais.
Acompanhe a participação
do MCTI na reunião anual da SBPC.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
Comentário: Caro leitor, ao mesmo tempo em que espero que o
presidente da AEB, o Sr. José Raimundo Braga Coelho, tenha visão para
aproveitar nessa viagem à China as oportunidades que uma parceria com esse país
em longo prazo pode gerar para o Brasil (nossas são inúmeras e basta ter visão),
fico a me perguntar se essa movimentação toda vale a pena, já que mesmo que o
acordo seja feito e ratificado pelo governo, não existe compromisso no mesmo
para realizá-lo com a eficiência e dinamismo que o acordo exige. Realmente
enquanto não resolvermos esse problema da falta de compromisso governamental
com o nosso PEB, continuaremos brincando de fazer programa espacial e estaremos muito longe de termos um verdadeiro programa que dê o retorno esperado a sociedade brasileira.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=31869
ResponderExcluirOlha que notícia interessante! Porque o Brasil não lança foguete! O problema já é conhecido há tempos!
Oi PessoAll,
ResponderExcluirParte 1/2
A algum tempo não me manifesto, mas tenho mantido contato com o blog. Entre os muitos artigos e notícias que continuam interessantes, apesar dos revezes previsíveis nesse desgoverno, precisei novamente me manifestar.
E mais, em relação ao post de um "Anônimo", coisa que não costumo fazer. Mas devido ao momento em que vivemos, os recentes acontecimentos nas ruas, onde várias classes e categorias se manifestaram para tentar colocar as coisas nos eixos, ou no mínimo melhorar situações insuportáveis.
É sintomático, que nesse contexto, determinadas categorias, da mesma forma vilipendiadas como tantas outras não se manifestaram. Incluo no rol, a Polícia Militar com seus baixíssimos salários em relação à responsabilidade imputada (apesar de eu ser favorável a uma polícia única), os militares em geral cujas "forças armadas" estão sendo sucateadas a anos, e claro, o pessoal da área científica que conduz, ou deveria conduzir o nosso PEB.
O artigo citado pelo "Anônimo", é muito relevante para a compreensão de parte do problema, ou do porque as coisas são como são.
Já manifestei a minha opinião sobre o assunto em outras oportunidades, e em algumas delas tive respaldo de pessoas que faziam parte do sistema e preferiram sair para não conviver com esse estado de coisas.
O Brasil de hoje, é um país de castas, onde um militar, um funcionário público, um político, um juiz e tantos outros tem os seus privilégios. Estamos divididos entre cidadãos de primeira, de segunda, de terceira e demais classes. Sobre este fato, parece que ninguém assume.
Todos veem essa situação todos os dias, e ficam conformados. Uns tem direito a emprego com estabilidade outros não. Uns se aposentam ganhando bem outros não, uns recebem 15 salários por ano outros não. Que país é esse? enquanto isso não mudar, nada vai mudar.
Parte 2/2
ResponderExcluirImaginam, um Brasil científico, totalmente privado, onde a legislação simplesmente incentivasse e em alguns casos obrigasse o investimentos das universidades privadas em centros de pesquisa, onde as empresas fossem incentivadas a investir em ciência e tecnologia e efetivamente fiscalizadas e impedidas de vender o conhecimento obtido aqui para o exterior (ou melhor impedir que essas empresas sejam compradas por empresas de fora).
Tudo isso é possível. Basta que o poder legislativo seja inteligente e que exista vontade de fazer o certo. Ao setor militar espacial, caberia continuar o desenvolvimento dos foguetes a combustível líquido como armas, como deve ser hoje em dia. Um programa espacial completamente civil que permita acordos de toda ordem com qualquer país de forma pragmática e que traga benefícios ao Brasil.
Continuo com a firme impressão de que para o PEB ter alguma chance de sucesso no futuro, a única chance é uma total e completa mudança na forma como ele é gerido e operacionalizado. Enquanto isso não acontecer, vamos assistir a esse conformismo (justificável), que jamis vai fazer ou sequer propor qualquer mudança nesse estado de caos. A essa altura, já devia estar claro para TODOS que um programa espacial governamental num país como o Brasil, com a legislação do Brasil, com a constituição do Brasil, não tem a menor chance de dar certo.
Como é muito difícil mudar o Brasil todo a partir da sua constituição, porque não atacar o problema da forma que é possível ser atacado, ou seja, com leis que permitam passar o PEB de forma segura para o setor privado.
Um exemplo desse fato, é o recente corte de 10 BILHÕES !!! imposto ao orçamento pelo governo, para tentar esconder um pouco o enorme buraco em que ele nos colocou. E pensem um pouco. Quais serão os setores mais afetados com esse corte? Saúde? Educação? Mobilidade urbana? Investimentos para a Copa? Investimentos para a Olimpíada?
Então reforço a dica. Leiam com calma o artigo publicado no jornal da SBPC em questão. É apenas um dos inúmeros problemas do PEB, mas serve para iniciar o debate.
A inexorável militarização do ITA, artigo de Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Perdão,
ResponderExcluirNo trecho "Ao setor militar espacial, caberia continuar o desenvolvimento dos foguetes a combustível líquido como armas"
Pretendi dizer: "Ao setor militar espacial, caberia continuar o desenvolvimento dos foguetes a combustível sólido como armas"