Saiba Como a Biotecnologia Permitirá a Permanência de Humanos na Lua e em Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (31/01) no site “Canaltech”
destacando como a como Biotecnologia permitirá a permanência de humanos na Lua
e em Marte.
Duda Falcão
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Saiba Como a Biotecnologia Permitirá
a Permanência de Humanos na Lua e em Marte
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: NASA
31 de Janeiro de 2020 às 16h35
Nos últimos anos, temos visto avanços nos planos de
agências espaciais e empresas privadas do setor para levar astronautas a outros
mundos, como Marte e a Lua, não apenas para visitar, como a partir de agora
para estabelecer a presença humana por lá. Mas para isso é necessário encontrar
meios de garantir a sobrevivência nesses locais inóspitos. Entre as novas
tecnologias em desenvolvimento para isso, a biotecnologia tem sido uma das mais
importantes.
Com essa tecnologia, que utiliza organismos vivos para
fabricar produtos, os pesquisadores estão desenvolvendo novas maneiras de fazer
medicamentos, construir habitats e muito mais - tudo no espaço. A NASA
publicou alguns exemplos inovadores e bem-sucedidos de uso da biotecnologia,
que prometem garantir a permanência da vida humana lá fora.
Saúde
Alguns experimentos mostram que talvez seja possível
cultivar plantações em outros mundos, mas cientistas da NASA estão testando uma
versão inicial de outro tipo de abordagem para o problema da alimentação: eles
querem fazer com que microorganismos produzam os nutrientes vitais normalmente
encontrados em vegetais. Então, sempre que necessário, os astronautas podem
simplesmente beber uma água “diferenciada”.
Nessa solução, alguns microorganismos geneticamente
modificados produzirão rapidamente quantidades controladas de nutrientes
essenciais. Os microrganismos e suas fontes de alimentos têm uma vida útil
longa à temperatura ambiente e precisam apenas de água para serem ativados,
então o sistema desenvolvido fornece uma maneira de produzir nutrientes de
acordo com as necessidades.
Os pesquisadores já enviaram alguns lotes de amostras
desses “BioNutrientes” à Estação Espacial Internacional (ISS) para um
experimento em baixa órbita terrestre. Os lotes já voltaram à Terra e estão
sendo avaliados em laboratórios.
Outra aplicação da biotecnologia na área da saúde no
espaço busca soluções para a medicina regenerativa. Isso será de grande
importância porque viagens espaciais afetam o corpo humano, e a NASA lançou um
desafio a equipes de bioengenharia, com direito a premiação aos vencedores. A
ideia é criar um tecido de órgão humano vascularizado (ou seja, que tenha vasos
sanguíneos) e metabolicamente funcional em um ambiente de laboratório
controlado.
Os tecidos desenvolvidos poderão ser usados para estudar
os efeitos ambientais do espaço profundo, como a radiação, e desenvolver
estratégias para minimizar os danos às células saudáveis
Plantações
Os pesquisadores estão tentando simplificar o processo de
transformar plantas em remédios, tornando-as compactas e portáteis. Isso
reduziria o custo dos produtos farmacêuticos manufaturados na Terra e, melhor
ainda, as plantas poderiam produzir medicamentos no espaço.
Para criar medicamentos de acordo com a necessidade, a
NASA recorreu a pesquisadores da Universidade da Califórnia para transformar
plantas em mini-fábricas de remédios pensando nas futuras missões em Marte.
Eles estão alterando geneticamente um tipo comum de alface para produzir hormônio
da paratireoide, ou paratormônio. Trata-se de um medicamento aprovado para o
tratamento da osteoporose.
Esse tipo de pesquisa é importante para voos espaciais de
longa duração, pois os efeitos de viver em microgravidade podem trazer
complicações sérias. É crucial ter as tecnologias necessárias para tratar a
possibilidade de adquirir condições como osteoporose - que torna os ossos
frágeis e quebradiços - e outros efeitos negativos difíceis de se lidar no
espaço.
Habitats
(Foto: Stanford-Brown-RISD iGEM Team)
Tijolos produzidos com micélio, resíduos e lascas de
madeira. Materiais semelhantes poderiam ser usados para construir casas na Lua
ou em Marte.
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Um novo projeto da NASA está explorando tecnologias que
podem criar estruturas habitacionais a partir de fungos. Ou
melhor, os filamentos microscópicos presentes nos fungos, que constroem
estruturas complexas com extrema precisão, conectando-se a estruturas maiores,
como cogumelos. Com as condições certas, esses filamentos, chamados micélios,
podem ser manipulados para criar novas estruturas, como materiais semelhantes
ao couro ou blocos de construção. Tijolos feitos de micélios são mais
resistentes que blocos de concreto, por exemplo, e têm maior resistência à
compressão que a madeira.
Com isso, os pesquisadores esperam que os astronautas
possam construir um habitat compacto em Marte a partir desse biomaterial leve,
economizando assim espaço e o combustível no lançamento. Os exploradores só
terão que desdobrar essa estrutura básica e simplesmente adicionar água. Os
fungos então crescerão em torno dessa estrutura, formando um habitat totalmente
funcional. Além disso, eles estarão protegidos de radiação dentro da estrutura
básica.
Reciclagem
Quando os primeiros astronautas pousaram na Lua através
das missões Apollo, deixaram
por lá uma certa quantidade de lixo. Se quisermos estabelecer permanência
por lá, ou mesmo em Marte, será preciso gerenciar cuidadosamente o lixo
produzido.
Hoje, já existe um sistema de reciclagem na ISS para
transformar a urina em água potável. Por outro lado, as fezes são armazenadas,
descartadas em uma nave espacial e enviadas de volta à Terra. Isso não será
possível em viagens mais distantes, então os pesquisadores estão buscando
outras soluções com manufatura biológica.
Microorganismos como leveduras e algas se alimentam de
todos os tipos de coisas classificadas como “resíduos de missão”. Em outras
palavras, é possível criar uma fábrica de reciclagem biológica. Esse processo
ainda gera subprodutos que podem servir como matéria-prima para produzir
nutrientes, medicamentos, plástico e combustível.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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