Telescópio Espacial Spitzer é Desativado Após 16 Anos de Grandes Descobertas
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (30/01) no site “Canaltech”
destacando que o ‘Telescópio Espacial Spitzer’ da NASA foi desativado Após 16 Anos
de Grandes Descobertas.
Duda Falcão
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Telescópio Espacial Spitzer é Desativado
Após 16 Anos de Grandes Descobertas
Por Patrícia Gnipper
Canaltech
Fonte: NASA
30 de Janeiro de 2020 às 17h10
Fim da linha para o telescópio espacial Spitzer, da NASA,
que está sendo desativado nesta quinta-feira (30). Sua última observação foi
feita na quarta (29). Apesar de não ser tão popular por aí como o Hubble, o
Spitzer proporcionou descobertas sem precedentes sobre o universo em 16 anos de
operação, fornecendo informações preciosas de coisas como galáxias e nebulosas
graças à sua capacidade de enxergar a região do infravermelho no espectro
eletromagnético.
O que isso significa? Significa que este telescópio
consegue ver o que há por trás de nuvens de gás e poeira, por exemplo,
permitindo à ciência descobrir mais sobre o que existe atrás ou dentro dessas
camadas que obscurecem a observação direta por meio da luz visível. Ou seja: o
Spitzer atuou, ainda, como um parceiro de outros telescópios espaciais, como o
Hubble e o Chandra (de raios-x). Juntos, esses equipamentos proporcionaram
dados e imagens complementares para ampliar ainda mais nosso entendimento do
universo.
Lançado em 2003, o Spitzer foi projetado para operar por
apenas cerca de dois anos, mas funcionou por mais de cinco anos a todo vapor,
permanecendo em funcionamento nos anos seguintes mesmo com o fim do suprimento
de hélio líquido que resfriava seu interior. Então, o telescópio funcionou por
todo esse tempo de maneira reduzida, à medida que seus instrumentos iam se
desgastando com sua incapacidade de se manter resfriado. Agora, chegou a vez de
os instrumentos "sobreviventes" se aposentarem, com a missão do
telescópio espacial sendo oficialmente encerrada — com louvor.
Este telescópio permitiu o estudo de
"berçários" estelares e de sistemas planetários em formação, e também
colaborou para com o entendimento de como buracos negros se
"alimentam", além de reunir dados valiosos sobre a formação do
universo. Ele também fez alguns dos primeiros estudos envolvendo planetas
distantes, antes de o telescópio
espacial Kepler assumir o cargo de "caçador de exoplanetas" a
partir de 2009 — função esta que, agora, é do telescópio
espacial TESS, que continua a missão do já aposentado Kepler.
Grandes Descobertas do Spitzer
Abaixo, resumimos algumas das várias grandes descobertas
proporcionadas pelo telescópio espacial Spitzer nesses anos todos de
funcionamento:
Identificando Moléculas na Atmosfera de Exoplanetas
No ano de 2007, o Spitzer se tornou o primeiro telescópio
a identificar, diretamente, moléculas na atmosfera de planetas que não fazem
parte do Sistema Solar. Dois exoplanetas gasosos foram estudados aqui (HD
209458b e HD 189733b), sendo eles do tipo "Júpiteres quentes" —
compostos por gás assim como Júpiter, mas orbitando suas estrelas a uma
distância muito menor do que os gigantes gasosos da nossa vizinhança.
O Anel Mais Largo ao Redor de Saturno
Já em 2009, descobrimos a existência de um anel
desconhecido ao redor de Saturno — o maior deles, por sinal. A estrutura
bastante fina reúne partículas orbitando o gigante gasoso muito mais longe do
que os demais anéis, e a pouca quantidade de partículas presentes ali acaba não
refletindo muita luz visível; por isso, não havia sido detectada anteriormente.
O anel começa a cerca de seis milhões de quilômetros de distância do planeta, e
é cerca de 170 vezes mais largo do que o diâmetro de Saturno. A lua Phoebe, por
sinal, fica dentro deste anel, e provavelmente fornece material para ele.
Buracos Negros Supermassivos Extremamente Distantes
O Spitzer também descobriu, em 2010, dois dos buracos
negros supermassivos mais distantes já detectados, o que permite à ciência
compreender mais sobre a história da formação de galáxias universo afora. A luz
desses corpos espaciais levou 13 bilhões de anos para chegar à Terra, o que
significa que eles se formaram menos de 1 bilhão de ano após o
"nascimento" do universo.
Colisões Rochosas em Sistemas Estelares Distantes
Em 2014, o Spitzer detectou evidências de colisões
rochosas em sistemas estelares distantes — o que era comum nos primórdios do
Sistema Solar, com tais colisões desempenhando papel essencial na formação
planetária. Mas o que faz desta observação algo histórico é que, pela primeira
vez, cientistas coletaram dados sobre um sistema antes e também depois de um
desses choques violentos.
Estudando Pequenos Objetos Perto da Terra
Além de enxergar alguns dos objetos mais distantes já
descobertos no universo, a visão infravermelha do Spitzer também foi útil para
o estudo de pequenos objetos próximos da Terra — em especial asteroides. Também
em 2014, o telescópio foi usado para estudar um montão de pequenos asteroides
próximos de nosso planeta, com menos de 100 metros de largura, cada, e esse
estudo é importante para garantirmos que nenhum deles esteja em rota de colisão
conosco.
Sete Exoplanetas do Tamanho da Terra
Encerrando a lista, destacamos este que foi um dos feitos
mais notórios do telescópio espacial Spitzer: a descoberta de sete
planetas do tamanho da Terra orbitando a estrela TRAPPIST-1, em 2017. Esse
foi o maior lote de planetas do tamanho do nosso já descobertos em um único
sistema estelar, sendo que três deles estão na considerada zona habitável de
sua estrela.
Foram necessárias mais de 500 horas de observações com o
Spitzer para determinar quantos planetas estão na órbita do astro, sendo que a
visão infravermelha do telescópio foi ideal para estudar tal estrela, que é
muito mais fria do que o Sol.
Quem Substitui o Spitzer?
O Chandra é especializado em raios-x. O Hubble enxerga
luz visível e, completando
30 anos em 2020, em breve também será aposentado. Então como ficarão as
observações do espaço em infravermelho com o fim do Spitzer?
Quem continuará vasculhando o espaço em infravermelho
será o telescópio
espacial James Webb, sucessor do Hubble que, além de muito maior e mais
poderoso, foi desenvolvido para atuar como um 2 em 1, pois conseguirá observar
o universo tanto pela luz visível, quanto por comprimentos de onda do espectro
infravermelho.
Só que aí tem um problema: com anos de atraso, o Webb
ainda não foi lançado. A NASA prometeu que seu novo telescópio espacial seria,
enfim, enviado à órbita da Terra em março de 2021, o que já causaria um ano sem
novas observações do universo em infravermelho por meio de um telescópio espacial.
Contudo, nesta semana houve a notícia de que esse cronograma pode
ser adiado mais uma vez, havendo apenas 12% de chance de que o lançamento
ocorra em março do ano que vem.
No entanto, este próximo ano não ficará vazio no que diz
respeito a estudos do universo em infravermelho. O Spitzer coletou dados até o
dia 29 de janeiro, dados esses que, somados às observações mais recentes, ainda
levarão décadas para serem analisados a fundo. Sendo assim, os momentos finais
do telescópio ainda renderam muitos estudos científicos, amenizando os impactos
negativos que um ano sem um telescópio espacial infravermelho poderiam causar
ao avanço da astronomia.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
Comentário: Pois é leitor, o Telescópio Espacial Spitzer foi responsável nesses últimos 16 anos por um numero enorme de descobertas que fizeram com que a raça humana olhasse para o universo com uma amplitude sem precedentes na história da humanidade. Só temos poucas coisas a acrescentar, ou seja, 'well done' e obrigado Spitzer, descanse em paz.
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