Anãs Brancas Podem Ser a Melhor Aposta na Busca de Vida Alienígena, Diz Artigo
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (17/02) no site “Canaltech”
destacando que segundo artigo, Estrelas Anãs Brancas podem ser a melhor
aposta na Busca por Vida Alienígena.
Duda Falcão
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Anãs Brancas Podem Ser a Melhor
Aposta na Busca de Vida Alienígena, Diz Artigo
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: Space.com
17 de Fevereiro de 2020 às 19h50
A procura por sinais de vida extraterrestre pode ser uma
das mais importantes buscas da humanidade. Afinal, por mais que sejamos
esperançosos em encontrar alguma companhia, os indícios ainda apontam que
estamos sozinhos no universo. Encontrar provas de que há alguma forma de vida
alienígena poderia revolucionar completamente a compreensão sobre nosso lugar e
papel no cosmos.
Acontece que não é fácil procurar por estes sinais. Na
verdade, nem sequer sabemos como pode ser uma forma de vida em outro planeta -
poderia ser algo em um mundo completamente diferente do nosso, onde a evolução
aconteceu de outras formas. Mas, por enquanto, nossa melhor aposta ainda é
procurar em planetas que, de alguma forma, se parecem com a Terra.
Existem vários deles por aí, orbitando estrelas que
também são um pouco parecidas com o nosso Sol. Até mesmo a distância entre a
estrela e o planeta é algo que podemos observar - a chamada zona habitável, uma
faixa no sistema estelar na qual o planeta pode desenvolver condições de
abrigar vida semelhantes às que encontramos na Terra.
É preciso observar nestes mundos a composição, atmosfera,
clima, e presença de elementos essenciais à vida tal qual a conhecemos, como
água e oxigênio, antes de deduzir que pode existir vida ali. É assim que
atualmente os pesquisadores fazem algumas de suas buscas atualmente.
Mas e se estivermos olhando para os lugares errados?
Acontece que o problema pode não ser “se” existe vida em outros
planetas, mas sim “quando”. Tomemos Marte como exemplo. De acordo com o
que sabemos sobre nosso vizinho, há boas chances de que ele pode ter sido
habitado há muito tempo. Nesse caso, teríamos que olhar para o passado para
encontrar essas formas de vida. Também há chances de que algum planeta jovem
que estamos observando hoje, em outra constelação, possa desenvolver vida daqui
a alguns milhões de anos.
Há outra possibilidade que ainda não foi muito cogitada -
a de que alguma civilização alienígena já tenha passado pelo mesmo fim ao qual
a Terra está destinada. Estamos falando do dia em que o Sol chegará ao
dramático fim de seu ciclo, transformando-se em uma anã branca. Daqui a 4
bilhões de anos, nossa estrela-mãe iniciará esse processo, tornando-se muito
maior e mais vermelho, à medida que o hélio se acumula em seu núcleo.
(Imagem: NASA)
Nesse processo, ele se tornará uma gigante vermelha, inchando
até a órbita da Terra, obliterando Mercúrio e Vênus no processo. Mas, em
seguida, ele se transformará de dentro para fora. A parte mais externa da
estrela continuará liberando energia, se tornará instável com o aumento de
radiação e aumentará drasticamente de tamanho a uma velocidade incrível,
transformando-se em uma imensa nuvem composta por materiais que antes compunham
a estrela original.
Essa nuvem formará uma nebulosa planetária que vai
preencher todo o Sistema Solar. Ao mesmo tempo, sobrará um pequeno corpo
celeste composto por um núcleo de carbono e algum hélio e hidrogênio restantes
em fusão na crosta. Esse corpo celeste é a anã branca. Alguns planetas, se
sobreviverem à morte violenta do Sol, podem continuar em órbita em torno desse
remanescente frio de estrela.
Este é o destino a longo prazo da Terra - e da
humanidade, se durarmos até lá. Mas também é o destino de alienígenas que
talvez habitem planetas como o nosso. Por isso, as anãs brancas podem ser uma
pista interessante para buscar por sinais de vida. É isso o que argumenta um artigo recentemente
enviado ao banco de dados on-line de pré-impressão do arXiv - é lá onde
artigos científicos nos campos da matemática, física, biologia, entre outras
áreas são enviados pelos autores antes de serem impressos e revisados por
pares.
O astrônomo John Gertz, autor do artigo, explica que as
anãs brancas da nossa galáxia são formadas a partir dos remanescentes de
estrelas de classe G, ou seja, de massa igual ou um pouco mais alta que o Sol.
Além disso, sabemos que a vida pode existir em torno das estrelas G, já que
este é o caso da vida na Terra. “Qualquer civilização tecnologicamente avançada
que resida na zona habitável de uma estrela G enfrentará um grave perigo”, diz
Gartz, referindo-se ao processo de morte da estrela. “Se a civilização não
tomar nenhuma ação, enfrentará a extinção”.
(Imagem: NASA’s Goddard Space Flight Center/Scott
Wiessinger)
Ilustração de como seria um asteroide sendo
quebrando pela intensa gravidade de uma Anã Branca.
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Existem duas alternativas para a ameaça, segundo o artigo
- migrar para longe da estrela-mãe e colonizar outro sistema estelar, ou
encontrar uma solução viável dentro do próprio sistema estelar. Acontece que a
migração interestelar é algo praticamente impossível. Com a nossa tecnologia,
por exemplo, levaríamos várias gerações para transportar algumas poucas pessoas
a um planeta que orbita outra estrela. Ainda que isso seja possível daqui a
alguns milhões de anos, não é a melhor aposta.
O autor do artigo afirma que “a migração de uma população
biológica inteira ou mesmo de uma pequena parte da população é praticamente
impossível”. Mesmo que seja viável, ainda será muito mais difícil do que
permanecer no sistema estelar no qual já se vive e tentar resolver o problema
da sobrevivência ali mesmo. “Isso leva à conclusão de que sub-gigantes,
gigantes vermelhas, nebulosas planetárias e anãs brancas são os melhores alvos
candidatos possíveis para as observações do SETI [um projeto cofundado por Carl Sagan que tem por objetivo a
constante busca por vida inteligente no espaço]”.
Anãs brancas atualmente representam 15% de todas as
estrelas do universo. Considerando que o Sol se tornará uma delas, isso
significa que algumas dessas numerosas anãs brancas espalhadas pelo cosmos
podem hospedar planetas com condições semelhantes à Terra. Só que as varreduras
do SETI não tiveram as anãs brancas como alvo até muito recentemente, e é isso
o que o autor do artigo quer mudar.
Também podemos detectar os sinais de vida se algum desses
planetas tiver algo estranho. Por exemplo, uma civilização avançada que planeja
se prevenir da morte de sua estrela pode construir uma esfera Dyson - uma
megaestrutura hipotética que orbitaria uma estrela para capturar e armazenar
sua energia emitida - ou outros grandes projetos de engenharia para se
protegerem durante o estágio da nebulosa planetária.
Embora a morte estelar seja um destino sombrio, esse
cenário pode representar para os pesquisadores de hoje uma possibilidade de
encontrar sinais de vida, ao estudar as anãs brancas. Será esta a peça que
falta no quebra-cabeças para encontrarmos vida alienígena e, finalmente,
podermos dizer que não estamos sozinhos no universo?
Fonte: Site Canaltech - https://canaltech.com.br
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