Afinal, o Que Fará Exatamente a Nova Força Espacial dos Estados Unidos?
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (19/02) no site “Canaltech”
tendo como destaque o que fará exatamente a nova Força Espacial dos Estados
Unidos.
Duda Falcão
HOME - CIÊNCIA – ESPAÇO
Afinal, o Que Fará Exatamente a Nova Força Espacial
dos Estados Unidos?
Por Patrícia Gnipper
Canaltech
Fonte: Space.com
19 de Fevereiro de 2020 às 09h53
Em dezembro do ano passado, o governo de Donald Trump estabeleceu
oficialmente a Space Force (Força Espacial) como
o sexto ramo das Forças Armadas do país. O objetivo seria
"proporcionar liberdade de operações para os EUA no espaço, do espaço e
para o espaço", além de "fornecer operações espaciais rápidas e
sustentadas" — conforme consta no National Defense Authorization Act
(NDAA, ou "Lei de Autorização de Defesa Nacional"). No entanto,
tratam-se de conceitos um tanto quanto vagos, e fica a pergunta: o que a Força
Espacial vai fazer na prática?
Pois é exatamente isso o que o Space.com tentou
responder, conversando com especialistas em política espacial nos EUA para
entender melhor os aspectos práticos, caminhos e possíveis armadilhas à frente
desta empreitada controversa do presidente Trump.
Mas, antes, é preciso ter em mente que a Força Espacial
surgiu como uma resposta às crescentes ambições espaciais de países que não são
lá muito "chegados" dos EUA, como China e Rússia, por exemplo. O
sexto ramo das Forças Armadas, então, foi projetado para proteger os interesses
de seu país no ambiente espacial, se e quando for necessário.
Mas será que o
espaço se tornará uma zona de guerra? Bom, isso só vai ser respondido com o
tempo, mas é importante lembrar que Mark Esper, secretário de Defesa dos EUA,
declarou em janeiro que "recentemente, China e Rússia nos levaram a um
ponto em que agora [o espaço] se torna um domínio de combate". Como
resultado, o país criou a Força Espacial "para garantir que possamos
preservar o espaço como um bem comum global".
O Que Dizem Especialistas em Política Espacial
(Imagem: United States Space Force)
Na visão de Joan Johnson-Freese, professora de assuntos
de segurança nacional na Naval War College, a criação da Força Espacial
"certamente aumenta a percepção de que os EUA estão liderando o caminho do
armamento do espaço".
Já para Theresa Hitchens, repórter espacial e
ex-associada sênior de pesquisa no Centro de Estudos Internacionais e de
Segurança na Universidade de Maryland, uma questão importante é saber se o
Congresso permitirá ou forçará outros serviços a contribuírem com pessoal para
a Força Espacial, ou se o ramo simplesmente é uma renomeação do já existente
Comando Espacial da Força Aérea, sem nenhuma mudança efetiva — além de novos
uniformes e patches, "desperdiçando dólares dos contribuintes", em
suas palavras.
Para Laura Frego, cientista sênior do Global Security
Program of the Union of Concerned Scientists ("Programa de Segurança
Global da União de Cientistas Interessados") em Cambridge, "na pior
das hipóteses, [a Força Espacial] levaria a uma corrida armamentista espacial que
ameaçaria os satélites, e não os protegeria".
E, sob a ótica de Mark Gubrud, físico e professor adjunto
na Universidade da Carlina do Norte, "a existência de uma Força Espacial
implica o uso potencial de força no espaço; criá-la implica ter compromisso com
a capacidade de se usar força no ambiente espacial, ou seja, possuir armas
espaciais". Ele ainda coloca uma questão a se pensar: "continuaremos
um caminho em direção à guerra espacial, ou renovaremos nossa busca pelo
desarmamento e pela visão de um mundo livre desse terrível perigo?".
Gubrud também acredita que "precisamos de uma convenção global que diga
isso: nenhuma guerra no espaço, nenhuma arma no espaço, nenhuma arma apontada
para o espaço".
Em Suma, Só o Tempo Dirá "Qual é" a da Força
Espacial dos EUA
(Imagem: Getty Images)
Ao menos essa é a visão de Peter Martinez,
diretor-executivo na Secure World Foundation (SWF) — grupo dedicado ao uso
seguro, pacífico e sustentável do espaço sideral, trabalhando com governos,
indústrias, organizações internacionais e sociedade civil para promover ações
com este objetivo.
Martinez concorda com a professora Joan Johnson-Freese,
no sentido de que as discussões em torno da Força Espacial reforçam a imagem de
que o espaço acabará sendo um domínio militar, com potencial para conflitos
armados. Contudo, "até o momento, o que vimos é principalmente uma
reorganização de atividades já existentes, sem nada fundamentalmente novo ou
adicional; resta saber como essa Força Espacial se desenvolverá no futuro, e
quais serão suas regras de engajamento", declarou.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
Comentários
Postar um comentário