Viajar Acima da Velocidade da Luz e Voltar no Tempo: Realidade ou Ficção Científica?
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado ontem (14/10) no site do
Sputnik News Brasil, que questiona se Viajar acima da velocidade da luz e
voltar no tempo seria realidade ou ficção científica?
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Viajar Acima da Velocidade da Luz e Voltar no Tempo:
Realidade ou Ficção Científica?
Sputnik News Brasil
14/10/2019 - 11:22
© Sputnik / Valery Melnikov
Viajar no tempo sempre fascinou a humanidade, mas tecnologias
como a legendária dobra espacial que vemos em filmes de ficção científica como
"Jornada nas Estrelas" ainda estão longe de ser construídas.
Cientistas debatem há muito tempo a possibilidade de
realizar a tal dobra espacial, que consiste na capacidade de viajar no espaço a
uma velocidade superior à da luz.
Enquanto alguns acreditam que a ideia de dobra espacial
como um todo desafia as leis da física, outros continuam confiantes que ela se
tornar realidade e que nós, um dia, seremos capazes de viajar pelo espaço.
A Ideia de Dobra Espacial
A dobra espacial consiste em uma forma de propulsão mais
rápida do que a velocidade da luz. A nave espacial seria capaz de contrair o
espaço na parte da frente da nave e expandi-lo na parte de trás, criando a
propulsão necessária para viagens espaciais.
Nos filmes "Jornada nas Estrelas", o movimento de dobra
espacial é alcançado quando a matéria e a antimatéria colidem de maneira
semelhante à fusão, que é mediada por cristais de dilítio.
Dobra Espacial.
Infelizmente os tais "cristais de dilítio" não
existem na vida real, mas o restante dos ingredientes para realizar o mecanismo
de dobra existe de verdade.
Estamos nos referindo ao deutério, que é um gás de
hidrogênio que talvez pudesse substituir o fantástico "cristal de
dilítio".
A antimatéria também existe. Enquanto a matéria é composta
por partículas, a antimatéria é composta por antipartículas. A antimatéria tem
a mesma massa e rotação do que sua equivalente, mas com carga elétrica e
propriedades opostas.
Quando a matéria e a antimatéria colidem, ambas se
destroem, e a energia liberada pela colisão é capaz de impulsionar uma nave a
velocidades superiores à da luz.
Um Obstáculo Nada Irrelevante
O maior desafio para atingir a tecnologia da dobra
espacial é ultrapassar a teoria da relatividade de Einstein.
A Teoria da Relatividade em uma foto pic.twitter.com/LVZNsuvONC— Tawan Murphy ❁ (@secanagem) 6 de outubro de 2019
A Teoria da Relatividade em uma foto.
O físico da Universidade de Melbourne, Roger Rassool,
resumiu a teoria da seguinte forma:
"Conforme um objeto viaja a uma velocidade cada vez
maior, ele vai ficando cada vez mais pesado. Quanto mais pesado, mais difícil
atingir aceleração. Portanto, não conseguiremos atingir a velocidade da
luz."
Nem todos os cientistas estão totalmente convencidos.
Apesar de demandar uma quantidade de energia absurda e ir contra a teoria da relatividade de Einstein, eles estão
determinados a atingir a tão sonhada tecnologia da dobra espacial.
Primeira Tentativa: a Onda de Alcubierre
Para contornar a Teoria da Relatividade, o físico
mexicano Miguel Alcubierre formulou, na década de 90, uma teoria que defendia
que uma nave poderia viajar à velocidade da luz sem de fato viajar à velocidade
da luz. Segundo ele, a nave poderia viajar dentro de uma "onda"
formada ao esticarmos o tecido do espaço-tempo.
Mas o estratagema de Alcubierre também iria demandar uma
quantidade massiva de energia. Além disso, trata-se de uma abordagem totalmente teórica, sem
demonstrações práticas.
A tese de Alcubierre conta com um número significativo de
entusiastas. A NASA coordenou experimentos bem-sucedidos baseados no estudo do
físico, ainda que, novamente, somente em base teórica.
Segunda Tentativa: a Nova Fronteira
Os estudos sobre dobra espacial continuam progredindo. Em
agosto, um estudante de engenharia da Universidade do Alabama, Joseph Agnew,
iniciou uma nova linha de pesquisa nesta área. De acordo com o estudante, os
filmes "Jornada nas Estrelas" (tanto o antigo, quanto o atual) foram
capazes de prever diversas inovações tecnológicas.
"Na minha experiência pessoal, quando falamos de
dobra espacial, as pessoas já começam a rir. Isso porque o assunto é muito
teórico e retirado diretamente de histórias de ficção científica", disse
Agnew.
Na última década, o progresso na área continuou,
revelando os pequenos-grandes desafios que iremos encarar à frente.
A Energia é o 'X' da Questão
Se existe um desafio real à realização da dobra espacial
é a energia. A quantidade de energia positiva e negativa necessária para
criar a "onda" proposta por Alcubierre seria massiva ou mesmo
impraticável. Há consenso entre os cientistas de que tal quantidade de energia
teria que vir de alguma matéria exótica, com capacidade para gerar energia
equivalente à massa do planeta Júpiter.
©
Foto/ NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill
Fotografia de Júpiter tirada pela sonda Juno da NASA, em
25 de fevereiro de 2019.
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Para colocar a ideia da dobra especial em prática, ainda
existem outros obstáculos, como, por exemplo, o financiamento das pesquisas, o progresso necessário nas
áreas da física quântica e em geração alternativa de energia para sermos
capazes de impulsionar uma nave pelo Sistema Solar por um período significativo
de tempo.
Fonte: Site Sputniknews Brasil - http://br.sputniknews.com
Comentário: Bom leitor é claro que em nosso estagio de
desenvolvimento tecnológico atual esta possibilidade está totalmente fora de
nossa realidade (até mesmo para se avaliar se é possível ou não) e assim coloca
a questão no campo da ficção científica. Porém leitor vale lembrar que a viagem
à lua, submarinos e tantos outros exemplos também militaram pelo campo da ficção
científica, e hoje fazem parte de nossas conquistas como espécie. Portanto
neste momento essa possibilidade está fora de nosso alcance, mas tenho certeza
que a espécie humana irá trabalhar para responder esse pergunta nos próximos 100
anos ou mais, ou até mesmo encontrar outra solução que nos leve as estrelas. Não
tenho a menor dúvida quanto a isso, mas o Brasil fará parte deste esforço? Bom leitor
esta é uma outra questão.
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