Diretor do INPE Propõe Fusão Entre a Área Que Monitora Desmatamento com Setor de Previsão de Tempo, Dizem Servidores

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (25/10) no site “G1” do globo.com destacando que segundo servidores ligados ao “Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT)”, o diretor interino do INPE, o Sr. Darcton Policarpo Damião, está propondo fusão entre a área que Monitora Desmatamento com Setor de Previsão de tempo.

Duda Falcão

NATUREZA

Diretor do INPE Propõe Fusão Entre a Área Que Monitora Desmatamento com Setor de Previsão de Tempo, Dizem Servidores

Sindicato de servidores diz que a proposta de reestruturação pretende ‘rebaixar’ área de monitoramento; o INPE e o  MCTIC não responderam até a publicação desta reportagem.

Por Ana Carolina Moreno, G1
25/10/2019 - 09h53
Atualizado há 2 horas 

Foto: TV Vanguarda/ Reprodução 
Ministro Marcos Pontes e Darcton Policarpo Damião, diretor interino do INPE.

O diretor interino do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Darcton Policarpo Damião, pretende fundir o setor que monitora o desmatamento no Brasil com o de previsão de tempo, de acordo com informações do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT).

De acordo com o sindicato, a fusão dos setores é parte de uma reestruturação ampla do INPE, que, entre outros pontos, prevê a extinção do Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST), que cuida do Plano nacional de Mudanças Climáticas.

O Ministério de Ciências, Inovações e Comunicações (MCTIC) confirma que uma reestruturação está em estudo, mas não detalhou quais mudanças estão previstas (veja a nota completa abaixo). Em resposta ao G1, o INPE disse que Damião está em viagem e que analisa uma forma de responder as questões sobre a restruturação. 

Diretor Interino é Militar 

Darcton Policarpo Damião é oficial da Força Aérea e assumiu o cargo em agosto deste ano, após a exoneração do ex-diretor Ricardo Magnos Osório Galvão. A saída de Galvão ocorreu após críticas do presidente Jair Bolsonaro à divulgação de dados sobre desmatamento na Amazônia. Por enquanto, o órgão não se posicionou sobre a nomeação de um nome definitivo.

Os servidores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) afirmam que o anúncio da proposta foi feito em 14 de outubro. Um documento foi elaborado por Damião a pedido do MCTIC. A reunião para a reestruturação foi convocada de “última hora”, segundo o sindicato.

A entidade afirma, ainda, que os servidores não foram consultados de antemão para elaboração da proposta, e que nenhum estudo foi apresentado além de alguns detalhes em telas apresentadas na reunião.

O INPE é o responsável, no governo federal, pelos sistemas de monitoramento remoto de crimes ambientais como desmatamento e queimadas. É também o setor que cuida de todos aspectos ligados à exploração espacial, incluindo a construção e manutenção de satélites brasileiros. 

Reestruturação Ambiental 

Os relatos dos servidores apontam uma reformulação na chamada “área ambiental” do INPE, com mudanças na Coordenação-Geral de Observação da Terra (OBT). Ela é responsável pelos dois sistemas que monitoram o desmatamento no Brasil: 

Prodes, sistema de monitoramento que mede a taxa anual de desmatamento no país 

Deter-B, que dispara alertas em tempo real de possíveis áreas desmatadas

O OBT perderia o status de coordenação-geral e seria incorporado a uma Coordenação-Geral de Monitoramento, Modelagem e Analise (CGMMA), que também englobaria o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres naturais (CEMADEN).

Além disso, o Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST),que cuida do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, “deixaria de existir” com o mesmo status no novo organograma do INPE.

De acordo com o SindCT, em 58 anos de história o INPE já passou por várias mudanças e reestruturações, mas nunca com a proposta de agora. 

“Nunca, ao longo de sua trajetória vitoriosa, alterações estruturais foram realizadas da maneira enviesada como esta que ora o ‘gestor de plantão’ ousa propor: fórmula pronta, para ser engolida de imediato, sem a preocupação dos danos que a digestão dela pode causar à instituição”. 

Críticas do Governo ao INPE 

Em julho, o órgão recebeu críticas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, depois que dados de um dos sistemas de monitoramento, o Deter-B, apontaram um aumento no numero de alertas de desmatamento na Amazônia.

Em 31 de julho, durante uma entrevista coletiva, Bolsonaro declarou que notícias sobre aumento de desmatamento – que ele disse não condizer “com a verdade” – prejudicam a imagem do Brasil no exterior, e afirmou que há “gente” dentro do INPE interessada em denegrir a imagem do país.

O ministro do Meio Ambiente chegou a apresentar um documento apontando erros nos dados do Deter-B de junho de 2019. Esse estudo nunca chegou a ser divulgado publicamente na íntegra e tampouco chegou às mãos do INPE, segundo o próprio órgão afirmou ao G1.

Desde então, dados de alertas do Deter-B mostram que, entre janeiro e setembro de 2019, a área de alertas de desmatamento na Amazônia já é quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

‘Pane de Comunicação’

As críticas do governo federal culminaram na saída do então diretor do órgão, Ricardo Galvão, em 2 de agosto. Sua exoneração foi publicada 7 e, uma semana depois, em 13 de agosto, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, nomeou Damião para ocupar o cargo interinamente.

Pelas regras do INPE, a diretoria do órgão é definida por meio de lista tríplice elaborada por um comitê de especialistas, e entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia, que escolhe um dos nomes. A permanência no cargo tem duração definida: quatro anos. O mandato de Galvão só terminaria em novembro de 2020, por isso sua substituição foi feita de modo interino.

Darcton Policarpo Damião é oficial da Força Aérea e, em uma conversa com servidores do INPE dias antes de ser nomeado, afirmou que a crise que culminou com a saída de Galvão foi uma “pane de comunicação” que foi mal conduzida. O vídeo com o trecho da conversa foi obtido pelo G1 do Vale do Paraíba (assista abaixo). 


Íntegra da Nota do MCTIC 

“O Ministério da Ciência, Inovações e Comunicações (MCTIC) informa que a reestruturação do INPE é um estudo que está em andamento, em que estão sendo levantados todos os dados e um diagnóstico sobre o aumento de eficiência e eficácia do instituto. Assim, como está na fase inicial, não é correto afirmar absolutamente nada sobre a modificação da estrutura sem esse levantamento. Após a elaboração do estudo, o MCTIC analisará o que será apresentado.

O INPE tem relevante trabalho para o país e referencia para o mundo em projetos e ações em pesquisa espacial, além de outras iniciativas. O objetivo de uma possível reestruturação será otimizar processos e reduzir o tempo de resposta para a sociedade”.


Fonte: Site “G1” do globo.com - 25/10/2019

Comentário: Pois é leitor, acho que a nota do MCTIC é mais que esclarecedora e o servidores ligados do SindCT continuam com a sua reconhecida arrogância de sempre, esquecendo eles que não passam de simples servidores públicos, ligados a um instituto de pesquisa de um governo eleito legalmente pelo povo brasileiro, e como tal, devem se submeter as decisões deste mesmo governo, ou pelo menos ter um comportamento profissional condizente com o cargo que exercem, ou então aqueles insatisfeitos, peguem seus panos de bunda e deem o fora.

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