Starship e New Glenn: Saiba Tudo Sobre os Novos Foguetes da SpaceX e Blue Origin
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado hoje (23/10) no
site do “Canaltech” tendo como destaque os novos foguetes das empresas SpaceX e
Blue Origin.
Duda Falcão
HOME - CIÊNCIA – ESPAÇO
Starship e New Glenn: Saiba Tudo Sobre os Novos Foguetes
da SpaceX e Blue Origin
Por Por Daniele
Cavalcante
Canaltech
Fonte: Blue Origin, SpaceX,
Business Insider, Geek Wire
23 de Outubro de 2019 às 08h40
Na próxima década, testemunharemos uma nova era na
exploração espacial. Dessa vez, não protagonizada apenas por agências espaciais
governamentais, mas também por empresas comerciais que entrarão nesta corrida
para levar o Homem a outros mundos. Também há planos para a construção de
estações comerciais ao redor do nosso planeta e da Lua, além do turismo
espacial, que se propõe a levar entusiastas para um passeio acima da atmosfera
terrestre. Entre as principais companhias que batalham pelo primeiro lugar
nessa disputa estão a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos.
Enquanto a SpaceX desenvolve seu novo e poderoso foguete
Starship, cujo maior objetivo é levar humanos a Marte, a Blue Origin se prepara
para inaugurar o foguete New Glenn. Embora esses veículos robustos simbolizem o
nível da competição nessa corrida espacial comercial, as empresas têm na
verdade visões bastante diferentes sobre o futuro da exploração no espaço.
Jeff Bezos apresentou o New Glenn pela primeira vez em
setembro de 2016, e ele é descrito como um foguete de dois estágios com
diâmetro de 7 metros. O primeiro estágio será alimentado por sete motores BE-4,
também projetados e fabricados pela Blue Origin. O principal marco do New Glenn
é que ele representa um grande salto em relação ao outro veículo da companhia,
o New Shepard, que só pode realizar lançamentos suborbitais. O New Glenn, por
sua vez, poderá fazer lançamentos para a órbita da Terra e outros destinos
além. Além disso, sua primeira etapa será reutilizável, construída para ser
usada em até 25 missões.
(Imagem: Blue Origin)
Conceito do New Glenn.
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Já a SpaceX parece bem mais ambiciosa e Elon
Musk não esconde isso em suas declarações públicas. A visão da empresa é lançar
um foguete projetado para transportar seres humanos a Marte - e além - para
tornar a humanidade “multiplanetária”. Durante a apresentação de um dos protótipos do Starship, o CEO
declarou que “realmente devemos fazer o possível para nos tornarmos uma espécie
multiplanetária e estender a consciência além da Terra, e devemos fazê-lo
agora”. Além disso, ele quer criar novas tecnologias capazes diminuir os custos
das viagens interplanetárias.
O Starship, revelado pela primeira vez sob o nome de BFR
em setembro de 2017, foi projetado para substituir todos os foguetes existentes
da SpaceX. Sendo reutilizável, ele será capaz de levar humanos para Marte e
retornar para a Terra, e assim por diante, até alcançar outros destinos, em
outros mundos. Mas o foco por enquanto é mesmo o Planeta Vermelho. Musk já
declarou sua visão de construir uma cidade em Marte em 2050, com seus próprios
depósitos de combustíveis para o foguete. A empresa pretende estar pronta para
enviar os primeitos humanos ao solo marciano já entre 2024 e 2026, e a primeira
base por lá poderá existir em 2028.
(Imagem: SpaceX)
Conceito de cidade em Marte.
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Bezos tem uma visão diferente. Ele apoia a exploração
espacial e os objetivos de pisar em outros mundos, mas ele prefere manter seu
foco na Terra. Certa vez, ele disse: “meus amigos que querem se mudar para
Marte, eu digo, me façam um favor e vão primeiro morar no topo do Monte Everest
por um ano, e vejam se vocês gostam, porque é um paraíso de jardins comparado a
Marte”. Para o fundador da Blue Origin, ir para o espaço é uma tarefa “para
proteger este planeta” — o nosso. Aliás, esse é o significado do nome da
companhia (que significa "origem azul") —“planeta Azul, é de onde nós
somos”, afirma.
Por outro lado, Bezos também não quer que a humanidade se
torne uma civilização estática, inerte. “Esse é o verdadeiro problema se
permanecermos neste planeta”. Em uma entrevista ao GeekWire no ano passado, ele
disse que “nós vamos deixar este planeta” e que “as pessoas que quiserem ficar,
ficam”. Mas ele não está se referindo à população terrestre, e sim à indústria.
Ele apresentou uma visão de levar a indústria pesada para postos espaciais
movidos a energia solar como a única saída para garantir que a Terra possa
sobreviver à crescente demanda por energia.
Claro, isso é para longo prazo - talvez daqui a 100 anos.
Até lá, Bezos tem planos para a Lua. Ele pretende usar robôs para construir uma
cidade lunar para os futuros moradores humanos.
Ainda que sejam objetivos para longo prazo, ambas as
empresas já estão dando seus passos iniciais e, assim, dois grandes foguetes
estarão em atividade na próxima década. Cada um deles mostra como essas visões
estão se concretizando e se alterando; às vezes, com mudanças significativas
conforme os projetos ganham forma.
Detalhes Técnicos dos Novos Foguetes
(Imagem: Blue Origin)
Comparativo de altura do New Glenn com outros veículos de
lançamento conhecidos.
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Ambos os foguetes são máquinas bem robustas. Começando
pelo New Glenn, ele pode levar até 13 toneladas para a Órbita de Transferência
Geoestacionária (GTO) e 45 toneladas para a Órbita Baixa da Terra (LEO). Ele
tem algo entre 82 e 95 metros de altura e sua carenagem (o nariz do foguete, a
estrutura que envolve a carga útil durante o lançamento) tem sete metros. Com
essas medidas, a empresa garante o dobro do volume utilizável em relação a
qualquer outro veículo de lançamento atual. Em outras palavras, ele pode levar
cargas maiores para o espaço, o que pode atrair mais clientes que desejam
lançar satélites, por exemplo.
Por sua vez, o Starship, que adotou um design em aço
inoxidável, tem 50 metros de altura e 9 metros de diâmetro, com carenagem de 19
metros de altura (leve em conta os 68 metros de altura do foguete Super Heavy,
responsável pelo lançamento da nave). A expectativa é transportar uma carga
útil com mais de 100 toneladas, sem um um número exato - foi divulgado
anteriormente 150 toneladas, mas a empresa decidiu alterar para um valor um
pouco menos preciso.
Notou que mencionamos a escolha de a SpaceX usar aço
inoxidável? É que esse material possui propriedades térmicas excepcionais, não
se torna quebradiço em temperaturas extremamente baixas e não derrete até
atingir 1.500 °C. Elon Musk disse que "o aço inoxidável é de longe a
melhor decisão de design que tomamos", e que está “apaixonado” pelo
material.
Motores de Cada Veículo
(Foto: SpaceX)
Motor Raptor, da SpaceX.
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O New Glenn usará os motores BE-4, o “mais poderoso motor
de foguete movido a gás natural liquefeito (LNG) já desenvolvido”, de acordo
com a declaração da empresa. Com um ciclo de combustão rico em oxigênio, o BE-4
será capaz de produzir um grande impulso com alta capacidade de aceleração. O
foguete usará sete desses motores para o primeiro estágio ao nível do mar e
outros dois motores BE-3U no estágio superior. Estes são otimizados para operar
no vácuo espacial.
Com uma abordagem diferente, o Starship usará motores
Raptor alimentados por combustível líquido criogênico, com um ciclo de
combustão em estágios. Individualmente, esse motor tem uma capacidade menor do
que o BE-4 de relação impulso/carga, mas o booster Super Heavy (acoplado ao Starship)
usará 37 desses motores para a decolagem, enquanto a espaçonave em si terá seis
motores. Isso que fornecerá o dobro do empuxo do Saturn V, da NASA,
que lançou o programa Apollo à Lua e ainda é o foguete mais poderoso já lançado
até hoje.
Como Cada Um dos Foguetes Voará
(Imagem: Blue Origin)
Gráfico ilustra o voo do New Glenn durante suas futuras
missões.
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O voo do New
Glenn começa no Complexo de Lançamento 36, em Cape Canaveral. Após a separação,
o primeiro estágio reutilizável volta para a Terra e aterrissa quase 1.000 km
abaixo do nível do mar, em um navio em movimento. Os motores do segundo estágio
são ligados e, depois, a carenagem de 7 metros se separa. A missão estará
completa quando a carga útil for entregue pela carenagem em segurança na órbita
terrestre.
Já o Starship
será usado em lançamentos orbitais com o booster Super Heavy realizando o primeiro
estágio, enquanto a espaçonave serviria como o segundo estágio em órbita. A
combinação do foguete e do veículo espacial também é chamada de Starship, o que
acaba gerando uma certa confusão, é verdade. A SpaceX planeja construir novas
instalações no Complexo de Lançamento 39A (ou CL 39A) do Centro Espacial
Kennedy, o porto de lançamento de veículos espaciais da NASA, para servir de
instalações para os lançamentos e aterrissagens do Starship.
A SpaceX
descartou lançar o veículo em seus outros dois locais - Space Launch Complex 40
no Cabo Canaveral, e Space Launch Complex 4 na Base Aérea de Vandenberg -
porque esses complexos exigiriam muitas modificações para o poderoso veículo.
Objetivos de Cada Empresa
(Imagem: SpaceX)
Gráfico da SpaceX para voos do Starship em Marte.
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Já sabemos que a SpaceX não economiza palavras ao
enfatizar sua intenção de usar o Starship para ir a Marte, levando em seu
interior até 100 pessoas. O objetivo é uma cidade em 2050 dedicada à pesquisa
científica e compreensão sobre o Planeta Vermelho. Mas, até lá, o Starship vai
realizar missões menores, tais como transporte de satélites até a órbita,
recuperação de objetos na órbita à Terra e transporte de combustível para
reabastecimento de outros veículos. Também poderá ser usado para viagens ao
redor da Lua.
A Blue Origin tem uma abordagem diferente,
concentrando-se mais em oferecer suporte às pessoas que vivem e trabalham no
espaço. Aliás, o New Glenn não é a maior ambição da companhia - o New Armstrong
deve vir depois para suporte nas viagens à Lua, Marte e além. No entanto, Bezos
deixa claro o objetivo de ajudar as pessoas que trabalham no espaço em vez de
ir direto para tentar viver em Marte.
Custos, Até o Momento
A Blue Origin investiu US$ 2,5 bilhões no New Glenn,
enquanto Musk afirma que a SpaceX gastaria entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões
para transformar o Starship em um sistema operacional. As contribuições do
bilionário japonês Yusaku Maezawa, o
primeiro civil que viajará para a Lua a bordo do veículo da SpaceX, são de
grande importância para cumprir esse objetivo, por sinal.
E Quando Eles Começam a Voar?
(Foto: SpaceX)
O protótipo Mark 1 do Starship.
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A SpaceX por enquanto está focada em testar com afinco
protótipos para demonstrar a prontidão do Starship para missões reais. O
primeiro voo orbital do foguete pode ocorrer nos próximos seis meses, seguido
de missões para o espaço com humanos a bordo em 2020.
No entanto, o primeiro humano a ir para a Lua dentro do
Starship deve ser o bilionário japonês Yusaku Maezawa, que fará uma viagem ao
redor do satélite natural em 2023. A missão foi nomeada como #dearMoon e vai
escolher uma equipe que inclui diversos artistas para "inspirar o sonhador
dentro de cada um de nós" com a viagem.
Apesar disso, Musk indicou que a empresa pode pousar na Lua um pouco antes, em 2021. Sem muita precisão,
ele afirmou que “podemos pousar na Lua em menos de dois anos” com um veículo
não-tripulado. “Então, após um ano ou dois, nós podemos mandar uma tripulação.
Eu diria, então, em um total de quatro anos”, completou.
Enquanto isso, o New Glenn deverá ficar pronto no final
deste ano e se preparar para o primeiro voo comercial em 2021, com a missão de
enviar um satélite ao espaço.
Fonte: Site do Canaltech - https://canaltech.com.br
Comentário: Pois é leitor, eu particularmente acredito
mais no sucesso e nos objetivos do projeto da empresa Blue Origin qué é liderada pelo Sr. Jeff Bezos, um homem centrado e equilibrado, do que no sucesso e
nos objetivos desta nave de desenho animado deste marqueteiro drogado e megalomaníaco.
Entretanto, a SpaceX, apesar de tudo, tem um corpo de funcionários que já provou
a sua competência, e apesar do desequilíbrio do seu líder, teremos de aguardar para ver como
vai terminar esta corrida, mesmo que os objetivos de cada uma não sejam exatamente
os mesmos.
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