NASA Descobre Vestígios de Lagos na Superfície de Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante notícia publicada ontem (09/10)
no site da “Revista PLANETA”, destacando que a NASA americana descobriu vestígios
de lagos na superfície do Planeta Marte.
Duda Falcão
Astronomia
NASA Descobre Vestígios de Lagos na Superfície de Marte
Rover Curiosity registra evidências da existência de
lagos salgados na Cratera Gale há bilhões de anos
Revista PLANETA
09/10/2019
Crédito: NASA/ JPL-Caltech/MSSS
O rover Curiosity, da NASA, encontrou sedimentos ricos em
sal na Cratera Gale, em Marte, que explora há sete anos. A descoberta indica
que a área já teve lagos salgados, os quais passaram por sucessivos ciclos de
transbordamento e secagem em virtude de mudanças climáticas. A novidade,
apresentada ontem em artigo na revista “Nature Geoscience”,
reforça as observações de satélite que indicam que Marte se tornou
substancialmente mais seco após a formação da Cratera Gale, cerca de 3,5
bilhões de anos atrás.
A Cratera Gale é o remanescente de um enorme impacto na
superfície marciana. Os sedimentos transportados pela água e pelo vento
acabaram preenchendo o chão da cratera, camada por camada. Depois que o
sedimento endureceu, o vento esculpiu a rocha em camadas no imponente Monte
Sharp, no centro da cratera, que o Curiosity está escalando. Cada uma das
camadas expostas nas encostas das montanhas revela uma era diferente da
história marciana e contém pistas sobre o ambiente predominante na época.
“Fomos à Cratera Gale porque ela preserva esse registro
único de Marte em mudança”, disse William Rapin, cientista planetário do
Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e principal autor do artigo.
“Entender quando e como o clima do planeta começou a evoluir é uma peça de
outro quebra-cabeça: quando e por quanto tempo Marte foi capaz de suportar a
vida microbiana na superfície?”
Datação Incerta
Desde sua chegada ao Planeta Vermelho, em 2012, o
Curiosity tem subido lentamente as encostas mais baixas do Monte Sharp. À
medida que sobe, o rover tem observado sedimentos cada vez mais recentes. Até
agora, o veículo espacial subiu várias centenas de metros ao longo de 21
quilômetros de viagem, mas ainda não se sabe quantos anos de estratigrafia isso
significa.
“Estamos lutando um pouco com isso, porque as técnicas
detalhadas de datação por rochas que usamos na Terra ainda não podem ser
transportadas para Marte”, afirmou Rapin. “Mas acreditamos que é da ordem de
dezenas de milhares a milhões de anos.”
As camadas rochosas mostram que, durante esse intervalo,
as condições marcianas variaram bastante. Exames por espectrômetro revelaram
que, nos pontos mais baixos da cratera, onde o Curiosity pousou, há evidências
de sedimentos de um lago de água doce. Conforme o Curiosity foi subindo, os
sedimentos começaram a mostrar camadas salgadas, indicando que o lago que
ocupava o fundo da Cratera Gale há 3,5 bilhões de anos secou o suficiente para
que os sais dissolvidos se precipitassem, assim como o cloreto de sódio se
precipita pela evaporação da água do mar.
Normalmente, quando um lago seca completamente, deixa
pilhas de cristais de sal puro para trás. Mas os sais marcianos são diferentes.
Por um lado, são sais minerais, não sal de mesa. Eles também são misturados com
sedimentos, sugerindo que se cristalizaram em um ambiente úmido, possivelmente
logo abaixo de lagoas rasas e evaporantes cheias de água salgada.
Tais sais, segundo Rapin e seus colegas, fornecem
“impressões digitais geoquímicas” das condições antigas dos lagos. No caso da
Cratera Gale, essas impressões digitais contam uma história de oscilações
repetidas entre água doce, uma impressão digital de tempos de chuva, e água
extremamente salina, comparável ao deserto do Altiplano, na Bolívia.
Mudanças
“Isso nos dá um instantâneo de como o clima evoluiu e
flutuou em algo progressivamente mais severo”, disse Rapin. “Vemos esses
depósitos como evidência da mudança do nível da água e da cristalização do
sal.”
Segundo Rapin, essa é uma descoberta importante, em parte
porque mostra com que tipo de ambiente a vida – se existisse em Marte – teria
de lidar naquele momento.
As rápidas flutuações climáticas podem ter sido causadas
por rápidas mudanças no ângulo de rotação de Marte, afirmou o cientista. Hoje,
o eixo de rotação do planeta é inclinado em 25°, muito semelhante à inclinação
de 23,5° da Terra. Diferentemente do nosso planeta, porém, Marte é propenso a
mudanças drásticas de inclinação, o que acarreta alterações drásticas
correspondentes em suas estações.
Transição
Quando estava secando, o lago da Cratera Gale já havia
perdido bastante de sua atmosfera para o espaço devido à erosão do vento solar.
O planeta já vivia o processo de transição de sua juventude quente e úmida para
as atuais condições de frio e secura.
O Curiosity já vislumbrou mais camadas inclinadas adiante
que contêm sulfato. Os cientistas planejam levar o rover até lá nos próximos
dois anos e investigar essas estruturas rochosas. Se elas se formaram em
condições mais secas que persistiram por um longo período, isso pode significar
que o estrato de argila representa um estágio intermediário – uma porta de entrada
para uma era diferente na história aquosa da Cratera Gale.
“Não podemos dizer se ainda estamos vendo depósitos de
vento ou rio na unidade de argila, mas estamos confortáveis em dizer que
definitivamente não é a mesma coisa que o que veio antes ou o que está por
vir”, disse Chris Fedo, especialista em camadas sedimentares da Universidade do
Tennessee e membro da equipe de cientistas autores do artigo.
Fonte: Site da Revista PLANETA - 09/10/2019
Comentário: Pois é leitor, sou fã incondicional desta agência
espacial, pois desde que foi criada vem apresentando resultados a sua sociedade
e a raça humana, e eu acrescentaria que, em pouco mais de 60 anos (foi criada
em 29 de julho de 1958) foi além das mais otimistas expectativas, mesmo sofrendo
em alguns momentos de sua história erros estratégicos que impediram até um
presente mais frutífero. Espero sinceramente que a partir de agora a NASA com a
experiência adquirida e com a sua infraestrutura lidere e motive o esforço
humano no espaço, seja diretamente ou indiretamente, e principalmente sirva de
exemplo a uma insignificante e pseudo agencia espacial de uma certa
Republiqueta das Bananas sul-americana.
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