Como Serão Travadas as Guerras Espaciais? Físicos Fazem Suas Apostas
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado dia (21/10) no site do
Sputnik News Brasil, destacando como serão travadas as guerras espaciais segundo
os físicos. O artigo também informa que na próxima reunião da
OTAN, a ser celebrada no início de dezembro, esta a organização militar infelizmente deverá
declarar o espaço como um "Domínio de Combate", contrariando assim o
Tratado do Espaço Sideral.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Como Serão Travadas as Guerras Espaciais? Físicos Fazem
Suas Apostas
Sputnik News Brasil
21/10/2019 - 13:52
Atualizado em 21/10/2019 - 14:01
© Sputnik / Anatoliy Garanin
Na sua próxima reunião, a ser celebrada no início de
dezembro, a OTAN deve declarar o espaço como um "domínio de combate",
contrariando o Tratado do Espaço Sideral. Quais as consequências e qual o tipo
de combate interespacial que podemos antever?
Os físicos Ian Whittaker e Gareth Dorrian, da
Universidade de Trent em Nottingham, descreveram ao jornal britânico The Conversation como
seriam os combates espaciais que a humanidade irá travar.
Se as estimativas estiverem corretas e a aliança militar OTAN realmente declarar o espaço como um "domínio de
combate", em breve testemunharemos a militarização do espaço, que
poderá ser munido tanto de armas capazes de destruir satélites, como de
armamentos antimísseis espaciais.
Recentemente, a Rússia lançou um satélite comercial capaz
de interagir com outros satélites no espaço. Apesar da missão desse satélite ser pacífica – ele irá fornecer
serviços de manutenção a outros satélites em órbita – os físicos notam que o
lançamento fez soar os alarmes na OTAN.
© AP Photo / Senior Airman Clayton Wear
Força Aérea dos EUA lança o foguete Space X Falcon 9,
dedicado a fazer testes no espaço sideral.
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O fato de uma empresa russa ter a tecnologia indica que,
muito provavelmente, as forças armadas já a detêm há algum tempo. Se um
satélite civil é capaz de manobrar e aproximar-se de outro, um satélite militar
provavelmente pode fazer o mesmo, sem ser detectado, com o intuito realizar uma
sabotagem.
A França também anunciou recentemente o seu empenho na
área: o país anunciou que iria lançar satélites "guarda-costas",
armados com metralhadoras ou com lasers.
Esse anúncio foi feito na esteira da decisão
norte-americana de criar uma Força Espacial, ligada à Força Aérea, em 2018. Foi
dada a largada, e muitas outras nações devem fazer o mesmo.
© AP Photo / Carolyn Kaster
Presidente dos EUA Donald Trump saúda o primeiro
comandante da Força Espacial da Força Aérea do país, observados pelo Secretário
de Defesa Mark Esper, em 29 de agosto de 2019.
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Guerra Eletrônica Espacial
Mas como os combates espaciais se dariam de fato? Um dos
métodos possíveis envolve a irradiação de um intenso feixe de radiação em
micro-ondas contra o objeto inimigo. De fato, isso já foi testado na Terra com
o objetivo de forçar um carro em alta velocidade a parar, desligando todas as
funções elétricas do veículo.
Se essa ideia for aplicada a um satélite, teríamos uma
"arma de irradiação de energia" cósmica. Ela permitiria que uma nação
neutralizasse um satélite de outra sem criar uma grande nuvem de detritos
espaciais. Um ataque desse tipo poderia facilmente passar por um acidente e não
seria difícil para o autor dos disparos negar qualquer envolvimento no
incidente.
Os físicos notaram ainda o uso de interferências de rádio
para inutilizar radares e comunicações. Isto não é uma novidade – as interferências de rádio são utilizadas como arma desde a
Segunda Guerra Mundial.
Ao inundar o receptor de rádio do satélite com nada mais,
nada menos do que ruído, é possível bloquear o recebimento de sinais genuínos e
deixar o sistema do satélite inoperante. É como tentar ver a chama de uma vela
tendo os olhos ofuscados por um farol de carro, descreveram os físicos.
Os satélites são testados com muito cuidado para que não
emitam ruído de rádio. Mas se um satélite "hostil" estiver
relativamente próximo e dirigir as transmissões diretamente contra o satélite,
existe a possibilidade de as comunicações serem completamente interrompidas.
Um cenário de guerra eletrônica deste gênero sendo
travada no espaço provavelmente já figura nas preocupações dos planejadores
militares. Não esqueçamos que as operações em terra de muitas forças armadas
atualmente já dependem de informações obtidas via satélite.
Armas Cinéticas e Satélite Kamikaze
A maneira mais óbvia de atingir um satélite, segundo os
físicos, é lançando um projétil sólido sobre ele. Satélites em movimento são
dotados de alta energia cinética e inércia. Se um objeto se movendo mais
devagar for colocado na trajetória do satélite, o resultado será uma coalisão
bastante devastadora.
Esta estratégia, chamada "assassinato
cinético", já foi empregada para descomissionar satélites e retirá-los
definitivamente de operação. Países como os EUA, a Rússia e a Índia já
demonstraram ser capazes de fazer isso. Tudo o que precisam é de uma plataforma
de lançamento de mísseis em terra que lance um projétil contra o satélite. Mas
se o míssil tiver como alvo um satélite estrangeiro, ele provavelmente seria
detectado pelos radares.
Uma maneira mais sutil seria destruir um satélite próprio
e acertar no satélite inimigo com os detritos espaciais gerados pela explosão.
Algo similar a isso ocorreu em 2007, mas tratou-se claramente de um acidente.
CC
BY 2.0 / NASA Goddard Space
Flight Center / NASA’s Hubble Telescope
Finds Potential Kuiper Belt Targets for New Horizons Pluto Mission
A proliferação de detritos espaciais na órbita terrestre
pode se tornar um dos grandes impeditivos ao desenvolvimento de atividades no
espaço.
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Em relação às armas cinéticas, as metralhadoras são as
que geram maior preocupação, em função do recuo que elas causam. O recuo da
arma pode retirar o satélite de sua trajetória original.
Armas cinéticas não são uma ideia nova e tentativas de
desenvolvê-las já foram feitas no passado. A estação espacial soviética
Salyut-3, por exemplo, estava armada com um canhão de disparo rápido, ainda em
meados da década de setenta.
© Foto/ GPA Photo Archive
O empuxe de uma metralhadora cinética poderia retirar o
satélite de sua trajetória.
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Armas a Laser
Armas a laser já estão sendo consideradas como as ideais
para atacar painéis solares de satélites em órbita. Sem os painéis, os
satélites ficam sem energia e interrompem a comunicação com a Terra.
O recuo de uma arma a laser é muito menor do que o de uma
metralhadora cinética. Além disso, pela ausência de atmosfera, uma arma a laser
funcionaria melhor no espaço do que na Terra.
Um laser poderia ser utilizado para cegar os instrumentos
de um satélite inimigo, reduzindo a eficácia de seus softwares, sejam eles de
interação ou de ataque.
CC
BY 2.0 / GPA Photo
Archive / GPM Core Observatory
O observatório GPM em órbita terrestre. Armas a laser
irão ter como alvo os painéis solares dos satélites.
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Os satélites mais vulneráveis a um ataque seriam aqueles
dedicados à comunicação ou a tarefas de observação. Se temos satélites civis
capazes de produzir imagens com resolução de 30 cm, é muito provável que os
militares farão um trabalho melhor ainda. Um país que for incapacitado de
observar os demais não será capaz de identificar o autor do ataque contra ele.
Como o Espaço Militarizado Iria Parecer Aqui da Terra?
Por causa dos filmes de ficção científica, nós imaginamos
que os lasers espaciais usariam luz visível. Mas as ondas mais curtas que
provavelmente seriam usadas produzem ainda mais energia.
Qualquer observador na superfície terrestre não seria
capaz de ver a guerra espacial ocorrendo muitos quilômetros acima. Os únicos
efeitos visíveis da guerra espacial seriam, provavelmente, os ataques
cinéticos, uma vez que os resíduos espaciais gerados podem eventualmente entrar
na atmosfera, gerando luz.
No entanto, a nossa vida terrestre poderia ser afetada
pela perda de GPS, de serviços de televisão ou mesmo da nossa capacidade de
tirar dinheiro no caixa eletrônico.
Por causa dos filmes de ficção científica, nós imaginamos
que os lasers espaciais usariam luz visível. Mas as ondas mais curtas que provavelmente
seriam usadas produzem ainda mais energia.
Qualquer observador na superfície terrestre não seria
capaz de ver a guerra espacial ocorrendo muitos quilômetros acima. Os únicos
efeitos visíveis da guerra espacial seriam, provavelmente, os ataques
cinéticos, uma vez que os resíduos espaciais gerados podem eventualmente entrar
na atmosfera, gerando luz.
No entanto, a nossa vida terrestre poderia ser afetada
pela perda de GPS, de serviços de televisão ou mesmo da nossa capacidade de
tirar dinheiro no caixa eletrônico.
Armas Nucleares?
O uso de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no
espaço é proibido pelo Tratado do Espaço Sideral e pelo Tratado de Interdição
Completa de Ensaios Nucleares. Mas este último não foi ratificado por países
nucleares como os Estados Unidos, a China, Índia, Paquistão, Israel ou Coreia
do Norte.
Um número limitado de testes nucleares no espaço foi
feito na década de sessenta, como por exemplo o teste Starfish Prime, realizado
pelos EUA em 1962. Como consequência destes testes, se formaram anéis
radioativos ao redor da Terra, detectáveis por anos, gerando risco considerável
aos astronautas. Esses anéis também foram os responsáveis por incapacitar
alguns satélites que orbitavam em altitude baixa.
Considerando os resultados de testes como o Starfish
Prime, os físicos consideram que algumas poucas explosões nucleares seriam o suficiente para
impossibilitar atividades espaciais por muitas décadas.
Aproveitando a menção ao Tratado do Espaço Sideral de
1967, assinado e ratificado pelo Brasil em 1969, os estudiosos lembram que o
tratado não permite a militarização do espaço, que é considerado zona de paz e
patrimônio de toda a humanidade.
Fonte: Site Sputniknews Brasil - http://br.sputniknews.com
Comentário: Pois é leitor, apesar de ser uma notícia
muito ruim e tremendamente indesejável, infelizmente somos obrigados a conviver
com a já esperada realidade dos fatos, deixando a ingenuidade de lado e sem esquecer
de lembrar a todos a estupidez humana, para quem sabe um dia fazer com que essa
espécie estupida amadureça antes de se autodestruir. Que isto sirva de alerta
as Forças Armadas brasileiras, que seus estrategistas entendem definitivamente
que a guerra convencional ficou para trás e que o país (a titulo de defesa)
precisa investir pesado em tecnologia espacial, não só aumentando os recursos
para o setor, bem como melhorando os serviço de inteligência e contra inteligência
do país, realizando melhores gestões em seus institutos de pesquisa, se antenado
com o novo modelo New Space, cobrando eficiência, seriedade, compromisso e inovação
de seus fornecedores nacionais e estrangeiros e se esforçado para cobrar do
governo uma politica realmente efetiva e antenada com o desenvolvimento do
setor, ou então seremos simplesmente suplantados pelas nações que caminharem
nesta direção, o que nos colocará em grande risco. Abram o olho.
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