Foguetes Espaciais Brasileiros no Amapá

Olá leitor!

Curioso o título dessa nota, né? Você sabia disso? Pois então, é isso mesmo, saiba que nos primórdios do Programa Espacial Brasileiro (PEB), era do interesse do governo instalar uma Base Brasileira de Lançamentos de Foguetes no estado do Amapá, e não em Parnamirim-RN como ocorreria pouco anos depois.

Pois é leitor, como você mesmo pode atestar abaixo, nessa pequena notícia postada na edição do Jornal Correio Riograndense, de Caxias do Sul (RS), do dia 18 de agosto de 1961, o Governo do Presidente Jânio Quadros planejava dá inicio as atividades espaciais no Brasil instalando essa base de lançamento de foguetes no Amapá, e inicialmente importar foguetes dos EUA e da antiga URSS, para no futuro avançar com a fabricação de foguetes pela indústria nacional. Porém poucos dias depois, em 25/08, ele renunciaria a Presidência da República.


Vale lembrar que no final das contas, a Base acabou sendo inaugurada no Governo do Presidente Humberto Castelo Branco alguns anos depois, mais precisamente em outubro de 1965, e não no Amapá, mas em Parnamirim-RN com o curioso nome de Campo de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI), nome este que anos mais tarde seria mudado para o nome que conhecemos hoje. Os foguetes americanos realmente vieram, e com eles também alguns franceses, mas não há registro de que foguetes soviéticos tenham sidos lançados desta base.

Quero aqui agradecer ao nosso leitor Bernardino Silva por ter nos enviado esta curiosa notícia que faz parte da história das atividades espaciais brasileiras e que até então, era de nosso desconhecimento.

Duda Falcão

Comentários

  1. Logística complicada, mas seria muito interessante uma base de lançamentos no Amapá. Talvez melhor do que o Amapá, apenas no norte do Pará, no arquipélago de Marajó, especificamente na Ilha Caviana, que fica exatamente na linha do Equador, latitude zero! Se assim fosse feito desde o princípio, hoje esta ilha talvez fosse extremamente desenvolvida. Mas a logística seria complicada devido a distância dos grandes centros, necessidade de vários transbordo, necessidade de atravessar a desembocadura do Rio Amazonas, onde acontece a pororoca, o extremo calor, o regime inclemente de chuvas no fim e começo do ano, além da infinidade de animais selvagens e insetos. O mesmo pode-se dizer do Amapá. Então, em tese seria bom, mas seria necessário bons estudos de viabilidade, primeiro. No Maranhão, pelo menos, você pode ir de caminhão por estradas a partir de praticamente todo Brasil. Mas o Maranhão fica ao sul do equador. Duda, há diferença entre lançar foguetes ao espaço, de bases ao leste do continente, a partir do norte do equador e a partir do sul do equador? Ou é a mesma coisa? Eu pergunto isto porque o redemoinho, aquilo que se forma quando você deixa vazar a água pelo ralo de uma pia, por exemplo, ao norte gira para um lado e ao sul, para outro lado. Isto influencia em algo? Alguma vez os Russos disseram que a base de Alcântara está em um lugar errado?

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  2. Para ser sincero, a respeito do questionamento que eu fiz sobre se há diferença entre uma base de lançamentos ao norte e ao sul do equador, eu "acredito" que não há diferenças. Mas você sabe quando uma coisa fica martelando na cabeça? Eu ainda não consegui encontrar uma resposta convincente.

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