Poeira Lunar Pode Representar Perigo aos Futuros Exploradores Espaciais
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (22/10) no site “Canaltech” destacando que a Poeira
Lunar pode representar perigo aos futuros Exploradores Espaciais.
Duda Falcão
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Poeira Lunar Pode Representar Perigo aos Futuros
Exploradores Espaciais
Por Patrícia Gnippe
Canaltech
Fonte: Space.com
22 de Outubro de 2019 às 08h15
A Lua voltou a ser objeto espacial de interesse não
somente por parte da NASA, como de agências espaciais e empresas
privadas em diversos países. Apesar de relativamente pouco explorada desde o
fim do programa Apollo, a Lua nos forneceu conhecimentos científicos
suficientes nas últimas décadas para que, agora, possamos retornar para lá e,
além de fazer muito mais descobertas contando com as tecnologias mais modernas,
também darmos um passo além: a permanência constante de humanos no satélite natural
da Terra. Mas, entre os diversos perigos que esses exploradores encontrarão,
está a poeira lunar.
John Cain, especialista britânico sobre riscos da
exploração lunar e consultor independente de saúde de astronautas, levanta a
questão. Ele foi o primeiro cientista a definir a nova disciplina científica
chamada de "higiene astronáutica", que é um ramo da medicina
ocupacional para controlar os riscos que astronautas enfrentam no espaço.
Ele diz que "é essencial que a natureza da poeira
lunar seja conhecida, bem como seus efeitos no corpo sejam compreendidos, além
das rotas de exposição identificadas e os meios para reduzir a exposição sejam
resolvidos". E, bem, nações como Estados Unidos, Reino Unido, China,
Rússia, Índia e a União Europeia já vêm trabalhando neste tipo de estudo.
Na época das missões Apollo, os astronautas tiveram de
lidar com a poeira lunar de um jeito bastante precário, e Buzz Aldrin, da Apollo 11, chegou a
contar que "quanto mais tempo você passa lá, mais fica coberto com poeira
lunar em seu capacete e botas". Gene Cernan, da Apollo 17, levantou que
"a poeira provavelmente é um dos maiores inibidores de uma operação lunar".
(Foto: NASA)
Gene Cernan, da Apollo 17, coberto por poeira lunar em
seu traje espacial.
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Esses astronautas que visitaram a superfície lunar entre
1969 e 1972 confirmaram a natureza abrasiva da poeira, e Aldrin disse que essa
poeira lunar cheirava "como carvão queimado ou algo semelhante a cinzas em
uma lareira, especialmente se você borrifar um pouco de água nela".
Harrison Hagan "Jack" Schmitt, da Apollo 17, chegou até a ter sua saúde
afetada por conta disso: ele teve o primeiro caso registrado do que foi chamado
de febre do feno extraterrestre, sentindo uma reação que fez com que as placas
de cartilagem em suas paredes nasais inchassem significativamente.
Caim ressalta que o regolito lunar contém vários tipos de
poeira reativa, incluindo dióxido de silício,
óxido de ferro e óxido de cálcio. E, bem, o dióxido de silício é altamente
tóxico: aqui na Terra, poeiras contendo esta substância são responsáveis pela
silicose, doença pulmonar que representa até mesmo risco de morte. Caim explica
ainda que "a localização da deposição de partículas de poeira nos pulmões
dependerá do tamanho das partículas, com as nanopartículas penetrando
profundamente nos pulmões; a menor gravidade da Lua terá um impacto
significativo no local onde as nanopartículas são depositadas e os efeitos
subsequentes à saúde na exposição".
Sendo assim, pesquisas visando os efeitos da exposição
humana a essas nanopartículas em um ambiente de baixa gravidade são essenciais
para entender o risco de astronautas desenvolverem problemas pulmonares, e
também é preciso descobrir maneiras de controlar a exposição humana à poeira
lunar. Medidas como trajes espaciais com baixa retenção e poeira e técnicas de
separação dos elementos que compõem a poeira podem ser uma solução à vista.
(Foto: NASA)
Ainda, "os insights aprimorados sobre a fisiologia e
a medicina humana, em particular a respiração em um ambiente de baixa
gravidade, trarão benefícios potenciais na Terra — por exemplo, no
desenvolvimento de novos meios para fornecer medicamentos e no desenvolvimento
de novos tratamentos", de acordo com Cain.
O especialista completa com o seguinte: indivíduos com a
composição genética necessária para resistir à radiação e os impactos a longo
prazo da microgravidade terão uma vantagem e tanto nas viagens lunares. Além
disso, Cain levanta a ideia de que o estabelecimento de assentamentos
permanentes na Lua vai exigir o desenvolvimento de legislações de saúde e de
segurança que hoje não existem, tudo para garantir que os astronautas trabalhem
em condições realmente seguras. "Haverá a necessidade de desenvolver
estabelecimentos de treinamento, educação e pesquisa, e o desenvolvimento de
vacinas para combater o potencial surgimento de micróbios patogênicos nos
assentamentos devido a mutações", afirma.
Fonte: Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Comentário: Pois é leitor, essa é uma dificuldade que os
futuros exploradores espaciais terão de enfrentar, faz parte.
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