Pesquisadora Brasileira Atuou em Projetos de Jipes de Marte
Olá leitor!
Segue uma interessante
matéria postada hoje (02/12) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando
que pesquisadora brasileira da NASA atuou em projetos de Jipes de Marte.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Na NASA há 24
Anos, Brasileira atuou
em projetos de jipes de Marte
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
02/12/2012 - 05h03
Na madrugada do
último dia 6 de agosto, em Pasadena, na Califórnia, dezenas de cientistas da NASA
acompanhavam apreensivos a chegada do jipe-robô Curiosity ao solo de Marte. A
imagem desse time comemorando o sucesso da aterrissagem com gritos e abraços
correu o mundo. Uma brasileira, no entanto, preferiu não estar lá.
Reuters
A brasileira trabalhou no projeto do jipe-robô Curiosity |
"Resolvi
deixar espaço para a nova geração. Eu já vivi tudo isso, agora chegou a vez da
renovação", diz a engenheira carioca Jacqueline Lyra, 50, que chefiou o
controle de temperatura da missão, mas escolheu assistir à chegada do jipe
longe dos holofotes, com a família e outros cientistas no Caltech (Instituto de
Tecnologia da Califórnia).
Funcionária da NASA
há 24 anos, Jacqueline é uma espécie de rainha de Marte.
Das oito sondas
que conseguiram realizar a difícil aterrissagem no planeta vermelho, quatro
tiveram a participação dela: o pequeno Sojourner, em 1997, os robôs gêmeos
Spirit e Opportunity, em 2004, e agora o Curiosity.
Da primeira vez
que "chegou" ao planeta vermelho, em 1997, Jacqueline deu um jeito de
levar um pouquinho do Brasil até lá. Ela virou notícia ao colocar o samba
"Coisinha do Pai" para tocar em plena superfície marciana.
"A Jackie é
extremamente talentosa, e as pessoas na NASA têm um carinho muito grande por
ela. Ela tem um jeitinho brasileiro que faz toda a diferença", diz Paulo
de Souza, cientista brasileiro que trabalha em projetos da NASA ligados à
Marte.
Mesmo não
estando fisicamente nos laboratórios da agência, Souza, que hoje é professor na
Universidade da Tasmânia (Austrália), diz que é como se a equipe dos projetos
ligados a Marte fosse uma "grande família", com todos torcendo pelo
sucesso dos companheiros.
UM ANO DEPOIS
Na última
terça-feira, exatamente um ano após o lançamento de sua última empreitada, o
Curiosity, a engenheira esteve no Brasil para falar do projeto, no evento
LatinDisplay, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Marte é
considerado o Triângulo das Bermudas do Sistema Solar, com mais de dois terços
das missões com destino ao planeta tendo se perdido pelo caminho ou
simplesmente não funcionando ao chegar lá.
Por isso, o
jipão atual da NASA, que é do mesmo tamanho de um utilitário aqui da Terra, é
tão importante. São dez instrumentos e 17 câmeras esmiuçando o lugar em busca
de pistas de que possa ter existido vida por lá.
"Eu fico
arrepiada toda vez que vejo o vídeo do pouso e penso no desafio que foi chegar
até lá", conta Jacqueline, em uma conversa em que o leve sotaque carioca
se mistura a expressões em inglês.
Moacyr Lopes
Junior/Folhapress
A engenheira da Nasa Jacqueline Lyra, durante seminário de tecnologia no Mackenzie. |
A ida para os EUA, feita em 1981, era para durar apenas um
mês, mas acabou se estendendo até hoje.
"Eu queria ser astronauta, fazer algo ligado ao
espaço. Para isso, eu sabia que precisava entrar em uma faculdade de engenharia
aeroespacial. Mas no Brasil, no fim da década de 1970, não havia opções para
uma mulher que quisesse fazer isso. Os institutos militares, que tinham cursos
da área, não aceitavam meninas", explica.
EXPERIMENTO
Como tinha um irmão que morava nos EUA, Jacqueline decidiu
passar uma pequena temporada com ele para "ver como era" a vida por
lá. Acabou ficando, formando-se pelo Instituto de Tecnologia de Nova York e, em
1988, entrando para os quadros da NASA.
No Laboratório de Propulsão a Jato da agência, dedicou boa
parte de seu trabalho ao planeta vermelho, com exceção de um breve período
focando em Saturno.
A engenheira fala com empolgação do projeto do Curiosity,
mas diz que agora os esforços estão mesmo concentrados na próxima missão
marciana, que deve acontecer entre 2018 e 2020.
"O grande sonho é conseguir trazer de volta à Terra
alguma amostra de material."
Sobre os boatos que rondam o próximo anúncio da missão,
descrito como "revolucionário" por fontes da NASA, a carioca
desconversa.
"Também estou curiosa para saber do que se
trata."
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 02/12/2012
Comentário: Gostaríamos de agradecer ao leitor paulista José Ildefonso pelo envio dessa matéria.
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