Transistor 3D é Fabricado no Brasil Pela Primeira Vez
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (13/12) no site da “Agência
FAPESP” destacando que Transistor 3D foi fabricado no Brasil pela primeira vez.
Duda Falcão
Especiais
Transistor 3D é Fabricado no
Brasil Pela Primeira Vez
Por Karina Toledo, de Salamanca
13/12/2010
Agência
FAPESP – O
surgimento de um novo tipo de transistor, conhecido como FinFET ou transistor
3D, poderá revolucionar a eletrônica e abrir caminho para uma nova geração de
computadores, smartphones, tablets, televisores e outro
equipamentos com maior capacidade de processamento e de memória, porém menores
e mais leves.
Um grupo de
pesquisadores coordenado por João Antônio Martino, da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (USP), conseguiu, pela primeira vez no Brasil,
desenhar e fabricar um protótipo do gênero.
O anúncio
foi feito nesta quarta-feira (12/12), durante o evento “Fronteras de la Ciencia – Brasil y
España en los 50 años de la FAPESP.
O simpósio
integra as comemorações dos 50 anos da FAPESP e reúne, nas cidades de Salamanca
(10 a 12/12) e Madri (13 e 14/12), pesquisadores do Estado de São Paulo e de
diferentes instituições de ensino e pesquisa do país ibérico, em uma
programação intensa, diversificada e aberta ao público.
“Todos os
equipamentos eletrônicos possuem um circuito formado por transistores
interligados para um determinado fim. Quanto melhor o transistor, melhor o
circuito, ou seja, maior é sua capacidade de processamento e de memória”, disse
Martino à Agência FAPESP.
Formado
basicamente por silício – que atua como base semicondutora –, metal e
isolantes, esse componente eletrônico serve para amplificar ou interromper
sinais elétricos.
Os modelos
tradicionais são montados e interligados de forma horizontal, deixando portas
para a passagem da corrente elétrica apenas na face superior. Já os do tipo
FinFETs, além de consideravelmente menores, são dispostos na vertical.
“Além de
permitir colocar mais transistores na mesma área de silício, a disposição
vertical possibilita colocar portas para a passagem de corrente elétrica nas
duas laterais e na parte de cima. Isso mais do que dobra a capacidade de
processamento”, disse Martino.
Grupos de
pesquisa de diversos países têm se dedicado na última década a desenvolver a
tecnologia para a fabricação desses componentes. Em 2012, a Intel lançou a
linha de processadores Ivy Bridge, primeiro produto comercial que conta com
transistores 3D.
“Agora, o
Brasil também domina essa tecnologia. No mês de novembro, conseguimos fabricar
os primeiros FinFETs totalmente desenvolvidos no país”, disse Martino.
A pesquisa
contou com apoio da FAPESP e parceria de cientistas da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e do Centro Universitário da FEI.
O Projeto
Temático teve início em 2009, mas antes disso o grupo já vinha estudando o
funcionamento de transistores 3D fabricados no exterior.
“Primeiro
era preciso entender seu comportamento elétrico. Depois investigar como ele
reagia diante de condições especiais, como altas temperaturas, baixas
temperaturas ou radiação. Isso tudo para descobrir quais eram as aplicações
possíveis para esse tipo de componente. Só então começamos a tentar
fabricá-lo”, contou Martino.
Parceria com
Indústria
Agora, o objetivo
é iniciar um novo projeto para tentar aperfeiçoar o protótipo brasileiro, que
tem 50 nanômetros (nm) de largura, 100 nm de altura e 1.000 nm de comprimento.
Para ter um parâmetro de comparação, um fio de cabelo tem espessura aproximada
de 80.000 nm.
“Ainda é uma
versão simplificada, com apenas três camadas. Os circuitos da Intel têm entre
15 e 20 camadas. Mas, a partir desse protótipo, podemos evoluir até onde for
necessário”, disse Martino.
As camadas,
explicou o pesquisador, determinam o layout dos materiais que compõem o
transistor. “A mistura de semicondutor, metal e isolante forma um transistor.
Para dar o desenho e definir onde cada um fica, usa-se a máscara, processo
fotográfico bastante sofisticado e caro.”
A
simplificação desse processo, explicou Martino, foi necessária para obter os
primeiros dispositivos. “Não tenho conhecimento de nenhum outro grupo que tenha
feito um transistor com tamanha complexidade e um número tão pequeno de
máscaras. Isso também é difícil”, disse.
O próximo
passo, segundo o pesquisador, é aperfeiçoar o modelo de FinFET. “Por enquanto,
ele está com um perfil acadêmico. Fomos até onde era possível em nível de
pesquisa. Agora, precisamos de parceria com a indústria para desenvolver um
modelo de uso comercial”, destacou.
Fonte: Site da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP)
Comentário: Não sou profissional da área, mas acredito
que essa notícia de alguma forma possa ser interessante para os profissionais
que atuam no Programa Espacial Brasileiro.
É impressionante, fico encantado com notícias como essa que são cada vez mais comuns no Brasil, obrigado Duda pela informação, adoro seu blog.
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