Brasileiros Colab. na Pesquisa Ganhadora do Nobel de Física
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (21/12) no site do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que físicos brasileiros
participaram da pesquisa ganhadora do Nobel de Física desse ano.
Duda Falcão
Brasileiros
Colaboram na Pesquisa
Ganhadora do Nobel de Física
21/12/2012 - 15:16
Os pesquisadores brasileiros
Luiz Davidovich e Nicim Zagury, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) fazem parte do grupo de cientistas que descobriu métodos inovadores para
medir e manipular sistemas quânticos individuais. Esse trabalho recebeu o
Prêmio Nobel de Física, entregue na semana passada, em Estocolmo, durante a cerimônia
de premiação realizada anualmente pela Real Academia Sueca de Ciências.
A pesquisa, comandada pelo marroquino (naturalizado francês) Serge
Haroche, do Collège de France, e pelo americano David J.Wineland, da
Universidade do Colorado, desenvolveu formas de medir partículas quânticas (de
escala minúscula) sem destruí-las.
Luiz Davidovich, que iniciou a colaboração com Haroche, em 1986, em
Paris, conta que os trabalhos desenvolvidos pela dupla homenageada permitiram
controlar, por exemplo, a interação de um único átomo com um fóton, experimento
considerado impensável há 50 anos, como escreveu, em 1952, o físico austríaco
Erwin Schrödinger, um dos fundadores da física quântica (teoria física que
estuda sistemas físicos com dimensões próximas ou abaixo da escala atômica,
como moléculas, átomos, elétrons, prótons).
“Isso era tão improvável quanto criar um ictiossauro [répteis marinhos
extintos do período Triássico e que podiam atingir 15 metros de altura] num
jardim zoológico", compara o pesquisador brasileiro. “Então o Prêmio Nobel
foi dado pelo desenvolvimento do que poderíamos chamar de tecnologias quânticas
e que levaram ao controle desses sistemas individuais”, acrescenta.
No trabalho de Serge Haroche, foram desenvolvidos espelhos especiais,
que permitiram construir cavidades, como se fossem caixas, capazes de armazenar
fótons por um longo período, com o posterior envio e interação com um átomo. Já
o Wineland conseguiu aprisionar átomos em armadilhas eletromagnéticas e fazer
com que um único átomo interaja com feixes de laser de maneira controlada.
A perspectiva é de se utilizar as tecnologias na área de segurança da
informação (criptografia quântica) e na criação de computadores
avançados. Davidovich cita, como exemplo, o caso de uma votação realizada
em Genebra, Suíça, em que os dados de cada urna foram transportados para a
central, via eletrônica, usando métodos de proteção de informação desenvolvidos
recentemente, que aproveitaram propriedades da física quântica. Outra aplicação
seria para computadores quânticos: muito mais rápidos que os atuais e capazes
de resolver problemas hoje considerados impossíveis com os equipamentos
existentes.
Colaboração Brasileira
O professor de física da UFRJ e membro da Academia Brasileira de
Ciências (ABC) trabalhou em conjunto com o pesquisador francês no
desenvolvimento de um dispositivo chamado micromaser - uma espécie de laser que
funciona na região de microondas microscópica, com poucos átomos e fótons, de
cada vez, com propriedades quânticas consideradas interessantes pelos
estudiosos do assunto.
Após a experiência em 1986, o brasileiro retornou, várias vezes, à
França, e Haroche também veio ao Brasil; o que resultou em novas propostas de
experimentos, tendo a colaboração de outro pesquisador brasileiro, o físico
Nicim Zagury, da mesma universidade. Ainda, o professor titular do
Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Alberto
Nussenzveig, fez a sua tese de doutorado num dos grupos do pesquisador francês.
“Então há um histórico de colaboração dos físicos brasileiros com o
grupo de Serge Haroche, em Paris. O prêmio coroou uma série de trabalhos e
aponta para a importância dessa linha de pesquisa”, observa Davidovich. Para o
físico, as tecnologias utilizadas abrem a possibilidade de aprofundamento no
estudo da física quântica, que levou ao desenvolvimento dos lasers, dos
transistores -que resultaram nos computadores atuais – e dos materiais de
supercondutores.
Brasil no caminho.
Para Davidovich, o Brasil pode trilhar o caminho rumo à conquista de um
Prêmio Nobel, mas, para isso, precisaria tomar medidas no sentido de facilitar
esse caminho. Uma delas passa pela melhoria do sistema de educação básica para
possibilitar que mais brasileiros participem dessa corrida. “Nós temos milhões
de cérebros no Brasil desperdiçados e que poderiam estar contribuindo para o
nosso desenvolvimento científico e tecnológico; esse é um fator de obstáculo
para o país”.
Ele cita exemplos de países, como a França, os Estados Unidos e a
Alemanha, que têm conquistado prêmios e conseguido isso por meio de um processo
de focalização. “Eles têm instituições de pesquisa diferenciadas que permitem
atender não só uma grande massa de pessoas que querem ter uma educação de nível
superior, mas também dar atenção especial e encaminhamento adequado aos
estudantes mais talentosos”.
O físico também reconhece a evolução da ciência no Brasil, nos últimos
anos, quando o governo passou a dar maior apoio à pesquisa e a utilizar fundos
setoriais. Isso refletiu, segundo ele, num crescimento apreciável da pesquisa
no Brasil. “Se continuarmos neste processo de apoio consistente e
contínuo à ciência do país, nós vamos chegar lá”, previu.
Para o pesquisador, o programa Ciência sem Fronteiras (CsF), do governo
federal, é uma das ações que podem contribuir neste processo. A iniciativa –
que visa conceder 101 mil bolsas a estudantes brasileiros no exterior até 2015,
além de promover o intercâmbio de pesquisadores - é executada pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
Para se alcançar o êxito esperado, ele considera fundamental o
acompanhamento dos participantes ao retornarem ao país, a oferta de
laboratórios bem equipados e empresas dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento
para que eles possam trabalhar. “Então é preciso desenvolver essa
infraestrutura de modo conveniente para que possamos aproveitar o que eles
aprenderam lá fora”.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Comentário: Grande notícia para a Física Brasileira e os
físicos desse país estão de parabéns. Estou vibrando com essa notícia e também
acredito num Prêmio Nobel para o Brasil em breve, talvez até antes de eu passar
dessa para o chamado mundo espiritual. Vamos ver.
Aí está outra prova clara da má gerencia dos sucessivos governos. O Brasil tem potencial para ganhar um Nobel, é um país enorme, conhecido por ter gente criativa, tem ótimos profissionais em várias áreas de trabalho, mas a falta de apoio tem deixado o Brasil escapar esse reconhecimento. Também acredito que virá um Nobel para o Brasil não tardará muito.
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