Os R$ 189 Milhões São Mesmo Para Obras no CLA
Olá leitor!
Recentemente divulgamos aqui a nota “CLA Receberá Investimento de R$ 189 Milhões da União para Complexo Espacial”, nota essa que gerou um pequeno debate entre os leitores sobre
o destino desse recursos. Os mesmos seria direcionados ao Cento de Lançamento
de Alcântara (CLA) ou para as obras do sitio de lançamento da mal engenhada empresa
binacional “Alcântara Cyclone Space”? (vamos lá gente, vamos assinar a Petição e
divulgá-la, o vídeo informativo está no Canal do Blog no Youtube)
Pois bem, foi
divulgado ontem (11/12) no “Jornal
da Ciência” que a Câmara Federal aprovou R$ 799 milhões em
emendas para diversos projetos e entre eles o tais R$ 189 Milhões para a Base de Alcântara. (veja a notícia: "Câmara Aprova R$ 799 milhõe sem Emendas para Bolsas de Extensão, CVTs, Alcântara e base na Antártica").
Acontece leitor que existem
indícios de que as obras podem estar realmente relacionadas como as
necessidades do CLA e não desse desastre chamando ACS.
Abaixo trago para você leitor fotos de quais provavelmente
seriam essa obras.
Setor de Comando e Controle do CLA já construído
Obras no Setor de Comando e Controle
do CLA a Serem
realizadas
Setor de Preparação e Lançamento do CLA já construído
Obras no Setor de Preparação e Lançamento
do CLA
a serem realizadas
Complexo Aeroportuário do CLA já construído
Obras no Complexo Aeroportuário
do CLA a serem
realizadas
Bom, além disso, trago para você também o que
parece ser a nova Carteira de Projetos do Novo PNAE fantasma.
Nova Carteira de Projetos do Novo PNAE – Satélites
Nova Carteira de Projetos do Novo PNAE
Veículos
Lançadores de Satélites
Pelo que você mesmo pode notar leitor, alguns
desses prazos como de costume já desceram pelo ralo e novos prazos deverão ser
estabelecidos.
Agora vamos falar sério, Satélites:
CBERS-3 - Em minha opinião, até o momento o maior
fracasso do Programa CBERS e sinceramente estou temeroso quanto ao seu destino
final no espaço, já que nesse país de m... à política sempre fala mais alto e
pode atrapalhar as providências do INPE, pressionado que o satélite seja
lançando antes de serem feitas as modificações necessárias com segurança, mesmo
que os chineses venham interferir.
ITASAT-1 – Bom leitor, as informações não oficiais
que tenho é que esse projeto está sofrendo dificuldades de desenvolvimento e
seria bom que o coordenador do projeto viesse a público explicar o que está acontecendo.
IBAS – Lamento dizer aos amigos sul-africanos (os
mais interessados no projeto) que em minha opinião esse satélite só sairá do
papel se houver forte pressão política do governo da África do Sul (e mesmo assim
o seu lançamento não será em 2013, talvez daqui uns quatro anos), caso contrário, os energúmenos
de Brasília irão cozinhar vocês direitinho em Banho Maria.
CBERS-4 – O lançamento desse satélite em 2014 dependerá
das providências a serem tomadas pelo INPE no projeto do CBERS-3, já que o
CBERS-4 é uma cópia idêntica de seu irmão e evidentemente tem os mesmos problemas
apresentados pela versão 3.
Amazônia-1 – Esse satélite é a maior novela do
Programa Espacial Brasileiro na área de satélites. Uma verdadeira mistura de
falta de vontade política, incompetência, dificuldade tecnológicas, boicote de
órgãos públicos, um grande exemplo de como não se deve conduzir um programa de
desenvolvimento de um satélite para qualquer instituição de pesquisa ao redor
do mundo. Vai ser lançado em 2014? Creio que nem Nostradamus tem essa resposta,
mas em minha opinião, não será.
GEO-COM (SGDC) – Esse satélite caminha aos
trancos e barrancos para ser desenvolvido e lançado, mas não em 2014, esse
prazo como venho dizendo há tempos era irreal e com objetivo político. Na verdade
se a construção desse satélite for iniciada em janeiro de 2013 (e não será) e
se a liberação de recursos não sofrer boicote dos ministérios do Planejamento e
da Fazenda, o mesmo deverá ficar pronto para ser lançado lá no final de 2015 ou
inicio de 2016, e olhe lá.
Amazônia-1B – Esse satélite é uma cópia idêntica do
Amazônia-1, e seu lançamento está diretamente atrelado à finalização do primeiro
satélite. Se isso acontecer e houver dinamismo e seriedade, o mesmo pode ser
lançado um ano após o outro.
Sabia-MAR – Outra novela longa do Programa
Espacial Brasileiro. Teve seu acordo assinado com a Argentina pela primeira vez
em 1988, e por diversas vezes foi tema de discussão sem que o projeto saísse do
papel. Em maio de 2010 noticiou-se que seria iniciada a ‘Fase A’ do projeto,
mas a realidade é que o projeto só foi retomado (aparentemente) em recente
reunião realizada em Buenos Aires. Não acredito que o mesmo seja lançado em
2016 e tenho dúvidas se realmente será lançado um dia, pelo menos com a participação do Brasil.
GEO-MET - Creio que esse satélite se trate do
projeto do GPM, projeto esse de uma constelação de satélites meteorológicos
liderado pela NASA e pela JAXA japonesa, onde o Brasil participaria com o
desenvolvimento de um satélite baseado na PMM e chamado de GPM-BR. Difícil de
acreditar que essa história acabe num satélite, mas vamos vê no que dá.
Amazônia-2 – Bom, o Amazônia-1 já tem 32 anos de
desenvolvimento. Façam suas apostas.
SAR – Na verdade o Brasil já deveria ter
desenvolvido um satélite radar de abertura sintética há muito tempo se os
projetos que surgiram na década de 90 e posteriormente (como o MAPSAR e
CBERS-SAR) tivesse saído do papel. Nada levam-me acreditar que isso venha
acontecer, e muito menos em 2018.
GEO-COM-2 (SGDC-2) – Esse satélite deverá
substituir o primeiro SGDC, e segundo os planos do governo, com uma
participação tecnológica maior da indústria brasileira no seu desenvolvimento.
Para mim esse projeto é uma incógnita muito grande e tudo dependerá do sucesso
ou não do primeiro satélite e principalmente das decisões do governo.
Já os Veículo Lançadores de Satélites:
VLM-1 - Para mim esse projeto já é uma realidade
e só mesmo uma catástrofe (cagada política) poderá impedir que o mesmo venha
ser lançado de Alcântara com o SHEFEX III, mas não em 2014, e sim em 2016. O
IAE quer, a indústria brasileira envolvida no projeto quer, o DLR quer (apoiando inclusive financeiramente), a comunidade científica
quer e precisa, e a pressão é muito forte para que não aconteça com esse
foguete o que aconteceu com o VLS-1.
VLS-1 - É preciso que o leitor entenda que o IAE
está usando o projeto do VLS-1 como meio de qualificação de tecnologias que o Brasil
começa a dominar para serem usadas no VLS-Alfa, mas até onde sei não tem pretensão
de dar continuidade nesse projeto após o lançamento do VLS-1 VO4. No voo do “VLS-1
VSISNAV” o IAE estará qualificando em voo o SISNAV (Sistema de Navegação), as
Redes Elétricas do veículo e a separação da parte baixa (primeiro e segundo
estágio) e os outros estágios estarão inertes. Já no voo "VLS-1 XVT-02", o IAE
estará qualificando a parte de cima do foguete e sua interação com a parte de
baixo e todos os seus subsistemas. Finalmente no voo do “VLS-1 VO4”, ai sim o
IAE estaria qualificando o foguete completo, inclusive com um satélite a bordo,
e se bem sucedido o lançamento, provando que a tecnologia funciona e a sua
viabilidade para aplicação no VLS-Alfa.
VLS-Alfa – O projeto do VLS-Alfa está em
andamento através das atividades com o VLS-1 e com o projeto do motor-líquido
L75 em desenvolvimento na Divisão de Propulsão do IAE. Assim sendo, o motor L75,
o SISNAV, as Redes Elétricas e outras tecnologias empregadas no projeto do
VLS-1, são fundamentais para a conclusão do veículo. Pessoalmente acredito se o
cronograma do VLS-1 não sofrer mais atrasos, e houver seriedade nos próximos
anos dos “Cabecinhas de Panetone”, o VLS-Alfa poderá mesmo ser lançado entre os
anos de 2016 e 2017.
VLS-Beta – Esse projeto é
mais complicado e segundo o Brig. Kasemodel (diretor do IAE), o instituto espera
poder realizar o seu Ante-Projeto em 2013. Como o leitor pode observar na foto,
o VLS-Beta é mais robusto (gordo) que o VLS-Alfa, e isso acontece devido o
mesmo utilizar outro motor-foguete sólido de 40 toneladas chamado de “P40”, que
deverá ser ainda desenvolvido pelo IAE, um grande salto tecnológico, já que o
motor-foguete S50 do VLM-1 (maior motor em fabricação no Brasil) tem apenas 11
toneladas. O prazo de seu lançamento é ainda uma incógnita, mas espero que
ocorra antes de 2020. Se vivêssemos num país sério e comprometido com os
interesses de nosso povo, era só estabelecer um prazo razoável e correr atrás
desse objetivo, mas infelizmente sabemos que no Brasil as coisas não ocorrem
dessa maneira.
Cyclone-4 – Esse foguete é
um desastre comercial, financeiro, tecnológico e ecológico. Em nada ou quase
nada (talvez alguma coisa na área educacional) essa iniciativa beneficia ao nosso
país. Se não vejamos:
Comercialmente a empresa ACS não tem o dinamismo necessário, a experiência e agilidade costumeira encontrada nas empresas que prestam serviços nesse pequeno e competitivo mercado, devido à mesma ser um mastodonte estatal engessado, fora o fato do seu produto não atender o mercado ao qual pretende atuar (geoestacionário) , já que o foguete Cyclone-4 não tem capacidade para colocar as cargas úteis que normalmente são lançadas em órbita geoestacionária.
Comercialmente a empresa ACS não tem o dinamismo necessário, a experiência e agilidade costumeira encontrada nas empresas que prestam serviços nesse pequeno e competitivo mercado, devido à mesma ser um mastodonte estatal engessado, fora o fato do seu produto não atender o mercado ao qual pretende atuar (geoestacionário) , já que o foguete Cyclone-4 não tem capacidade para colocar as cargas úteis que normalmente são lançadas em órbita geoestacionária.
Financeiramente porque o
seu parceiro ucraniano não tem capacidade de investimento (como vem
demonstrando) deixando o Brasil numa ciranda onde cada dia que passa a
diferença de investimento entre os dois países aumentam contra o Brasil,
enquanto na Ucrânia milhares de empregos são gerados as custas do erário
público brasileiro.
Tecnólogico porque a tecnologia
usada é ultrapassada e o acordo em momento algum prevê a transferência de
tecnologia ou desenvolvimento conjunto entre a Ucrânia e o Brasil. Indo inclusive
de encontro a uma política que vem sendo adotada pelo Ministério da Defesa de
só assinar acordos com outros países que envolvam transferência ou
desenvolvimento conjunto de tecnologia, o que é um tremendo de um contrassenso.
Ecológico porque o
lançamento desse foguete tóxico (movido a Hidrazina) na região de Alcântara, lançará
toneladas dessa substância a cada voo trazendo consequências imprevisíveis ao
meio ambiente e a saúde da população local em médio e longo prazo, sem levar em
conta o risco de acidentes, que dependendo de sua gravidade, poderia matar
milhares de pessoas num raio sabe-se lá Deus de quantos quilômetros de
extensão. Lembrando que a capital do estado encontra-se apenas pouco mais de 50
km em linha reta do sito de lançamento da ACS.
Outro dia um rapaz me
disse que eu estava equivocado e que esse acordo era comercial e assim deveria
ser interpretado, e eu lhe disse: Bom amigo se assim é, eu interpreto como um péssimo
negócio. Ele se levantou e foi embora sem se identificar.
Duda Falcão
Fonte: Diversas
É realmente revoltante.
ResponderExcluirEnquanto se comemora a liberação de R$ 799 milhões para a área de ciência e tecnologia, só a "reforminha básica" do Maracanã, vai consumir mais de R$ 1 bilhão dos NOSSOS impostos, e sem esses problemas de leis e emendas, tudo muito simples prático e objetivo...
Difícil...
grandes MERD@.....
ResponderExcluir799 milhões sendo que o Brasil tem um pib de 2.43 trilhões de dólares.
que miserinha........
eu não sei se deveria ficar feliz pelos ladrões incompetentes la em Brasília terem liberado esses 799 milhões o que e um milagre,ou se continuo desanimado pelo fato do Brasil ainda se recusar a ver a importância que o programa espacial representa para um pais como o brasil(ailas pra qualquer pais que queira ser uma super-potencia).
Enviei uma carta a presidenta Dilma pedindo mais atenção a area espacial.Ok podem rir a vontade.
ResponderExcluirOlá digotorpedo!
ResponderExcluirRir de que amigo? Parabéns pela sua iniciativa. Se milhões de Brasileiros processem assim, o PEB certamente não estaria nessa situação.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Bem, o retrato descrito pelo Duda é bem realista. Acho dificil aliás conseguirem terminar o VLS-Beta em 2020 com a falta de pessoal no PEB.
ResponderExcluirA má gestão do governo está patente, desde aquilo que podemos acompanhar pelo PEB até aos estádios de futebol, que em muitos lugares aguardam para se tornar elefantes brancos (como em Brazilia, no Manaus, no Cuiabá, Recife, Natal, etc - onde não existem clubes expressivos).
No entanto são pequenos projetos como o VLM, o SARA, e o VLS (e o avanço de vários dos seus subsistemas) que vão dando alguma esperança.
Enquanto isso...
ResponderExcluirOs poderes executivo e legislativo, em vespera de Natal, já estão providenciando suas "lembrancinhas".
Segundo o noticiário, o legislativo, sem muito alarde, já aumentou o seu próprio "teto salarial", e o executivo aqui do Rio já criou um montão de "cargos de confiança" (ou seja, por indicação) para o próximo exercício.
É difícil, muito difícil...