As Obras Saem do Chão e Apontam para o Espaço
Olá leitor!
Segue
abaixo uma matéria publicada na “Revista Espaço Brasileiro” (Jul – Dez de 2012), destacando os avanços nas obras do “Complexo
Terrestre do Cyclone-4” da mal engenhada empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS).
Duda
Falcão
ACS
As
Obras Saem do Chão e
Apontam para o Espaço
A
estação da seca ajuda a conclusão da infraestrutura
do
Complexo Terrestre Cyclone-4 em Alcântara
Fotos: ACS
A Binacional Alcântara Cyclone Space (ACS)
Acelerou, no segundo semestre de 2012, a
Implantação do Complexo Terrestre Cyclone-4,
continuando o esforço iniciado no fim de 2010.
Aproveita-se a estação da seca na região de
Alcântara, no Maranhão, para intensificar os
trabalhos de conclusão das obras de
infraestrutura (terraplanagem e drenagem) e
avanço das edificações, sobretudo dos
principais prédios do Complexo.
Responsabilidade da ACS no projeto Cyclone-4 – Pelo Tratado assinado
entre o Brasil e a Ucrânia¹, cabe à ACS – a segunda empresa binacional do
Brasil, depois de Itaipu – implantar o Complexo Terrestre para o lançamento do Veículo
Cyclone-4 e operá-lo comercialmente. Após anos de estudos e projetos,
iniciou-se, no fim de 2010, a efetiva implantação do Complexo, em área cedida
pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Feitos os trabalhos preliminares
de supressão vegetal, de implantação de canteiro e de preparação de acessos,
concentraram-se os esforços, em 2011, para a realização da infraestrutura do
empreendimento.
Em 2012, brotaram, enfim, do chão os principais prédios, além das
estradas que rasgam a mata, com equipes de apoio topográfico e atividades na
área ambiental.
Obras em destaque – Mobilizando mais de 1500 trabalhadores diretos, já
foram aplicados, no Complexo, mais de 17 mil metros cúbicos de concreto:
E mais de 2 mil toneladas de aço.
O Prédio TC-100, para montagem, integração e teste de carga útil, fica
no Complexo Técnico. Lá serão preparados os satélites para o voo, saindo
prontos, já encapsulados na unidade de carga útil, para se acoplarem aos
estágios propulsores do Cyclone-4 no prédio contíguo, o TC-200. As fotos
mostram a área leste do TC-100, lugar dos escritórios e oficinas. Ela já
alcança o terceiro pavimento.
O Prédio TC-200, para montagem, integração e teste do veículo lançador,
onde se fará a integração final do veículo lançador Cyclone-4, que, após
montado e ainda sem propelentes, será deslocado para o Complexo de Lançamento.
O Prédio LC-100, o principal do Complexo, é subterrâneo, com dois
pavimentos. Suportará a fase final do lançamento: recebimento de veículo
Cyclone-4 (na posição horizontal), basculamento, testes pré-abastecimento,
abastecimento com propelentes, verificações finais pré-voo e, enfim, o
lançamento. Cuidados especiais foram tomados com a fundação do prédio, ao qual
se acoplam outros dois contendo os propelentes. Ela deve, minimizar os efeitos
de eventuais movimentações e garantir plena estabilidade e estanqueidade dos
sistemas.
TSA é a Área de Armazenamento Temporário de Propelentes, distante quase
3 km do ponto de lançamento. Além dos armazéns para combustível e oxidante, a
TSA terá instalações de apoio, como o laboratório para análise da qualidade do
s propelentes e dos gases. As fotos mostram a execução das fundações dos
principais prédios.
TSA-100 e TSA-200:
O Posto de Comando (PC) funcionará como centro nevrálgico para a
coordenação das operações de preparação e lançamento do Cyclone-4. Edificação fortificada,
com um pavimento subterrâneo – nela operarão as equipes encarregadas das
diversas tarefas de preparação final para o lançamento. Para lá convergirão às
informações do veículo, postado no LC-100. A síntese das informações será
passada ao Centro de Controle do CLA, que fará a coordenação geral das
campanhas de lançamento.
Cabe destacar: será um modelo de operação inédito no Brasil, pois as
atividades com o veículo e com os satélites estarão a cargo da ACS e empresas
contratadas, mas a coordenação geral (os serviços de segurança de voo,
segurança de superfície, meios de rastreio e de meteorologia, por exemplo) será
realizada pelo CLA. Este, assim, se qualificará para efetuar as operações de
lançamento orbital, envolvendo inclusive as estações de rastreio fora do
território nacional.
Acessos: executados os serviços de drenagem (sobretudo os bueiros) e terraplenagem,
as obras nos acessos concentram-se na execução das camadas de sub-base e base
do pavimento. Corre-se contra o tempo. O período chuvoso costuma começar entre
dezembro e janeiro. Com a base pronta, a terraplenagem fica protegida dos
efeitos erosivos da chuva e garante o livre tráfico no próximo período chuvoso
( o inverno no Maranhão dura praticamente todo o primeiro semestre do ano).
¹ “Tratado entre a República
Federativa do Brasil e Ucrânia sobre a Cooperação de Longo Prazo na Utilização
do Veículo de Lançamentos Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara”,
assinado em Brasília, em 21.out.2003, entrou em vigor em 22.set.2004 e foi
promulgado pela Presidência da República em 28.abr.2005.
O Prédio TC-100 |
O Prédio TC-200 |
O Prédio LC-100 |
Acessos |
TSA-100 |
TSA-200 |
Canteiro principal - Área externa (clique nas fotos para ampliá-las) |
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 14 - Jul - Dez de
2012 - págs. 20 e 21
Comentário: Pois
é leitor, como você pode notar as obras desse acordo desastroso continuam a
todo vapor, mas infelizmente não posso dizer o mesmo de nossa Petição, que após
o meu retorno de São José dos Campos e após produzirmos um vídeo informativo com
a crucial ajuda do leitor Israel Pestana, não alcançamos ainda nem 200
assinaturas, o que é realmente bastante frustrante. Vale dizer leitor que a
obra em si é fantástica e pelo menos após o fim dessa aventura transloucada (espero sinceramente
sem incidentes catastróficos), o Brasil possuirá uma infraestrutura invejável
em muitos países do mundo, e que poderá e deverá utilizá-la (se tiver juízo) da
melhor forma possível, beneficiando-se de toda essa infraestrutura agora em
construção. Será? Será que esses ‘Cabecinhas de Panetone’ terão essa visão, ou
continuarão boicotando o futuro da Nação? Só mesmo o tempo poderá dizer.
uma pena....
ResponderExcluiresses recursos seriam muito melhor aproveitados se aplicados no programa espacial BRASILEIRO.....
os ucranianos devem estar rindo muito e achando que os brasileiros são mesmo uns idiotas....
Alguns aspectos diferentes a analisar sobre isso.
ResponderExcluirFinalmente, foram as primeiras fotos recentes divulgadas sobre o andamento das obras. Mas se compararmos com as obras dos mais de dez estádios de futebol, que por sinal, serão inúteis para o fim ao qual se destinam, pois a média de público por aqui é infinitamente menor do que as especificações megalômanas da FIFA, essa obra já deveria estar pronta a um bom tempo...
Vantagens? Bom acredito que as maiores beneficiadas foram as empreiteiras, que se qualificaram para esse tipo de obra. De resto, cabe torcer para que as benfeitorias importadas da Ucrânia, sejam devidamente comprendidas e absorvidas, para quem sabe, no futuro possamos reproduzi-las, ou adaptá-las por aqui, para suportar veículos lançadores decentes...
Sobre a petição, ainda continuo com a opinião que mesmo com poucas assinaturas, ela deveria ser encaminhada para o poder judiciário. Vai que alguém do alto escalão por lá se interessa e põe a coisa pra andar.
É isso.
Bem, sinto pelos Quilombolas e sinto pelo rombo financeiro que se perspectiva. Ficaremos com a carcaça? Virarão as instalações da ACS uma cidade fantasma assombrada por um natimorto Cyclone-4 que nos amaldiçoará com os restícios de hidrazina?
ResponderExcluirSe der errado vai o governo publicitar que o dinheiro investido ao menos poupou tostões de alguns lançamentos de satélites nacionais? Serão os lançamentos do VLS-1 posto de margem para tentar dar alguma credibilidade a esse projeto?
É aguardar para ver. Enquanto isso vamos tentando fazer alguma pressão para melhorar alguns aspetos do acordo.
Falcão, vc sabe qual o prazo previsto de conclusão da obra ?
ResponderExcluirAtt
Caro Iurikorolev!
ExcluirAté onde eu sei as obras devem ser finalizadas no segundo semestre de 2013, e o lançamento de qualificação do foguete no início de 2014 com um microsatélite japonês abordo, e talvez uma carga útil brasileira.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
poderiam lançar a Missão ASTER usando o cyclone 4 ! isso em um vôo posterior do lançamento de qualificação.
ExcluirOlá Duda,
ResponderExcluirSei que voce é contra a ACS, eu mesmo havia rejeitado a proposta.
Mas eu me pergunto:
Será que o PEB não poderá lucrar em nada com o ACS?
Sei que os ucranianos não irão repassar a tecnologia do cyclone 4, mas até esse ponto não vejo nada de mal, pois eles o desenvolveram a muito tempo e a binacional previa o "aluguel da base".
Mas será que futuramente não podemos desenvolver um "cyclone 5" em conjunto?
Será que não poderiamos desenvolver uma coifa ou adicionar boosters laterais de combustível sólido, aproveitando o primeiro estágio do VLS no cyclone?
Se isso for possível em um futuro remoto, então quem sabe a ACS poderá nos ajudar em algo.
Caro Rondini!
ExcluirNão me entenda mal, mas se esse trambolho tóxico tivesse lançando toneladas de Hidrazina sobre a sua cabeça e a de sua família e não nas dos pobres quilombolas e do povo maranhense, talvez você não estivesse aqui tentando encontrar soluções para defender esse acordo desastroso. Se realmente você é brasileiro e tem consciência da sua responsabilidade como cidadão, assine a petição e nos ajude na luta contra esse desatino, que talvez seja sem precedentes em toda a história da política brasileira.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Muito bem Duda...
ExcluirAcabo de ler e assinar a petição! Tentarei angariar mais algumas assinaturas!
Eu só espero que lancem o VLS antes do cyclone, isso para que possamos entrar com os próprios meios no "clubinho" dos países que possuem essa tecnologia.
Caro Rondini!
ExcluirAgora você está em minha opinião sendo sensato e lhe agradeço pela sua assinatura e apoio na divulgação. Temos de fazer essa Petição acontecer e não deixar que esses energúmenos levem esse acordo da forma que foi elaborado.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Uma boa forma de divulgar a petição seria através do facebook, de uma pagina famosa como o universo racionalista por exemplo, seria só o trabalho de convencer os donos da pagina a cooperar.
ResponderExcluirSe conseguíssemos fazer um vídeo com atores globais como foi o caso da petição da usina de Belo Monte, eu tenho certeza que teríamos mais de 100.000 assinaturas. Mas quantos atores da globo se interessam pelo programa espacial brasileiro?
Olá Gean!
ResponderExcluirEu concordo, mas não tenho acesso aos atores da Globo. Quanto a página do universo racionalista citada por você, está autorizado a divulgar junto a eles a petição, inclusive utilizando-se do vídeo informativo que está no canal do blog no Youtube.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Falcão,segundo suas informações, essas instalações do Cyclone 4 (incluindo a rampa) permitem o lançamento de outros foguetes maiores ? Ou só ele e mais nada ?
ResponderExcluirAtt
Iuri
Olá Iurikorolev!
ResponderExcluirNão tenho essa informação, mas acredito que todo complexo possa ser adaptado se for necessário.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
A estrutura do foguete Zenit é bem similar a do Cyclone-4. Seria um excelente negócio lançarmos o Zenit de Alcântara, mas como o projeto Sea-Launch já existe, muito dificilmente os ucranianos topariam uma 3º plataforma de lançamento pra ele (a 1º em Baikonur, a 2º no Pacífico). Veremos....
ResponderExcluirFoi nele que eu pensei. Mas ele é muito maior. Não sei se a rampa suporta. Mas não pensei só nele. Minha dúvida é : se o Brasil construir seus proprios foguetes a comb. liq.(como a familia Cruzeiro do Brasil, p. ex.)se precisaria construir outro complexo ou se poderia usar este.
ExcluirPS : Falcão, taí uma pergunta interessante para fazer ao pessoal do IAE.
Att
Olá Iurikorolev!
ExcluirPelo que sei a TMI comportará o VLM-1, o VLS-1, o VLS Alfa e creio que o VLS Beta. Entretanto o sistema ucraniano integrará o Cyclone-4 horizontalmente e não acredito que os outros foguetes previstos (se é que ainda estão previstos) no programa Cruzeiro do Sul venham adotar esse sistema de integração. Entretanto, caso isso não aconteça e o desastre econômico anunciado da ACS se torne realidade, é como eu disse, tudo poderá ser adaptado. No entanto, consultarei o IAE sobre isso quando surgir a oportunidade.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Ao que me consta, as diferenças entre as opções técnicas dos programas espaciais Soviéticos e Americanos, sempre estiveram ligadas a custos e praticidade (soluções em geral mais simples e baratas por parte dos soviéticos).
ResponderExcluirSendo assim, a integração na horizontal e a elevação para a torre de lançamento apenas quando o horário do lançamento se aproxima, parece ser ser mais prático e simples, porém com o passar dos anos e a evolução tecnológica as torres de integração se popularizaram.
Tanto que na plataforma de lançamento do Soyuz lá na Guiana, eles usaram uma solução mista, ou seja eles integram o foguete na horizontal, como os Russos sempre fizeram, transportam o foguete para a plataforma de lançamento, depois trazem um torre de integração e com ela fazem a integração da carga útil.
Agora... Pelo que pude observar também, essas plataformas de foguetes maiores, são meio que "sob medida". A plataforma do Soyus construida na Guiana, ficou praticamente idêntica a que existe no Casaquistão, onde o foguete fica posicionado abaixo do nível do chão da plataforma, e possui braços mecânicos que "seguram" o foguete até que os motores cheguem ao empuxo inicial programado, coisa que não ocorre em outros foguetes.
Mas por outro lado, nada que impeça, com um bom trabalho ed engenharia, uma ou outra adaptação para usos diversos do original. Na verdade, acho que o pessoal que estiver diretamente envoldido no processo, começe a penssar nisso assim que possível, pois mesmo que ocorram alguns lançamentos "dessa coisa", a sua viabilidade comercial tem sido sistematicamente questionada, antão pode ser que no final desse programa mal engendrado, sobre apenas essa plataforma de lançamento. Tomara que assim seja, e a poluição seja a mínima possível, se ninguém conseguir impedir isso antes...
Abs.
Não pode o programa da ACS ter sucesso e nós determos algum otimismo? A poluição acontecerá, mas não pode num futuro próximo, ou seja, antes de 2020, o governo brasileiro ser inteligente o bastante para aproveitar a oportunidade e criar estágios empregando propelentes menos poluentes para adaptá-los ao Cyclone-4? E não podem os quilombolas se estabelecer noutra área - pois deve haver espaço suficiente para tanto no Brasil?
ResponderExcluirOs futuros foguetes do programa Cruzeiro do Sul não serão afetados por isso, certo?
E onde posso encontrar esta petição, afinal?
Olá Anônimo!
ResponderExcluirNão, a empresa do jeito que está é um tremendo desastre e não tem como ser bem sucedida, tanto que nem é levada a sério pelos seus concorrentes. Não, não é nada inteligente poluir o meio ambiente esperando colher frutos a médio o longo prazo, principalmente quando há opções muito mais interessantes. Podem, mas o problema não é esse. A periculosidade da hidrazina é estrema e num eventual acidente, São Luís, capital do estado encontra-se aproximadamente a 50 km em linha reta do sitio de lançamento da ACS. Todo o programa espacial está sendo afetado com esse acordo, já que verbas que poderiam está sendo empregadas no PEB estão sendo empregadas nesse desastre, comercial, tecnológico e ecológico. A petição pode ser assinada através da chamada piscante em vermelho que está na coluna da esquerda no blog.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)