Prioridade Maior: Impulsionar a Indústria Espacial Brasileira
Olá leitor!
Segue
abaixo uma matéria publicada na “Revista Espaço Brasileiro” (Jul – Dez de 2012), destacando que impulsionar a
Indústria Espacial Brasileira é prioridade maior para a Agência Espacial
Brasileira (AEB) nos próximos 10 anos.
Duda
Falcão
Capa
Prioridade
Maior: Impulsionar a
Indústria
Espacial Brasileira
A
hora e a vez do empreendedorismo nas atividades espaciais
Fotos: V. Junior
Trabalhar de forma cada vez mais Integrada
com todo o sistema de gestão da área espacial,
fortalecendo os Institutos de Pesquisa e
ampliando o setor industrial é objetivo
prioritário da Agência Espacial Brasileira (AEB).
O aumento da participação da indústria espacial
É meta central do Programa Nacional de
Atividades Espaciais (PNAE) 2012-2021, que
fixa diretrizes e ações para os próximos 10 anos.
A AEB promoveu em outubro de 2012, o I Workshop Indústria Espacial
Brasileira: Desafios e Oportunidades, o primeiro evento mobilizador da
indústria espacial brasileira. A iniciativa buscou alinhar os objetivos e
desafios da indústria nacional às novas diretrizes estabelecidas pelo novo
PNAE. E lançou o alicerce de parceria permanente e dinâmica com o setor
industrial brasileiro, para definir uma agenda realista e positiva que trate de
unir tanto as características e competências da indústria, quanto aos projetos
do Governo Federal para a área.
Durante o evento, as empresas expuseram suas potencialidades para ampla
e variada plateia, que incluía agências financiadoras, como a Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), além
de representantes dos cursos de Engenharia Aeroespacial e Aeronáutica e dos
centros tecnológicos do setor de defesa.
Para o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, esse encontro pioneiro
foi instrutivo tanto para AEB quanto para as empresas. “A AEB sentiu que as
indústrias precisam eleger nichos para operar melhor e, de algum modo, atuar de
forma conjunta. Não conseguiremos formar uma base industrial eficiente se
nossas indústrias atuarem isoladamente”, diz José Raimundo. No mundo inteiro,
frisa ele, empresas que atuam em seguimentos similares ou complementares se
agregam. “Precisamos fazer com que nossas indústrias enxerguem essa necessidade”,
acredita o presidente da AEB.
O workshop examinou de forma construtiva a fragilidade da indústria
aeroespacial brasileira. “Por carecer de maior saúde financeira, as empresas têm
dificuldade até para conseguir recursos dos órgãos de financiamento. Temos, de
alguma maneira, que ajudá-los a se desenvolverem para que possam, assim,
arregimentar apoio dos órgãos de fomento, e crescer cada dia mais”, assinala
José Raimundo Coelho.
A AEB realizará outros workshops como este. Alguns dos encontros serão
específicos, outros genéricos. A próxima reunião ocorrerá no início de 2013, em
São José dos Campos, São Paulo, sede de grande parte de nossas indústrias
espaciais.
Visiona – A indústria aeroespacial brasileira é relativamente nova. “Começamos
a construir empresas na área espacial no início dos anos 90. O setor cresceu um
pouco nos últimos 15 anos, sobretudo em vista da cooperação com a China, para
construção do satélite CBERS, de observação de recursos terrestres” explica o presidente
da Agência Espacial Brasileira.
Hoje, a indústria espacial nacional depende quase exclusivamente de
demandas do Governo Federal. A AEB deseja mudar esse quadro. “Nenhum sistema
empresarial pode depender só das necessidades oficiais. Temos que criar outras
demandas e arranjos de negócios capazes de ativar a indústria espacial,
permitindo um desenvolvimento digno, sem depender exclusivamente de recursos do
governo”, diz José Raimundo Coelho.
A primeira ação para mudar o quadro atual foi à criação da Visiona, em
2012, para ser a empresa integradora do primeiro Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicação (SGDC) brasileiro. Empresa mista – a Embraer detém 51% do
capital social e a Telebrás, os outros 49% -, não vai fabricar satélites. Vai,
sim, comprar setores de empresas menores e integrá-los. Assim, terá papel
importante na consolidação da base industrial espacial brasileira. A operação
do SGDC ficará a cargo da Telebrás.
O Novo Espaço Global para as Empresas
Richard David, jovem empreendedor
norte-americano, cofundador e executivo-chefe da NewSpace Global , veio ao
Brasil a convite da AEB, para proferir palestra sobre o que ele denomina de
nova empresa aeroespacial, ou seja, o setor espacial comercial do nosso tempo.
Título da apresentação: A Nova Indústria Espacial: Gestão, Mercado,
Capitalização e Tecnologias da próxima grande Economia da Inovação.
Segundo David, a nova indústria espacial global é formada por 304
empresas em todo o mundo. “São empresas de capital privado, lideradas em geral
por empresários jovens, que desenvolvem tecnologias capazes de serem criadas em
médio prazo”, explica.
Para que continuem crescendo, essas empresas precisam de investidores.
No entanto, não havia um lugar confiável onde a área financeira pudesse checar
informações para tomar decisões de negócios consistentes. “Por isso, resolvemos
criar a NewSpace Global”, explica David. “É necessário haver uma fonte em que o
investidor possa confiar. Esta fonte é a NewSpace Global”, define David com
firmeza.
Essa empresa produz notícias oportunas, precisas e críticas sobre o
setor espacial comercial. Daí o nome NewSpace – notícias espaciais. O serviço
beneficia a todos. As indústrias têm exposto seu bom desempenho e os investidores
tomam decisões mais seguras. As informações da NewSpace Global também são úteis
a universidades, governos e todos quantos se interessam por esse nicho. “Acredito
que o setor comercial aeroespacial será o eixo da próxima grande economia de
inovação. É essencial que as pessoas conheçam o mercado”, explica David.
“Quero ver empresas brasileiras em nossa lista em breve”, conclui David.
Para chegar lá, ele sugere que os empresários brasileiros assumam riscos, entendam
o mercado e os clientes, consigam fontes privadas de capital e desenvolvam
tecnologias capazes de serem alcançadas em curto espaço de tempo.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 14 - Jul - Dez de
2012 - págs. 16 e 17
Bem, sabendo como a corrupção dos portos (onde são descarregadas as mercadorias) é enorme, e que empresas estrangeiras estão comprando aos poucos a industria nacional (as vezes de forma ilegal, sendo vendidas pelo governo), pergunto-me qual empresas serão beneficiadas com isso... porque tudo até agora tem prejudicado em muito empresas de caracter nacional, ou seja com mais de 50% de ações brasileiras.
ResponderExcluirAcho louvável a intenção, mas saber que o Brasil está sendo vendido no meio desses processos não tem nada de simpático. Desde que impulsionem as verdadeiras empresas nacionais (e não aquelas que foram vendidas aos estrangeiros, que ainda querem dizer que são brasileiras) as propostas desse textos são um avanço, como já temos falado por aqui no Blog. Esperemos que isso venha demonstrar o domínio do Brasil (como no caso da Visiona) e não a usurpação estrangeira (como aconteceu com as "empresas nacionais" Aeroeletrônica e a Optovac).