Novo PNAE, Nova Bússola
Olá leitor!
Segue abaixo uma artigo
opinião escrito pelo Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos
(DPEI/AEB), Petrônio Noronha de Souza, e publicado na “Revista Espaço Brasileiro” (Jul – Dez de 2012), dando destaque ao novo Programa Nacional de
Atividades Espaciais (PNAE) que cobre o período de 2012 a 2021.
Duda
Falcão
Opinião
Novo
PNAE, Nova Bússola
Amplia-se
os horizontes de nosso programa espacial
Petrônio Noronha de Souza
Diretor de Política
Espacial e
Investimentos Estratégicos
da AEB
O Programa Nacional de
Atividades Espaciais (PNAE),
previsto na lei de criação
da AEB, deve prover a
orientação estratégica e
integrada do conjunto das
ações e iniciativas que
ele estabelece, dentro de
períodos decenais. Pouco
depois da criação da AEB,
em 1994, aprovou-se, em
agosto de 1996, a primeira
versão do PNAE para o
período de 1996 a 2005. Vieram,
a seguir, os PNAE’s de
1998-2007 e 2005-2014. Agora,
temos a quarta e atual
edição, que cobre o período
de 2012 a 2021.
O novo PNAE difere dos
anteriores, porque concentra-se nas questões centrais e estratégicas que devem
orientar as ações do programa espacial nos próximos dez anos. Assim, os
objetivos estratégicos estabelecidos na Política Nacional de Desenvolvimento
das Atividades Espaciais (PNDAE), aprovada em 1994, são mantidos como elementos
focais e continuarão sendo perseguidos. Eles tratam do uso das aplicações
espaciais para a solução de problemas nacionais, da busca e elevação da
autonomia tecnológica nacional no setor espacial e da adequação do setor
produtivo nacional para participar e adquirir competitividade em mercados de
bens e serviços espaciais.
O nova PNAE mantém as
referências às atividades do programa espacial tradicionalmente realizadas no
INPE e no DCTA. O INPE desenvolve satélites e suas aplicações; o DCTA,
lançadores e bases de lançamento. Tais atividades, em particular as de
disseminação de dados de satélites e seus variados produtos, são o resultado
mais evidente do retorno dado à sociedade pelo Programa Espacial Brasileiro.
Não menos importantes são
os esforços para conquistar a autonomia de acesso ao espaço. Além disso, esse
empenho é a base da política industrial para o setor, em razão dos diversos
contratos de fornecimento firmados pelas organizações públicas executoras dos
programas de satélite e veículos lançadores.
Por outro lado, o novo
PNAE também reconhece a ampliação dos horizontes do Programa Espacial
Brasileiro, com a chegada de novos atores e o desenvolvimento de novos focos de
atividades. Dentre eles, estão os esforços para o estabelecimento em Alcântara
da infraestrutura para o lançamento do foguete Cyclone-4; a aprovação da Estratégia
Nacional de Defesa, que fixa uma série de demandas das Forças Armadas por
produtos e serviços a serem providos por sistemas satelitais desenvolvidos no
país; e a aquisição pelo governo brasileiro de um satélite geoestacionário de
comunicações para atender a demandas sociais e de Estado.
Outra novidade também
reconhecida no novo PNAE é a implantação em várias universidades brasileiras de
cursos superiores de engenharia dirigidos à área espacial. Daí virão os
profissionais que assumirão os cargos de liderança de nosso programa espacial
nos próximos anos.
Para atingir os objetivos
estratégicos traçados, o fortalecimento e a capacitação da indústria nacional
são prioridades fundamentais, pelo papel que ela desempenha na conquista da
desejável autonomia tecnológica para o país, bem como pelas contribuições para
o seu desenvolvimento econômico e social por meio da produção de bens e
serviços de elevado valor agregado e pela geração de empregos especializados.
A criação da empresa
Visiona, como “prime contractor” para a aquisição do Satélite Geoestacionário
de Defesa e Comunicações (SGDC), é fator chave desse processo, Busca-se, com
ele, capacitar as empresas da cadeia de fornecedores do setor, por meio de um
plano de absorção e transferência de tecnologia a ser implantado e financiado
pelo governo. E elevar a maturidade tecnológica do país no setor espacial, com
a ativa participação dos institutos de pesquisa e da academia.
A cooperação internacional
é outra prioridade que também deve ser fomentada como instrumento alternativo
de financiamento e divisão de riscos e custos em projetos espaciais complexos,
bem como oportunidade de abertura a novos mercados de negócio, de transferência
e aquisição tecnológicas e, mesmo, de estabelecimento de parcerias estratégicas
de valor geopolítico. As parcerias não devem se restringir apenas as ações de caráter
governamental. Ao mesmo tempo, há que buscar e estimular a concretização de
empreendimentos empresariais, com a formação, por exemplo, de joint-ventures.
Os projetos estruturantes
e mobilizadores, iniciados no passado, devem ser priorizados e concluídos,
antes de iniciar novos. Eles são parte do processo de consolidação das conquistas
e avanços nos desenvolvimentos científicos e tecnológicos passados, no rumo da
ampliação da autonomia tecnológica nacional.
Para fortalecer o programa
espacial e firmar sua sustentabilidade a médio e longo prazos, a estratégia
deve passar, também e necessariamente, por maiores esforços pela criação de
demandas governamentais por novos produtos e serviços espaciais. Isso envolve
parcerias com diferentes ministérios e órgãos do governo. Assim, o uso do poder
de compra do Estado amplia-se, dinamizando o mercado da indústria espacial.
Por fim, o novo PNAE,
apoiado em avaliações periódicas, terá revisões mais frequentes, para assegurar
sua implementação de forma mais realista.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 14 - Jul - Dez de
2012 – pág. 28
Comentário: Tá
tudo muito bem Dr. Petrônio, e o leitor sabe que supro um grande respeito pelo
trabalho que o senhor realiza e já realizou no Programa Espacial Brasileiro.
Entretanto, gostaria de lhe perguntar onde eu posso encontrar uma edição desse
novo PNAE? No site da AEB ele não está disponível e quando estive em São José
dos Campos, nenhum dos profissionais do setor que tive contato tinha qualquer
informação sobre o mesmo. Vale dizer que pelo período estabelecido para esse
documento (2012 – 2021), o mesmo já deveria está à disposição da Comunidade Cientifica
e Espacial e da Sociedade Brasileira no mais tardar em dezembro de
2011 e não ser apresentado como um documento fantasma no final de 2012.
pelo victo esse novo PNAE é segredo da AEB...
ResponderExcluirnão divulgam para ninguém...
PNAE ou PNEUMA (espírito)? Eu acho que a estratégia deve estar somente fundamentado em fofoca, ou deve ser um tipo de documento ultra-secreto que não fica sensato ser visto pelos outros países [ironia].
ResponderExcluirParticularmente gostaria de saber se o programa Cruzeiro do Sul, neste PNAE, vai ter continuação para além do VLS-Beta. Se existe também preocupação e alguma organização para conseguir-se facilitar leis e inovar na área juridica espacial. Mas somente com detalhes e com o documento escrito poderemos todos nos dar à felicidade de meditar em cima do dito cujo.
A "cereja desse bolo", foi essa: "Por fim, o novo PNAE, apoiado em avaliações periódicas, terá revisões mais frequentes, para assegurar sua implementação de forma mais realista."
ResponderExcluirUm "novo PNAE" que vai sofrer avaliações e revisões periódicas?
Ha, ha, ha, ha...
Não conseguimos cumprir nenhum dos anteriores, que mudavam constantemente as suas metas, em geral adiando tudo!
Só pode ser piada.
"Novo PNAE, Nova Bússola"... se alguem acha-la!
ResponderExcluirDuda:
ResponderExcluirDeve ter havido algum engano!! Ou este novo PNAE 2012-2021 já está disponível para o público? Ou não vai estar? Se não para quem estará? 2012 já está acabando e estas perguntas devem ser respondidas pela AEB.
Olá Dr. Durão!
ResponderExcluirPois é isso que eu acho. Esse documento já deveria está a disposição da Sociedade e se não está é porque não será divulgado, o que em minha opinião é um tremendo de um absurdo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)