Defesa Planetária: Pesquisadores dos EUA Propõem Que 'Canhão de Raios X' Seja Usado Para Defender a Terra de Asteroides
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[Imagem: Javier Miranda/Unsplash]
Uma das questões em aberto é: Onde devemos mirar em um asteroide para efetivamente desviar sua órbita? |
No dia de ontem (25/06), o portal Inovação Tecnológica noticiou que pesquisadores do Laboratório Nacional Sandia, nos EUA, estão propondo que se utilize um 'Canhão de Raio X' para defender a Terra de Asteroides.
Quando se trata de desviar asteroides que entrem em curso de colisão com a Terra, a NASA tem concentrado sua estratégia de defesa planetária na força bruta, por assim dizer, usando uma espécie de bala de canhão espacial para trombar com o asteroide e desviá-lo da rota de colisão.
Mas existem outras ideias, que vão desde outras abordagens drásticas, como explodir o asteroide usando uma bomba nuclear, até usar canhões a laser ou mesmo campos minados espaciais.
Nathan Moore e colegas do Laboratório Nacional Sandia, nos EUA, estão propondo agora uma nova estratégia, mais sutil, por assim dizer: Alvejar o asteroide indesejado com um pulso de raios X forte o suficiente para vaporizar a superfície da rocha espacial e mudar sua trajetória.
Em dois experimentos de laboratório que imitaram a deflexão de um modelo de asteroide, a equipe demonstrou que essa técnica deve entrar na lista de tecnologias viáveis para futuras missões de defesa planetária.
A abordagem do impacto físico funciona, como demonstrou a recente missão DART, mas ela tem como principal inconveniente o fato de que precisamos descobrir o asteroide ameaçador com tempo suficiente para construir e enviar uma nave, o que significa vários anos, além de um custo elevado.
Em uma abordagem alternativa, raios X poderiam ser usados para aquecer rapidamente a superfície do corpo celeste alvo, fazendo com que sua crosta vaporize e mude sua direção de movimento.
Moore e seus colegas testaram o conceito usando os raios X produzidos pela incrível Máquina Z, um dos laboratórios mais impressionantes do mundo, capaz de gerar pulsos eletromagnéticos de enorme potência.
[Imagem: Nathan W. Moore et al. - 10.1038/s41567-024-02633-7]
Os raios X produzidos pela máquina foram usado para atingir dois asteroides simulados, de 12 milímetros de diâmetro cada um, no vácuo. Uma amostra consistia em quartzo, enquanto a outra era feita de sílica fundida.
Em ambos os experimentos, os pulsos de raios X aqueceram a superfície dos análogos de asteroides, resultando em uma pluma de vapor que gerou momento, por sua vez transferido para os alvos de quartzo e sílica. Isso gerou ganhos de velocidades de cerca de 69,5 metros por segundo e 70,3 metros por segundo, respectivamente.
[Imagem: Randy Montoya/Sandia]
Os pesquisadores usaram as medições do ganho de velocidade para realizar simulações computadorizadas sobre como esse método de deflexão de asteroides poderia ser ampliado.
Os resultados mostram que é viável usar essa estratégia para desviar objetos próximos à Terra com um diâmetro de até 4 quilômetros.
A equipe sugere que experimentos futuros devem investigar outros materiais e estruturas dos alvos, além de avaliar diferentes pulsos de raios X, já que a pluma de vapor gerada pelos pulsos de raios X depende da composição química do asteroide.
Só há um problema: Como gerar pulsos de raios X no espaço com tamanha potência, com pulsos na faixa dos megajoules? Uma alternativa viável a curto prazo seria usar uma bomba nuclear. Mesmo aí, contudo, há uma vantagem em comparação com explodir a bomba nuclear diretamente no asteroide, já que o asteroide simplesmente tomaria outro curso, em vez de se transformar em milhões de detritos que ainda poderiam atingir a Terra..
Saiba Mais:
Autores: Nathan W. Moore, Mikhail Mesh, Jason J. Sanchez, Marc-Andre Schaeuble, Chad A. McCoy, Carlos R. Aragon, Kyle R. Cochrane, Michael J. Powell, Seth Root
Revista: Nature Physics
DOI: 10.1038/s41567-024-02633-7
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