Cientistas Chineses Demonstram a Produção de Materiais Fibrosos a Partir de Solo Marciano Simulado

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Imagem: Space Daily
Ilustrativo.
 
No dia de ontem (05/09), a página MARS DAILY do portal Space Daily noticiou que um estudo conduzido por pesquisadores chineses confirmou que é possível produzir continuamente materiais fibrosos a partir de solo marciano, sugerindo que a "utilização de recursos in-situ" poderia ser alcançada na construção de futuras bases em Marte.
 
De acordo com a nota do portal, uma equipe de pesquisa do Instituto Técnico de Física e Química de Xinjiang, vinculado à Academia Chinesa de Ciências (CAS), colaborou com várias instituições, incluindo o Instituto de Geoquímica da CAS e a Universidade Chinesa de Hong Kong, em Shenzhen, para alcançar esse avanço. A equipe conseguiu simular o solo marciano usando basalto terrestre e produziu fibras contínuas de solo marciano através de experimentos de fusão e estiramento, segundo um relatório do ScienceNet.cn.
 
Os pesquisadores também avaliaram como fatores como a baixa gravidade de Marte e sua atmosfera única — caracterizada por baixa pressão e composição inerte — poderiam influenciar o processo de produção de fibras e seu desempenho.
 
Os resultados confirmam que materiais fibrosos contínuos com diâmetros controláveis podem ser produzidos a partir de solo marciano. Essas fibras podem ser vitais para a criação de materiais compostos reforçados com fibras, que teriam um valor significativo na construção de futuras bases em Marte, de acordo com Ma Pengcheng, que liderou a equipe de pesquisa.
 
A equipe de Ma tem se dedicado ao estudo e aplicação de fibras de basalto de alto desempenho por muitos anos.
 
"Embora amostras físicas de solo marciano não estejam disponíveis atualmente, o basalto, que é amplamente encontrado na Terra, é muito semelhante ao solo marciano em termos de composição química, mineral e comportamento de fusão", explicou Ma.
 
Nos últimos anos, a equipe de pesquisa realizou extensos experimentos utilizando basalto como simulante de solo marciano. Esses experimentos revelaram que o solo marciano simulado poderia ser totalmente fundido a 1.360 graus Celsius, sem precipitação significativa de cristais durante o processo de fusão e resfriamento.
 
O material fundido se transformou em um estado vítreo amorfo após o resfriamento rápido, demonstrando excelentes propriedades para a produção de fibras adicionais, de acordo com Ma.
 
Com base nesses resultados experimentais, os pesquisadores utilizaram o método de fusão e estiramento para produzir fibras contínuas de solo marciano. Análises adicionais indicaram que velocidades de estiramento mais baixas resultam em uma estrutura atômica mais densa nas fibras de solo, aumentando sua resistência a danos externos e melhorando suas propriedades mecânicas, observou Ma.
 
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