Astrônomos Descobrem 'Anel Externo' no Sistema Solar, Localizado Além da Borda Externa do 'Cinturão de Kuiper'
Prezados leitores e leitoras do BS!
[Imagem: Gerado por IA]
No dia de ontem (10/09), o portal Inovação Tecnológica informou que Astrônomos descobriram uma espécie de anel externo no Sistema Solar, composto por corpos celestes que não apenas nunca haviam sido vistos, como não eram previstos por nenhum modelo teórico.
De acordo com a nota do portal, esta descoberta tem implicações profundas não apenas para a nossa compreensão da estrutura e da história do Sistema Solar, como também sugere que ele tem mais coisas em comum com outros sistemas planetários que estamos observando conforme procuramos por exoplanetas.
Marc Buie e seus colegas estavam usando o Telescópio Subaru, pertencente ao Observatório Astronômico Nacional do Japão, mas localizado no Havaí, para ajudar a NASA a guiar a sonda espacial Novos Horizontes, que tirou as primeiras fotografias de Plutão, em Agosto de 2015, e agora segue fazendo imagens de asteroides desconhecidos.
O objetivo da pesquisa era justamente encontrar Objetos do Cinturão de Kuiper interessantes, que valeria a pena visitar. O Cinturão de Kuiper é uma vasta zona externa do Sistema Solar, povoada por centenas de milhares de blocos de construção planetários, mas ainda muito pouco conhecido e de dimensões ainda não determinadas.
Anel do Sistema Solar
O que este novo rastreio descobriu foram pequenos corpos celestes além da borda externa do Cinturão de Kuiper conhecido, mas em um número tão grande, encontrados em uma área de busca relativamente pequena, que não é possível descartá-los como acasos ou falsos positivos.
Os 11 objetos descobertos agora parecem representar uma nova classe de objetos orbitando em um anel externo, que está separado do Cinturão de Kuiper por uma "lacuna" vazia, onde muito poucos objetos são encontrados. Este tipo de estrutura de anel e lacuna já foi bem documentada nos arredores de muitos sistemas planetários nascentes observados pelo radiotelescópio ALMA, por isso os astrônomos achavam que nosso Sistema Solar era diferente.
[Imagem: Ngo Hai Anh (Subaru)/NASA (New Horizons)]
O Telescópio Subaru (à esquerda) estava sendo usado para ajudar a encontrar alvos para a sonda espacial New Horizons (à direita). |
"Se isto for confirmado, será uma grande descoberta. A nebulosa solar primordial era muito maior do que se pensava anteriormente, e isso pode ter implicações para o estudo do processo de formação dos planetas no nosso Sistema Solar," disse o professor Fumi Yoshida.
[Imagem: Wesley Fraser]
Busca Pela Vida em Outros Planetas
Algo que vinha intrigando os astrônomos era que nosso Sistema Solar parece ser muito menor do que os sistemas planetários que estamos observando em nossa galáxia.
E isso tem implicações em nossa busca por vida no Universo. Como temos apenas um exemplo de um planeta onde a vida surgiu, que é a própria Terra, não podemos determinar quais propriedades foram importantes para o surgimento da vida e quais foram irrelevantes. Então, qualquer coisa que ajude a descartar uma possível propriedade nos deixa mais peto de encontrar os verdadeiros pré-requisitos para a vida.
Se for confirmado que o Sistema Solar se formou a partir de uma nebulosa solar muito maior e, portanto, muito menos incomum do que pensávamos, isso não apenas elimina a "pequena nebulosa-mãe" da lista de possíveis pré-requisitos, como aumenta muito as possibilidades de encontrar outro sistema planetário que atenda a todos os verdadeiros pré-requisitos para a vida, aumentando assim a probabilidade de encontrarmos vida alienígena.
A população e a distribuição dos objetos nesse anel em volta do Sistema Solar é uma questão em aberto, que exigirá estudos futuros, mas que agora poderão ser planejados, já que temos um alvo para mirar. No mínimo, os resultados indicam que novas descobertas aguardam no que se pensava ser um vazio frio e entediante além do Cinturão de Kuiper.
Saiba mais:
Autores: Marc W. Buie, John R. Spencer, Simon B. Porter, Susan D. Benecchi, Alex H. Parker, S. Alan Stern, Michael Belton, Richard P. Binzel, David Borncamp, Francesca DeMeo, S. Fabbro, Cesar Fuentes, Hisanori Furusawa, Tetsuharu Fuse, Pamela L. Gay, Stephen Gwyn, Matthew J. Holman, H. Karoji, J. J. Kavelaars, Daisuke Kinoshita, Satoshi Miyazaki, Matt Mountain, Keith S. Noll, David J. Osip, Jean-Marc Petit, Neill I. Reid, Scott S. Sheppard, Mark Showalter, Andrew J. Steffl, Ray E. Sterner, Akito Tajitsu, David J. Tholen, David E. Trilling, Harold A. Weaver, Anne J. Verbiscer, Lawrence H. Wasserman, Takuji Yamashita, Toshifumi Yanagisawa, Fumi Yoshida, Amanda M. Zangari
Revista: Planetary Science Journal
DOI: 10.48550/arXiv.2403.04927
Autores: Wesley C. Fraser, Simon B. Porter, Lowell Peltier, JJ Kavelaars, Anne J. Verbiscer, Marc W. Buie, S. Alan Stern, John R. Spencer, Susan D. Benecchi, Tsuyoshi Terai, Takashi Ito, Fumi Yoshida, David W. Gerdes, Kevin J. Napier, Hsing Wen Lin, Stephen D. J. Gwyn, Hayden Smotherman, Sebastien Fabbro, Kelsi N. Singer, Amanda M. Alexander, Ko Arimatsu, Maria E. Banks, Veronica J. Bray, Mohamed Ramy El-Maarry, Chelsea L. Ferrell, Tetsuharu Fuse, Florian Glass, Timothy R. Holt, Peng Hong, Ryo Ishimaru, Perianne E. Johnson, Tod R. Lauer, Rodrigo Leiva, Patryk S. Lykawka, Raphael Marschall, Jorge I. Núñez, Marc Postman, Eric Quirico, Alyssa R. Rhoden, Anna M. Simpson, Paul Schenk, Michael F. Skrutskie, Andrew J. Steffl, Henry Throop
Revista: arXiv
DOI: 10.48550/arXiv.2407.21142
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