A Startup 'MaiaSpace' Foi Selecionada Pela 'CNES' Para Usar o Antigo Local de Lançamento dos Foguete Soyuz no Espaçoporto de Kourou na Guiana Francesa

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Crédito: MaiaSpace
A MaiaSpace converterá o local de lançamento na Guiana Francesa, construído para o foguete Soyuz, para seu próprio veículo de lançamento pequeno e reutilizável.
 
No dia de hoje (27/09), o portal SpaceNews anunciou que a Agência Espacial Francesa (CNES) selecionou a MaiaSpace, uma startup apoiada pela ArianeGroup que está desenvolvendo um veículo de lançamento pequeno e reutilizável, para assumir um local de lançamento na Guiana Francesa originalmente construído para o foguete Soyuz.
 
De acordo com a nota do portal, a MaiaSpace anunciou em 26 de setembro que o CNES lhe concedeu acesso ao pad, conhecido como ELS, para uso pelo seu veículo de lançamento pequeno. O local no Centro Espacial da Guiana estava inativo desde que a Rússia suspendeu os lançamentos da Soyuz de lá em 2022, em resposta às sanções europeias contra a Rússia após sua invasão da Ucrânia.
 
A MaiaSpace afirmou em um comunicado que gastará "várias dezenas de milhões de euros" para adaptar o pad para uso por seu veículo, com lançamentos programados para começar em 2026. No entanto, Yohann Leroy, diretor executivo da MaiaSpace, classificou isso como uma solução mais "econômica" do que construir uma instalação de lançamento totalmente nova, uma medida que "contribuirá para otimizar o nível de seus gastos de capital e, portanto, a viabilidade do negócio da MaiaSpace".
 
Embora a empresa tenha afirmado em seu comunicado que estava explorando várias opções europeias para um local de lançamento, sua preferência era pela Guiana Francesa. Leroy disse em uma discussão em painel em 18 de setembro na World Space Business Week em Paris que o caso de negócios da empresa exigia lançamentos em uma variedade de inclinações para apoiar constelações, aproveitando o impulso adicional proporcionado por lançamentos próximos ao Equador. "Esse é o melhor lugar para nós", disse ele sobre os lançamentos lá.
 
A MaiaSpace está desenvolvendo um veículo de lançamento pequeno capaz de colocar até 1.500 quilogramas em órbita solar-sincrônica em modo descartável. No entanto, o primeiro estágio foi projetado para ser reutilizado, pousando em uma barca no oceano, e nesse modo pode colocar 500 quilogramas na mesma órbita. Um estágio adicional chamado Colibri, que a empresa também está desenvolvendo, poderia aumentar a capacidade de carga em uma tonelada.
 
A empresa implementará gradualmente a reusabilidade, disse Leroy durante uma visita recente às instalações da empresa em Vernon, nos arredores de Paris. A empresa começará com lançamentos descartáveis e testará gradualmente a capacidade de pousar o foguete, primeiro fazendo pousos "virtuais" no oceano antes de tentar um pouso em uma barca.
 
O veículo aproveita esforços europeus, como o motor Prometheus, apoiado pela ESA, que utiliza propelentes de oxigênio líquido e metano, bem como o projeto Themis para testar tecnologias de pouso vertical.
 
A reutilização tanto do foguete quanto do antigo local de lançamento da Soyuz se encaixa em uma filosofia de sustentabilidade que também inclui o uso de metano "bio-sourced" como combustível para o foguete. O interesse em sustentabilidade está crescendo entre os clientes, disse Leroy na conferência, "mas ainda não a ponto de nossos clientes decidirem escolher nossa solução apenas porque é melhor do ponto de vista ambiental".
 
"O fator mais importante é o preço", disse ele. "Mas, ainda assim, vemos crescer as preocupações com o meio ambiente", daí o impulso para reduzir o impacto ambiental do veículo. "Estamos convencidos, do ponto de vista estratégico, de que isso acabará se tornando um fator de decisão muito importante para os clientes."
 
Aproveitamos para agradecer publicamente ao nosso leitor e apoiador Eugênio Preza (CEO da startup brasileira EP.SpaceBr), pelo envio dessa noticia. 
 
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