Mapa da Matéria Escura Reforça Enigma da Taxa de Expansão do Universo

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Segue abaixo uma curiosa notícia postada ontem (12/04), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que Mapa da Matéria Escura reforça enigma da Taxa de Expansão do Universo. Saibam mais sobre essa notícia pela matéria abaixo.
 
Brazilian Space
 
ESPAÇO
 
Mapa da Matéria Escura Reforça Enigma da Taxa de Expansão do Universo
 
Redação do Site Inovação Tecnológica
12/04/2023
 
[Imagem: ACT Collaboration]
As regiões alaranjadas mostram a intensidade do efeito gravitacional (mais massa); aquelas em roxo mostram onde há menos ou nenhuma. Os detalhes típicos têm centenas de milhões de anos-luz de diâmetro. A faixa esbranquiçada mostra onde a luz contaminante da poeira da Via Láctea, que obscurece uma visão mais profunda.
 
No Escuro
 
Há muitas coisas no Universo que a ciência ainda não sabe explicar. Uma delas é um efeito gravitacional muito forte, que surge em locais onde parece não haver qualquer matéria capaz de produzir essa gravidade.
 
À origem desconhecida dessa força gravitacional nós damos o nome de matéria escura, primeiro porque nossas teorias nos dizem que a gravidade é sempre associada à matéria, e, segundo, porque essa fonte de gravidade desconhecida não é visível e não aparece para nenhum sensor que o ser humano já tenha construído.
 
E não tem sido fácil decifrar esse enigma: Todas as ideias, esforços e projetos observacionais tentados até hoje para caracterizar essa matéria que não aparece falharam, já que nem a luz e nem qualquer outra forma de radiação eletromagnética conhecida interagem com ela.
 
Assim, tudo o que nos resta, por enquanto, é mapear esse efeito gravitacional aparentemente sem causa.
 
Agora, os astrônomos e astrofísicos da colaboração do Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT: Atacama Cosmology Telescope) criaram uma nova imagem que revela o mapa mais detalhado da matéria escura distribuída por um quarto de todo o céu e com um adicional de profundidade.
 
"Mapeamos a matéria escura invisível no céu para as maiores distâncias e vemos claramente as características desse mundo invisível com centenas de milhões de anos-luz de diâmetro," disse Blake Sherwin, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
 
[Imagem: Lucy Reading-Ikkanda/Simons Foundation]
Os adeptos da medição da expansão do Universo pela radiação de fundo argumentam que esta é mais uma prova de que sua técnica não tem erros.
 
Tensão de Hubble
 
A técnica usada pela equipe envolve captar a luz que restou dos primórdios do Universo, cerca de 380.000 anos após o Big Bang, conhecida como radiação cósmica de fundo de micro-ondas.
 
A equipe também rastreou como a atração gravitacional de estruturas grandes e pesadas, incluindo a matéria escura, que produz 85% de toda a gravidade cujos efeitos detectamos, distorce a própria radiação de fundo em sua jornada de 14 bilhões de anos até nós - a gravidade também atua sobre a luz, desviando-a ligeiramente de seu percurso.
 
"Fizemos um novo mapa da massa [existente no Universo] usando distorções da luz que sobrou do Big Bang," detalhou Mathew Madhavacheril, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA.
 
"Surpreendentemente, ele fornece medições que mostram que tanto a 'granulosidade' do Universo quanto a taxa na qual ele vem crescendo após 14 bilhões de anos de evolução são exatamente o que você esperaria do nosso modelo padrão da cosmologia, baseado na teoria da gravidade de Einstein."
 
Esta é uma das técnicas para medir a velocidade de expansão do Universo. O problema é que essa técnica da luz antiga dá resultados diferentes das técnicas que usam a luz do Universo atual, levando ao que os astrônomos chamam de "tensão de Hubble" - isso porque o problema envolve a chamada constante de Hubble, que mede a taxa de expansão do Universo.
 
E o novo mapa reforça essa discrepância na velocidade de expansão do Universo: Como os resultados batem com as teorias, a equipe acredita que isso reforça o argumento de não haver erros na medição da expansão pelo método da radiação cósmica de micro-ondas.
 
Bibliografia:
 
Artigo: The Atacama Cosmology Telescope: Mitigating the impact of extragalactic foregrounds for the DR6 CMB lensing analysis
Autores: Niall MacCrann et al.

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