Artigo: Corte Internacional Julgará Queixas Referentes aos Quilombos de Alcântara
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue
abaixo um artigo postado ontem (04/04) no site da 'Revista Tecnologia & Defesa'
tendo como tema a notícia de que a Corte Internacional de Direitos Humanos irá
em breve o absurdo caso “Quilombolas de Alcântara vs. Brasil”. Saiba mais pelo
artigo abaixo da jornalista Miriam Rezende.
Pois é
amigos e amigas do BS, olhem aí, vejam claramente uma das razões pelo qual o
PEB não avança, não que isto por si só explique os mais de 60 anos de erros, fantasias
e falácias propagadas por governos subsequentes neste período, até porque já temos
de sobra ‘cabeças de ovo’, ‘incompetentes’ e ‘oportunistas de plantão’ suficientes
para realizar este trabalho com maestria.
Porém caros
entusiastas, neste caso em particular, protagonizado por forças não tão ocultas
assim (observe os sinais), só complica ainda mais o já engessado e sem rumo
Patinho Feio governamental. Sinceramente, como já disse diversas vezes, o PEB já
era e a mais de duas décadas, e só sobreviverá com este pomposo titulo para realizar projetos pontuais
que atendam interesses políticos de apadrinhados e de oportunistas de plantão e
através de atividades espaciais pontuais conduzidas por startups e abnegados
que ainda tentam sobreviver num universo totalmente hostil para aqueles que realmente podem e querem fazer a diferença.
Veja uma matéria correlata (Nem tudo que reluz é ouro: A ida de Bolsonaro a Alcântara), publicada pelo BS em 2021, sobre esse tema.
Brazilian
Space
DESTAQUE – ESPACIAL
Corte Internacional Julgará Queixas Referentes aos Quilombos de
Alcântara
Por Miriam Rezende
Gonçalves (*)
04 de abril
de 2023
Fonte: Revista Tecnologia & Defesa -https://tecnodefesa.com.br
Com projeto
estruturado na década de 1970 e criado oficialmente no ano de 1983, o Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, enfrentará mais um desafio:
participar da defesa do Estado Brasileiro junto à Corte Interamericana de
Direitos Humanos, no caso “Quilombolas de Alcântara vs. Brasil”. Os motivos que
levaram o caso àquela Corte, por parte de poucas entidades representativas das
comunidades de Alcântara (MA), parecem trazer demandas de grupos de interesse
que não exprimem, necessariamente, os interesses da sociedade local, e não são
debatidos pela sociedade nacional, apesar da importância do tema para o País,
tanto do ponto de vista do Programa Espacial quanto na perspectiva dos direitos
de comunidades tradicionais (quilombolas).
Primeiro, é
importante citar que o CLA gera emprego e renda e ainda proporciona educação de
qualidade em uma região com ínfimas oportunidades. A área de desapropriação do
projeto da base espacial brasileira ocorreu anteriormente à Constituição de
1988, com base na legislação nacional daquela época e ao abrigo da Convenção
107/1957 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo sido, inclusive,
realizada a consulta prévia à comunidade, em conformidade com o que preconiza a
Convenção. Os peticionários, por outro lado, pedem que a Corte reconheça a
aplicação retroativa da Convenção OIT/169, a qual foi internalizada no país
pelo Congresso Nacional só no ano de 2002. Trata-se de uma possível tentativa
de obter uma decisão que inclua a obrigação de o Estado Brasileiro terras para
um quilombo em Alcântara, em sobreposição à área do CLA e das agrovilas criadas
em decorrência da implantação daquele Centro Espacial. Na prática, haveria
risco para a continuidade e desenvolvimento das atividades espaciais naquele
município maranhense, além da perda dos títulos individuais que já foram entregues
às famílias das comunidades dessas Agrovilas.
Entenda o Caso
Entidades
representativa de algumas comunidades do Município de Alcântara e a Instituição
Justiça Global protocolaram um pedido de indenização de famílias de 152
povoados e de demarcação de território étnico Quilombola, sob as seguintes
alegações, entre outras:
* Que o
Estado os proibiu de pescar;
* Que não
houve consulta pública na ocasião em que remanejaram 312 famílias para as
Agrovilas;
* Ausência
de título de propriedade dos moradores;
* Impactos
sociais e culturais causados pela ação da União ao longo das últimas quatro
décadas.
Tais
afirmações são questionáveis, uma vez que as vias de acesso ao mar continuam
abertas, com livre trânsito para às comunidades reassentadas e pescadores
cadastrados em associação afim, ou seja, os moradores não estão proibidos de
pescar. Quanto à segunda acusação, ressalte-se que na ocasião do remanejamento,
houve exposição permanente de uma casa modelo durante meses e a população
optou, pelo formato que gostariam de adotar.
O Centro de
Lançamento de Alcântara respeitou a decisão escolhida, após muito tempo de
exposição do modelo de casa, o que desmonta a segunda acusação e, com relação à
titulação de terras, recentemente, em 13 de fevereiro de 2021, o Estado concedeu
120 títulos rurais de propriedade, em caráter individual, para as agrovilas de
Alcântara. Contudo, as Associações exigiam que a concessão fosse coletiva, para
que eles tivessem o controle sobre a terra, mas o Estado realizou a concessão
individual em decorrência de compromisso assumido com a comunidade de Alcântara
na ocasião dos reassentamentos.
Pelo que
tudo indica, a titulação individual contrariou alguns grupos de interesse, uma
vez que as três acusações no qual a ação está fundamentada possuem uma
perspectiva distorcida da realidade. Com relação aos supostos impactos sociais
e culturais, convenientemente os peticionários deixam de comentar os benefícios
sócio-econômico que o CLA trouxe e o desenvolvimento que haverá com o início
das atividades de lançamento de foguetes comerciais.
O caso foi
apresentado em 2001 na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, foi
admitido em 2006 e vinha sendo analisado desde então. Após a análise, a
denúncia chegou em 5 de janeiro de 2022 na Corte, que é um estágio superior da
organização internacional.
Em março de
2019, o Brasil aprovou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite
que diversos países do mundo possam realizar lançamentos do espaço-porto
brasileiro, fomentando o turismo local e estadual, atraindo investidores
nacionais e internacionais para Alcântara e todo Estado do Maranhão. Alguns
poucos contrários à ação, receberam passagem e hospedagem oriundos de supostas
organizações não governamentais (ONGs) internacionais para comparecerem ao
Senado americano com o objetivo de protestarem contra a aprovação do AST.
Sem
sucesso, o acordo foi aprovado com maioria no Congresso e Senado brasileiro,
com grande ajuda da oposição, que reconheceram que o projeto da base espacial
traz emprego e renda para toda região. As denúncias de que a base espacial
brasileira sofre boicotes hipoteticamente financiado por entidades
internacionais são antigas e já conhecidas por todos.
No momento
da catástrofe com o foguete VLS-03, que vitimou 21 cientistas brasileiros no
ano de 2003, o jornal Folha de São Paulo publicou, com base em um relatório da
Agência de Inteligência Brasileira (ABIN), que um agente identificado como
Olivier, estava no local praticando “kitesurf”, mas na verdade se tratava de um
agente ligado ao Consulado Francês de São Paulo e membro da Direction
Générale de la Sécurité Extérieure (DGSE), o serviço secreto francês.
Supõe-se
que as motivações seriam a contestável concorrência com a Base de Korrou,
localizada nas Guianas Francesas. Todavia, existe uma demanda suprimida de 50%
dos lançamentos em torno do globo terrestre, deixando espaço para diversos
atores atuarem no seguimento espacial. Diversos países começam a apostar no
seguimento de espaço-portos para fomentar sua economia, uma vez que por meio de
pesquisas espaciais, diversos setores são beneficiados, principalmente a
medicina.
Em
março deste ano, a empresa sul-coreana Innospace inaugurou as operações
privadas ao lançar com sucesso do Centro Espacial de Alcântara o foguete
Hanbit-TLV. A movimentação de engenheiros sul-coreanos e curiosos para
assistir o lançamento movimentou o turismo a cidade e consequentemente, a
economia, sobrecarregando os hotéis e restaurantes de Alcântara.
O
julgamento será realizado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada
à Organização dos Estados Americanos (OEA) e está previsto para ocorrer no
período de 24 a 26 de abril de 2023, em Santiago, no Chile, com base em
depoimentos de apenas duas testemunhas e um perito de cada parte, o que parece
ser insuficiente para refletir com profundidade uma questão complexa.
A Força
Aérea Brasileira (FAB) apresentou extensa lista de representantes das
comunidades de Alcântara que são contrários à denúncia e que acusam tais ONGs
de tentarem manipular o futuro de suas terras, porém a relação de testemunhas
(presenciais e cartoriais) foi bastante reduzida ao longo do processo.
O que importa para o eixo global europeu e anglo-saxão é que países grandes, como o Brasil e com muitos recursos, ser um ente amorfo, sem decisão, dividido politicamente, de norte a sul.
ResponderExcluirTriste realidade.
Haverá reação?
Só não sei de onde.