Sonda Rumo a Plutão tem Risco de Bater

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (11/08) no site “Folha.com” do jornal “Folha de São Paulo” destacando que simulação feita por pesquisadores brasileiros indica que a sonda espacial americana New Horizons corre o risco de colisão em sua trajetória para o planeta-anão Plutão.

Duda Falcão

Ciência

Sonda Rumo a Plutão tem Risco de Bater

SALVADOR NOGUEIRA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

11/08/2010 - 08h45


No meio do caminho pode haver uma pedra. Não se trata de poesia, mas sim do drama enfrentado pela sonda americana New Horizons, que fará a primeira visita robótica a Plutão.

Segundo um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros, à espaçonave passará por uma região potencialmente ocupada por satélites ou até mesmo anéis, hoje desconhecidos, ao redor do planeta-anão. Há risco, embora pequeno, de colisão.

A pesquisa, liderada pela física Silvia Giuliatti Winter, da UNESP (Universidade Estadual Paulista) em Guaratinguetá, no vale do Paraíba (SP), já chamou a atenção da equipe americana responsável pelo projeto ao ser apresentado durante um encontro científico internacional.

O grupo da NASA espera que os resultados ajudem a avaliar os riscos que a sonda terá de enfrentar quando fizer sua aproximação máxima do sistema plutoniano (como é conhecido o conjunto formado pelo planeta-anão e seus satélites), isso apenas em julho de 2015.


Concepção artística mostra a sonda americana

New Horizons, com Plutão ao fundo


VAI QUE VAI

A New Horizons, lançada em 2006, está agora a meio caminho da longa viagem até Plutão. Como não deve chegar lá em menos de cinco anos, há tempo de sobra para uma mudança de curso que evite a região mais perigosa e proteja a espaçonave. Mas os gerentes da missão não pretendem fazer isso.

"Simplesmente não teríamos como desviar e ainda assim fazer as observações detalhadas que planejamos", explica Andrew Cheng, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, órgão que está tocando o projeto para a NASA.

MATEMÁTICA AVANÇADA

Os cientistas da UNESP conduziram uma série de simulações matemáticas para identificar potenciais órbitas estáveis --ou seja, regiões que pudessem ser ocupadas por pequenos objetos durante longos períodos de tempo- ao redor de Plutão e de Caronte, a maior das três luas conhecidas do sistema (as outras duas são Nix e Hidra, pequenos corpos gelados descobertos em 2005).

Trata-se de um problema matemático tão cabeludo que o único jeito de resolvê-lo é ir simulando as trajetórias em computador e vendo o que acontece (leia mais no texto abaixo, à esquerda).

Ao realizar esse procedimento, os cientistas brasileiros constataram que há muito mais regiões potencialmente ocupadas por luas ou anéis do que antes se pensava. Os resultados saíram no periódico "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society" e ganharam destaque na última edição da revista "UNESP Ciência".

É bem verdade que estudos recentes, feitos com os melhores telescópios disponíveis, não encontraram indícios de novos satélites.

Entretanto, sabe-se que Plutão ocupa uma área do Sistema Solar onde objetos de pequeno porte são muito comuns, o que eleva as probabilidades de que possa existir algo lá que só não foi visto até agora por conta da grande distância entre o planeta-anão e a Terra.

Caberá à New Horizons a chance de fazer a descoberta e, com um pouco de sorte, permanecer intacta para contar a história.


Fonte: Site “Folha.com” do Jornal Folha de São Paulo - 11/08/2010

Comentário: Mesmo que a simulação da equipe da UNESP não esteja correta, o fato do estudo ser considerado pela NASA demonstra o grande avanço e reconhecimento internacional alcançado pela astrofísica brasileira. Parabéns a equipe liderada pela física Silvia Giuliatti Winter, da UNESP, pelo grande trabalho realizado.

Comentários

  1. Grande material do jornalista Salvador Nogueira, amigo do forum Trekbrasilis e um dos fundadores da AAB.

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  2. Concordo contigo Ricardo, grande matéria do jornalista Salvador Nogueira e também surpreendente, pois demonstra que o Brasil tem competência nessa área de calculo de trajetória espacial que será muito útil, caso o projeto da Missão ARTER saia do papel.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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