Satélite Amazônia-1: Expectativa de Novas Licitações
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (22/08) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski destacando que segundo informações apuradas pelo mesmo o INPE está prestes a licitar os componentes faltantes para a conclusão do satélite Amazônia-1.
Duda Falcão
Amazônia-1: Expectativa de Novas Licitações
22/08/2010
De acordo com informações apuradas pelo blog Panorama Espacial, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está prestes a licitar os componentes faltantes para a conclusão do Amazônia-1, satélite de observação terrestre baseado na Plataforma Multimissão (PMM). A expectativa é que as licitações sejam iniciadas muito em breve, com a publicação de editais no Diário Oficial. Toda a documentação necessária para as instruções dos processos licitatórios já estaria, inclusive, pronta. O objetivo do INPE é ter os contratos de fornecimento assinados até o final do ano.
Dentre os poucos componentes que ainda não foram comprados, destaca-se o sensor de estrelas, sistema essencial para o posicionamento do satélite em órbita e apontamento das câmeras para a Terra. Especula-se que o sensor será adquirido junto a empresas europeias - da Itália, França ou Holanda.
O blog também apurou que a Agência Espacial Brasileira já começou a dar os primeiros passos visando ao lançamento do Amazônia-1, como, por exemplo, a busca de recursos no orçamento para levá-lo a órbita, em 2012 ou 2013. Muito provavelmente, será aberta uma concorrência internacional para a contratação do frete de um lançador, processo que pode levar vários meses, ou talvez anos.
Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski
Comentário: O companheiro jornalista André Mileski nos traz boas notícias sobre essa novela chamada satélite Amazônia-1. A verdade é que esse satélite é o de maior tempo de desenvolvimento no Brasil e talvez no mundo (30 anos), pois o mesmo é originário da época da antiga Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) quando era chamado de Satélite de Sensoriamento Remoto 1 (SSR-1). Também é verdade que essas partes faltantes do satélite só estarão sendo licitadas agora devido à ineficiência do governo em um programa que precisa ser dinâmico para que se obtenha êxito em seu desenvolvimento. Deixando de lado o histórico e conhecido desinteresse da maquina burocrática pelo PEB, o fato do governo Lula não ter em oito anos se movimentado para criar condições especiais de licitação só veio complicar ainda mais as coisas e deu no que deu, ou seja, perdemos a hegemonia na construção de satélites para os hermanos argentinos. O blog considera a passagem do governo Lula na questão de resultados práticos como desastrosa para o PEB, apesar do mesmo ter aumentado seu orçamento que era não menos que ridículo. Se analisarmos os resultados alcançados pelo presidente Lula em seu período de governo o único resultado prático que pode ser contabilizado é o desenvolvimento e lançamento do satélite CBERS-2B, que mesmo assim já estava praticamente desenvolvido devido suas partes serem desenvolvidas em duplicata no programa do CBERS-2. Os investimentos feitos pelo governo Lula na área de infra-estrutura foram na realidade para evitar o sucateamento do setor e nada de novo e relevante veio a ser acrescentada a essa mesma infra-estrutura. Até mesmo a nova TMI (Torre móvel de Integração do VLS-1) em fase final de montagem, foi uma novela global, devido à falta de seriedade na concepção do Edital deixando brechas jurídicas que permitiram as empresas que perderam a licitação entrarem na justiça e assim impedirem sua construção por dois anos. Além disso, não podemos deixar de citar decisões errôneas tomadas pelo governo como a criação da ACS da maneira que foi concebida, a entrada do país em projetos de novos satélites sem qualquer condição de fazê-lo (como o do programa dos Satélites IBSA), que certamente causará um desconforto político em médio prazo (já que na Índia e na África do Sul os projetos espaciais são levados com a seriedade e o dinamismo necessário nunca alcançado pelo Brasil) e por ultimo, o quase e criminoso abandono do acordo com os russos em detrimento ao que parece a favor da EADS Astruim, que pode se concretizar a qualquer momento, atrasando ainda mais os programas de lançadores e tecnologias associadas que o Brasil estava desenvolvendo com os russos (leia-se VLS Alfa e motor L75). Em resumo, a passagem do governo Lula foi um desastre para o Programa Espacial Brasileiro.
Olá Duda,
ResponderExcluirEu não sei quanto a isso, mas eu creio que deve ter tido algum desvio de dinheiro, alguma corrupção, muitas vezes o governo libera a verba e a verba é desviada, infelizmente a corrupção que existe no Brasil impede a evolução tecnologica, creio na hipotese de desvio de verba mesmo, por que o Ministerio de Ciencia e Tecnologia liberou R$835 milhões para pesquisas em 2010 (fonte http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/07/27/e270720416.asp), não sei para onde vai todo esse dinheiro, o problema é que o dinheiro não chega para o fim no qual se destina, devido a corrupção, triste, triste e triste...
Olá Deiverson!
ResponderExcluirObrigado pela sua participação. Olha, pode até ser Deiverson, mas não acredito nessa hipótese. Esses recursos que você se referiu foram aplicados em diversas áreas da ciência e tecnologia no país e em grande parte bem aplicada. Não tenho o que reclamar disso, já que é notório o crescimento desse setor no Brasil. No entanto (deixando de lado os problemas já apontados por mim em meu comentário), o mesmo não se aplica ao Programa Espacial Brasileiro, visto como o “Patinho Feio” pelo MCT que não cumpriu em oito anos de governo LULA os objetivos que estavam previstos pelo Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Na realidade a AEB deveria ter autonomia e não estar subordinada ao MCT, pois o mesmo já tem um universo enorme de setores necessitando de investimento, além do que o PEB por pura ignorância nunca foi bem visto pelos burocratas do MCT.
Forte abraço
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)