Satélites "Big Brother" Vão Monitorar Agricultura no Brasil
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (31/08) no jornal “Folha de São Paulo” destacando que rede de satélites "Big Brother" vai monitorar agricultura brasileira.
Duda Falcão
Rede de Satélites "Big Brother" Vai
Monitorar Agricultura Brasileira
Serão monitorados eventos climáticos,
risco de calote e cumprimento de leis ambientais
Cláudio Ângelo
31/08/2010
A agricultura brasileira terá a partir do fim do ano seu primeiro "big brother". Um sistema já em fase de teste usará imagens de satélite e banco de dados on-line para saber se a produção de determinada fazenda corre riscos.
Serão monitorados desde eventos climáticos até a possibilidade de calote e o cumprimento de leis ambientais.
De posse das informações, o produtor poderá planejar do período ideal de colheita aos contratos de escoamento da produção.
As seguradoras poderão premiar com descontos os proprietários cujas áreas apresentarem as menores médias de risco -e até saber se seus segurados de fato plantaram e vão colher.
O sistema é fruto de um convênio de R$ 1 milhão entre a Embrapa, a seguradora Allianz, a empresa alemã de sensoriamento remoto Rapid Eye e a R3ZIS, firma brasileira de tecnologia agrícola.
Ele já vem sendo testado no interior paulista e terá um piloto em funcionamento em vários municípios de Minas Gerais no fim do ano.
Segundo Maurício Meira, sócio da R3ZIS, o sistema funcionará como uma espécie de Google Earth, em que as imagens de satélite das propriedades formam uma "base" à qual são adicionadas informações.
Entre elas, dados de solo e clima, tipo de semente plantada e especificações técnicas de cada cultivar.
"Muito do risco ocorre porque as pessoas não usam o produto correto. Uma variedade de milho sujeita à perda em um número X de dias sem chuva e que é plantada em uma região com estiagens desse tipo", diz Meira.
As fazendas cadastradas terão monitoramento diário de cinco satélites. Eles são capazes de "enxergar" o estado de saúde das plantas. Como eles captam luz infravermelha, conseguem, por exemplo, ver uma folha amarelando antes de o produtor perceber.
Somado aos dados meteorológicos, isso permite emitir alertas de risco precoces. Testes no interior paulista conseguiram prever estiagens com sucesso.
Além do risco climático e agropecuário, o software permitirá avaliar o chamado risco moral.
"Muitas vezes, a pessoa pode criar uma informação que não é verídica [inventar uma quebra de safra] para acessar o seguro", diz Paulo Cruvinel, da Embrapa Instrumentação Agropecuária.
A idéia no futuro é adicionar mais dois tipos de informação. O primeiro são dados de logística, como estradas, portos e armazenagem.
O segundo tipo, cada vez mais importante para produtos de exportação, são dados socioambientais, como o cumprimento dos percentuais de reserva legal e área de preservação permanente.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo - 31/08/2010
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