Estudantes da UnB Desenvolvem Robôs para a NASA
Olá leitor!
Recentemente o blog postou uma matéria do jornal Correio Braziliense sobre dois estudantes brasileiros que haviam sido selecionados pela NASA (veja a nota Dois Alunos da UnB Foram Selecionados Pela NASA). Segue abaixo agora uma notícia mais específica postada dia 24/08 no site da “Universidade de Brasília (UnB) - UnB Agência”.
Duda Falcão
Tecnologia
Estudantes da UnB Desenvolvem Robôs para a NASA
Diego Viot e Flávio Dias passaram um mês nos EUA,
onde ajudaram a criar protótipos de máquinas
que devem explorar o espaço
João Campos e Thais Antônio
Da Secretaria de Comunicação da UnB
24/08/2010
Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência
A corrida espacial do século XXI passa pela Universidade de Brasília. Os estudantes de graduação da Faculdade de Tecnologia (FT) Flávio Dias e Diego Viot, ambos de 23 anos, foram selecionados para participar de uma parceria inédita entre o governo federal e a Agência Espacial Americana (NASA). Em julho, a dupla esteve em Maryland, nos Estados Unidos (EUA), onde contribuiu com a criação de dois projetos pilotos de robôs que devem, em futuro não muito distante, explorar ambientes fora da Terra.
O Moondog (cachorro da lua, em inglês) é um dos projetos do NASA Engineering Boot Camp que recebeu um toque brasileiro. Trata-se de um robô para a coleta de amostras de água e solo em ambientes inóspitos. "Fizemos um protótipo que será testado em regiões de difícil acesso da Groenlândia (ilha entre o oceano Atlântico e o mar Glacial Ártico, a leste do Canadá) em 2011", conta Flávio, aluno da Engenharia Mecânica. O objetivo é chegar a um modelo que se adapte às condições lunares.
Arquivo Pessoal
O jovem ajudou a conceber o sistema de tração do robô. A primeira versão contou com quatro grandes rodas envoltas em correntes. "Essa opção se mostrou falha nos testes na areia, pois em lugares de neve ou terra fofa a máquina pode atolar", explica. A solução adotada pela equipe foram duas esteiras, como as usadas em tanques de guerra. "Assim aumentamos a área e diminuímos a pressão sobre o solo, o que garante maior sucesso na locomoção do robô", completa Flávio, aluno do 4º semestre.
Arquivo pessoal
Com cerca de 1,5m de comprimento por 1,5m de largura, a máquina movida a energia solar tem capacidade para transportar até 125kg de carga. O controle do Moondog ocorre via satélite. É aí que entra o trabalho de Diego Viot. "Criamos um microcontrolador capaz de direcionar as informações para dois processadores acoplados ao robô", detalha o futuro engenheiro elétrico. A tecnologia garante, por exemplo, que a máquina obedeça aos comandos de virar ou coletar uma pedra.
PINGUIM - Os jovens participaram ainda de outro projeto do Centro de Vôos Espaciais Goddard, da NASA. Batizado de Large, o programa busca desenvolver uma rede de robôs capaz de explorar ambientes de difícil acesso e relevo instável. "Existe uma máquina mãe que recebe comandos e conta com autonomia para redistribuir as informações entre os filhotes", explica Diego, que há um ano está na UnB por meio de um intercâmbio acadêmico com a Universidade Federal do Ceará.
O estudante participou do desenvolvimento de um software para um dos "filhotes", também chamados de "pinguins". Por meio de um dispositivo de raio laser, a máquina escaneia o ambiente e gera uma imagem 3D para localizar outros robôs que tenham se "perdido da mãe". "Criamos um programa que permite o mapeamento completo de uma área em 360º", conta Diego. Tanto o protótipo da "mãe", como o do "pinguim" já estão prontos para a primeira fase de testes, ainda em ambientes terrestres.
SONHO - É a primeira vez que brasileiros participam de um programa do NASA Engineering Boot Camp, que ocorre nos verões americanos. Além de Flávio e Diego, outros dois alunos, de Minas Gerais e Rio de Janeiro, estiveram no projeto que recebeu um total de 50 estudantes de diversos países, como Espanha, Argentina e México. "Foi um dos momentos mais importantes da minha vida", afirma Flávio, que nunca tinha viajado para fora do Brasil. "É a realização de um sonho representar o país na NASA", completa Diego.
A dupla, que passou 30 dias nos EUA, teve os currículos selecionados em um projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O secretário para Inclusão Social do MCT, Roosevelt Tomé, explica que este é o primeiro passo para a aproximação entre as universidades brasileiras e a NASA. "Nossa preocupação é garantir que os estudantes disseminem o que foi aprendido", disse. "Precisamos criar condições para que esse conhecimento fique no Brasil para que não exportemos cérebros para o exterior", completa o secretário.
Diego e Flávio vão buscar apoio para retornar à terra do Tio Sam em 2011. "Queremos dar continuidade aos projetos", afirma Flávio, que pretende seguir carreira na área espacial. Os estudantes acreditam que é preciso o engajamento não só do governo, mas também das universidades para que outros jovens tenham a oportunidade que eles tiveram. "Ainda há pouco investimento em intercâmbios como esse, que foi muito enriquecedor para nossa formação", observa Diego.
Fonte: Site da Universidade de Brasília (UnB)
Comentário: Pois é leitor enquanto eventos no exterior como esse sejam visto tanto pelo estudante quanto pelo investidor, seja ele público (governo) ou privado, como um intercambio para troca de experiências é valido e deve ser estimulado. Eu mesmo fiz intercambio cultural quando era adolescente nos EUA, onde aprendi muito e utilizei esse aprendizado em minha vida, contribuindo para a sociedade brasileira. É como diz no texto acima o secretário do MCT, Roosevelt Tomé: "Nossa preocupação é garantir que os estudantes disseminem o que foi aprendido", "Precisamos criar condições para que esse conhecimento fique no Brasil para que não exportarmos cérebros para o exterior". Essa que deve ser a preocupação do governo brasileiro, pois esses eventos são criados em outros países (principalmente nos EUA) justamente para atrair cérebros, afinal leva-se anos para formar a um custo altíssimo profissionais com essas qualificações e quando esses jovens chegam lá já estão quase formados ou em vias de sair das universidades. O governo precisa também estimular aqui no Brasil através da AEB a criação de eventos como esse onde os estudantes possam participar de projetos concretos e não fiquem presos somente a palestras, visitas as instalações do PEB e a lançamentos de foguetes de água, como acontece na Jornada Espacial e nas Olimpíadas científicas.
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