Formação e Capacitação na Área Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Abr. Mai. Jun. de 2010), destacando que o edital de apoio lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), visa incentivar as carreiras técnico-científicas.
Duda Falcão
Formação e Capacitação na Área Espacial
Edital lançado em parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) visa
incentivar as carreiras técnico-científicas
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae), em mais de quatro décadas de história, vem conseguindo êxito na formação de pesquisadores e técnicos, com excelência internacionalmente reconhecida em várias áreas de conhecimento científico-tecnológico. No entanto, uma das conclusões da última revisão do Programa, realizada em 2004, apontou carência de profissionais e técnicos capacitados em diversos setores, como controle de atitude e órbita, sensores e atuadores espaciais e propulsão líquida.
Os Fundos Setoriais em especial o Fundo Espacial, e as ações de Pesquisa e Desenvolvimento incluídas no Pnae têm sido o instrumento utilizado para suprir essas necessidades. Atualmente, cerca de três mil especialistas brasileiros atuam no governo e na indústria. Número ainda insuficiente para que o Programa continue cumprindo seu principal objetivo, que é o de capacitar o país no desenvolvimento e na utilização de tecnologias espaciais voltadas à solução de problemas nacionais e em benefício da sociedade.
A Agência Espacial Brasileira (AEB), preocupada com esse cenário, lançou, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), edital de apoio a projetos voltados à fixação, formação e capacitação de especialistas para o setor. O edital, publicado em maio, prevê a destinação de recursos da ordem de R$ 13 milhões, com desembolso de R$6 milhões em 2010 e de R$ 7 milhões em 2011.
A concessão de bolsas busca reduzir o índice de evasão e elevar a taxa de fixação dos pesquisadores, técnicos e especialistas nos institutos de pesquisa que integram o Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais; fortalecer e ampliar a capacitação das pesquisas de projeto envolvidas nas atividades de desenvolvimento de veículos lançadores, satélites e seus equipamentos e sistemas de solo e operação e controle de centros de lançamento; formar competência nacional nas áreas consideradas imprescindíveis para o domínio sobre as atividades espaciais e suas aplicações e implementar cursos de Engenharia Espacial direcionados à formação de recursos humanos.
Qualificação - “O Brasil possui mão-de-obra capacitada, tanto nos institutos do governo, como na industria aeroespacial. O processo de formação nessa área, porém, tem de ser contínuo”, afirma o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Himilcon Carvalho. Segundo Carvalho, a qualificação técnica existe, mais a quantidade de recursos humanos não é a desejável. “O Programa carece de investimentos nas áreas de formação e capacitação de recursos humanos de pesquisa científica e tecnológica. Além de contarmos com um quadro pequeno de especialistas, há o envelhecimento e a evasão de pessoal dos institutos públicos, sem a devida reposição e as novas contratações. E não existe formação específica para a área espacial”, comenta.
Para a AEB, áreas ligadas à física, à matemática e várias das engenharias, como eletrônica, mecânica, mecatrônica, computação e materiais devem ser priorizadas, da mesma forma que a criação de cursos de graduação específicos para engenharia aeroespacial. “Temos hoje instalado no país um grande capital humano em setores de tecnologias afetos à atividade espacial. Nosso grande desafio é fazer com que esse capital humano possa colaborar efetivamente com o Programa Espacial Brasileiro”, completa o diretor.
Exigências - Os recursos destinados ao incentivo de pesquisas na área espacial são oriundos dos Fundos Setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), resultado de gestões feitas pela AEB junto ao Comitê de Coordenação dos Fundos Setoriais.
Podem se candidatar pesquisadores vinculados às instituições integrantes do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE) e envolvido em projetos estratégicos do PNAE, relacionados diretamente com o desenvolvimento de veículos lançadores, satélites e seus equipamentos e sistemas de solo e operação e controle de centros de lançamento, incluindo-se também atividades de avaliação de conformidade, de extensão inovadora e transferência de tecnologia para a indústria.
Os pesquisadores devem ter experiência mínima de 15 anos em projetos de desenvolvimento tecnológico, avaliação de conformidade ou lançamentos espaciais e ainda ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes.O apoio compreenderá a concessão de bolsas de fomento tecnológico e extensão inovadora e de auxílio para despesas de pesquisa, com duração máxima de 48 meses e com custo, por projeto, no valor de até R$ 300 mil. A divulgação dos resultados está prevista para 30 de julho de 2010, no site do CNPq.
Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 9 - Abr. Mai. Jun. de 2010 - pág. 9
Comentário: Pois é leitor, fico a me perguntar, se a AEB e o CNPq com a concordância do presidente Lula tivessem lançado esse edital em maio 2004 e não em maio desse ano (ultimo ano do seu governo), como será que estaria agora à área de recursos humanos do PEB? Certamente em uma situação bem melhor do que está no momento, não é verdade? É por essas e tantas outras que diferentemente da maioria, vejo a atuação do governo Lula como decepcionante com relação ao Programa Espacial Brasileiro. O presidente Lula veio em minha opinião a juntar-se a uma lista de ex-presidentes que contribuíram muito pouco para o desenvolvimento do nosso programa espacial. Por incrível que pareca, o presidente que mais contribuiu para o desenvolvimento de PEB, continua sendo o ex-presidente e atual senador José Sarney, ainda no final da década de 80. De lá pra cá, o desempenho dos presidentes foi sofrível, vindo há melhorar um pouco com o governo Lula. Vale lembrar aos interessados que a divulgação dos resultados deste edital de apoio está prevista agora para 20 de agosto de 2010, no site do CNPq.
Pois é, uma das grandes perdas do VLS-3, nem foi o material físico em si, isto já era um desastre, mas a perda do material humano, 21 tecnicos que passaram quase a vida toda estudando e pesquisando para o país para virar cinzas. Desde aquela época foi apontado que faltaria material físico, pessoas capacitadas, e só agora o governo se ligou. Pena. Ainda lembro do Lula chorando com as viuvas e filhos dos herois de Alcantara prometendo colocar um satélite até o final do seu mandato...
ResponderExcluirCorreto Ricardo, é por ai mesmo amigo. Infelizmente o presiente Lula contribuiu muito pouco para o PEB e em certos casos, até pejudicou e muito, como no caso da mal engenhada ACS. Em outras palavras, não vai deixar saudades.
ResponderExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)