Site Canaltech Entrevista Presidente da AEB Sobre o Tal 'MoU' Assinado Recentemente Com Portugal
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue agora uma entrevista com o presidente da nossa
piada espacial, o Sr. Carlos Moura, publicada ontem (02/05) no site ‘Canaltech’ tendo como destaque o MoU assinado recentemente com Portugal.
Pois então caros leitores e leitoras, se o Mister M da AEB tivesse
a mesma ‘seriedade’ e competência como gestor que tem
no uso das
palavras, certamente as atividades
espaciais no país teriam se devolvidos nos últimos 4 anos. Enfim, segue a tal entrevista
abaixo.
Brazilian Space
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Brasil e Portugal Assinam Acordo de Cooperação
Espacial. O Que Isso Significa?
Por Danielle Cassita
Editado por Patricia Gnipper
02 de Maio de 2023 às 22h37
Fonte: Com informações de Agência Espacial Brasileira, Governo da República Portuguesa
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: Gerd Altmann/Miguel Á. Padriñán/JoeBamz/Pixabay
O Brasil, por meio da Agência Espacial Brasileira (AEB),
recentemente assinou um acordo de cooperação espacial com Portugal — país cuja
agência espacial estatal faz parte da ESA, a notória Agência Espacial Europeia.
O acordo foi destaque nos canais de comunicação oficiais de ambas as nações,
enaltecendo a parceria.
O Memorando de Cooperação de Uso Pacífico do Espaço,
Ciências Espaciais, Tecnologias e Aplicações prevê uma série de colaborações
entre os dois países lusófonos. O anúncio do Governo da República
Portuguesa destaca que a colaboração prevê práticas como "iniciativas
conjuntas para a instalação de capacidades terrestres para recepção de dados de
satélites", "intercâmbio de informações sobre novas tecnologias
relacionadas a foguetes, voos suborbitais e sistemas de lançamentos",
"troca de dados sobre meteorologia espacial" e "desenvolvimento
de ações ligadas à formação acadêmica e técnica de profissionais, estudantes e
investigadores de ambos os países".
Mas o que isso significa, na prática? Para entender
melhor a novidade, o Canaltech conversou com Carlos Moura, presidente da
Agência Espacial Brasileira, que assinou o documento juntamente com a Ministra
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Elvira Fortunato; a
Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos;
e o Presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde.
Como Vai Ser a Cooperação Espacial Entre Brasil e
Portugal?
Abaixo, você confere a entrevista do Canaltech com
Carlos Moura, presidente da AEB, na íntegra:
Canaltech (CT): Quais os objetivos
desta cooperação espacial entre Brasil e Portugal?
O Brasil é um
dos poucos países no mundo que pode atuar em todos os segmentos da atividade
espacial. Portugal, além de todos os laços históricos com o Brasil, é um
dos participantes da União Europeia e da Agência Espacial Europeia — e vem
tendo um papel crescente nesses projetos, inclusive na sonda
Juice recentemente lançada, cuja missão é explorar Júpiter.
O objetivo do Memorando então é aproveitar o potencial
dos dois países e buscar pontos de convergência, seja no arranjo internacional
da utilização pacífica do espaço, seja em possíveis projetos ou em iniciativas
de educação.
Vamos lembrar que a atividade espacial conta muito com
a cooperação internacional, que é uma forma inteligente de se compartilhar recursos,
diminuir riscos e aumentar a chance de êxito.
CT: Os países concordaram em "promover a
implementação de uma agenda sobre as tecnologias do espaço no âmbito da
Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa". O que esperar desta
agenda e que benefícios ela poderá oferecer?
Existe naturalmente um interesse de países de ambos os
lados do Atlântico nesse ambiente tão importante para a economia e para o
ambiente em terra. Então é uma responsabilidade geral do Brasil, de Portugal e
de outros países estudarem melhor, compreenderem esse ambiente marítimo, e
tomarem ações importantes, seja pelo lado ambiental seja pelo lado da
exploração de recursos, monitoramento de tráfego marítimo e outras ações.
Ademais, essa comunidade de países lusófonos vem, ao
longo dos anos procurando formas de aproveitar melhor esses laços históricos e
linguísticos culturais para promover ações de interesse comum.
Como citado, a atividade espacial hoje é importante
para todos nós, independentemente de os países serem mais ou menos atuantes na
atividade espacial. E Brasil e Portugal podem certamente liderar ações
conjuntas de sistemas espaciais funcionando como ferramentas, seja para
políticas, seja para promoção de desenvolvimento socioeconômico, aproveitando
experiências dos dois países e de países da comunidade da língua
portuguesa que possam ser disseminadas, compartilhadas, ou inclusive
aumentar o alcance dos projetos já existentes, sejam projetos técnicos,
sistemas parciais, sejam infraestruturas terrenas, seja nas questões envolvendo
educação e estímulo à atração de jovens.
Existe um universo de possibilidades que pode e deve
ser compartilhado nessa comunidade de países.
CT: Brasil e Portugal vão trabalhar para apoiar
diferentes iniciativas, e uma delas é focada na instalação de capacidades
terrestres para a recepção de dados de satélites e em operações de lançamentos.
Quais serão estas capacidade?
O Brasil conta com uma rede respeitável de
infraestrutura de solo para comunicação com sistemas orbitais, além de dois
centros de lançamento. Portugal está integrado no sistema europeu, mas também
pretende desenvolver capacidade de lançamento na Ilha dos Açores.
É natural que nas atividades de lançamento haja
necessidade de se recorrer a outras estações de rastreio, de forma a se
completar todo o ciclo de acompanhamento das atividades de lançamento, e depois
de acompanhamento dos satélites.
Portanto, nada mais natural que os dois países possam
verificar na rede de instalações que têm possibilidades de utilização conjunta,
como o Brasil já faz ao empregar seus meios seja para receber informações
de sondas de outros países — como já fizemos com expedições científicas, por
exemplo, da Índia — seja no caminho inverso, com objetos nossos sendo
também rastreados por instalações colocadas em outros pontos do planeta.
CT: O comunicado menciona ainda o desenvolvimento
de sistemas de foguetes sonda, voos suborbitais e sistemas de lançamento. Como
a experiência da AEB vai ajudar na criação destes veículos lançadores?
O Brasil atua desde os anos 1970 com lançamentos de
veículos suborbitais, veículos para sondagem atmosférica, e mais recentemente
com veículos para experimentos em ambiente de microgravidade, tendo,
naturalmente, a ambição de se tornar um um país e um estado lançador capaz de
colocar satélites em órbita. Então esse é um desejo antigo do Brasil, e algo
que nós podemos certamente confirmar num futuro próximo.
Portugal vem, nos últimos anos, procurando desenvolver
e aproveitar o potencial geográfico existente na região da Ilha dos Açores e
também se inserir nesse mercado de acesso ao espaço.
Portanto, o objetivo é compartilhar algumas
experiências, inclusive possibilidades de aproveitamento, de inserção, dos dois
países nesse nicho de mercado, principalmente de pequenos satélites,
lançamentos dedicados e para órbita baixa da Terra.
CT: Em que tipos de missões e com quais objetivos
os foguetes sonda e outros sistemas lançadores, desenvolvidos por meio dos
acordos, devem ser usados? Podemos esperar que tipos de
lançamentos espaciais em Alcântara daqui em diante?
Nós temos alguns mercados interessantes nessa classe
de lançamentos. Há experimentos em ambiente de microgravidade, onde
existem possibilidades de atendimento a alguns setores econômicos, como
desenvolvimento de de ligas metálicas, desenvolvimento de fármacos, alguns
experimentos biológicos, então já é um um tipo de atividade que existe há
alguns anos.
O caso de Alcântara é muito favorável a isso, até
porque o Brasil completou no ano passado o seu ciclo de desenvolvimento de
veículo e de para experimentos suborbitais. Então nós temos um conjunto
completo de infraestrutura de solo, de veículo lançador e plataforma que
carrega carga útil que pode atender esse nicho interessante de mercado.
Portugal também pretende atuar nesse mercado, e por
conta de estar no ambiente europeu pode certamente aproveitar uma boa parte do
que existe de interesse, seja governamental ou privado, nesse setor.
Com respeito ao lançamento de pequenos satélites ou de
nanossatélites, trata-se do mercado que mais cresce recentemente e há falta de
lançadores dedicados a isso, principalmente para missões mais específicas, em
que você tem o pequeno satélite como a carga útil principal, podendo ser levada
para óbitos muito específicas em tempos muito bem determinados. Então há um
espaço de interesse comum entre o Brasil e Portugal nesse nicho de mercado.
Alcântara, pela tradição que já tem de décadas de
serviço, inclusive confirmada recentemente com o primeiro
lançamento privado internacional a partir de Alcântara, nós temos como
puxar a fila e nos estabelecermos nesse mercado, e compartilhar com Portugal
experiências ou missões que possam ser de interesse mútuo.
O Canaltech Entrevista "O Presidente senhor Mister-M da Alegria Espacial Brasileira - AEB", Sobre o Tal 'MoU' Assinado Recentemente Com Portugal.
ResponderExcluirSó para inglês ver, enfim...