Três Novos Telescópios do ESO Que Já Entraram em Operação, Terão Agora a Missão de Encontrar as Colisões Mais Poderosas do Universo
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue agora uma notícia publicada ontem (18/05)
no site ‘Canaltech’, destacando que o
‘Observatório Europeu do Sul (ESO)’
anunciou o início das observações de três
novos telescópios, que terão agora a missão de encontrar as fontes das ondas gravitacionais. Saibam mais sobre
esta história pela matéria abaixo.
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Estes Telescópios Vão Encontrar as Colisões Mais Poderosas do Universo
Por Daniele Cavalcante
Editado por Patricia Gnipper
18 de Maio de 2023 às 15h52
Fonte: ESO
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Foto: ESO
O Observatório Europeu do Sul (ESO) anunciou o início das
observações de três novos telescópios, com a missão de encontrar as fontes das ondas
gravitacionais. Eles vão observar na luz visível os eventos cataclísmicos
detectáveis apenas por meio de ondulações no espaço-tempo, que dificilmente
mostram onde esses eventos ocorreram.
Em 2017, os astrônomos “viram” pela primeira vez a colisão
entre duas estrelas
de nêutrons. Isso só foi possível devido às ondas gravitacionais,
ondulações que viajam no espaço-tempo após um impacto entre objetos massivos no
universo.
Na ocasião, os detectores de ondas gravitacionais puderam
identificar precisamente onde estavam as estrelas que colidiram: a galáxia NGC
4993, a 130 milhões de anos-luz da Terra. Entretanto, mesmo os instrumentos
LIGO, Virgo e KAGRA, os mais sensíveis atualmente, não conseguem revelar as
localizações de outros eventos semelhantes com muita frequência.
Para cobrir essa limitação, os pesquisadores agora contam
com o BlackGEM, um conjunto de três telescópios de luz visível no Observatório
de La Silla do ESO, no Chile. As excelentes condições de observação do céu
nessa região favorecem a missão, mesmo com espelhos de apenas 65 cm.
A tarefa do BlackGEM será bem simples: apontar suas
lentes para as regiões onde o LIGO, Virgo e KAGRA detectarem ondas
gravitacionais. Esses detectores ainda conseguem restringir a região a ser
observada, ou seja, eles informam onde mais ou menos a colisão
de estrelas de nêutrons aconteceu.
Com esses dados, o BlackGEM vai procurar o novo objeto,
isto é, o resultado da fusão que causou as ondas gravitacionais. Em seguida, os
astrônomos vão apontar telescópios mais potentes, como o Very Large Telescope
(também do ESO) para observações detalhadas desses eventos.
Colisões de Estrelas de Nêutrons
(Imagem: Reprodução/NASA/Swift/Dana Berry)
O choque entre estrelas de nêutrons produz algo chamado
kilonova, um dos eventos mais poderosos do universo e responsável pela produção
de elementos
pesados, como ouro e platina. O impacto detectado em 2017, por exemplo, produziu
mais de 100 Terras em metais preciosos sólidos e puros. Kilonovas também
acontecem com as colisões envolvendo buracos negros.
Assim, o material espalhado pela kilonova viaja pelo
cosmos até se misturar em alguma nuvem densa de gás e poeira que,
eventualmente, formará uma protoestrela. Os modelos atuais de evolução do
universo mostram que foi
graças a essas explosões que esses elementos estão presentes na Terra.
Com a “parceria” entre os detectores de ondas
gravitacionais e o BlackGEM, os astrônomos vão desvendar detalhes importantes
desses processos, preenchendo algumas lacunas que faltam nos modelos
cosmológicos.
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