Anúncio De Que "Deixamos" o Sist. Solar Pode Ocorrer no Rio
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (01/07) no “Portal
TERRA” destacando que o anúncio de que 'deixamos' o Sistema Solar poderá ocorrer
em evento no Rio de Janeiro.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Anúncio De Que "Deixamos" o Sistema
Solar Pode Ocorrer no Rio
Expectativa é de que seja anunciado o rompimento, pela 1ª
vez,
da fronteira do Sistema Solar por objeto criado pelo homem.
Com presença de Nobel, evento terá estudos que podem
dar mais pistas sobre formação do universo.
Deutsche Welle
Portal Terra
01 de Julho de 2013 - 18h44
Atualizado às 18h46
Foto: /NASA/JPL-Caltech / Reuters
Ilustração mostra a sonda Voyager 1, da NASA |
Pela primeira vez na história, um objeto feito pelo homem
vai romper a fronteira do Sistema Solar: a nave Voyager, lançada em 1977, já
pode ter ultrapassado a zona de influência do campo magnético do Sol. E a
expectativa é que esse anúncio, um novo marco para a ciência, seja feito nesta
semana no Rio de Janeiro.
A cidade está recebendo cerca de mil pesquisadores da
área de física de partículas, um campo muito específico da ciência, para um dos
mais importantes encontros da área, a Conferência Internacional de Raios
Cósmicos (ICRC), que pela primeira vez ocorre na América do Sul. Além desse
anúncio, também são esperados os mais recentes resultados na pesquisa com
neutrinos, partículas de energia que transitam milhões de quilômetros pelo
universo.
A presença desses neutrinos, partículas que atravessam
praticamente qualquer coisa, só foi confirmada com a montagem de um equipamento
gigantesco enterrado no solo antártico. O chamado IceCube, cubo de gelo, em
português, é um projeto internacional colaborativo que custou US$ 270
milhões.
São mais de 5 mil sensores esféricos de luz, ligados por
cabo, formando 86 colares verticais sob o gelo do polo sul, a cerca de 1,5
quilômetro de profundidade. Essa espécie de cubo filamentoso consegue medir a
energia dos neutrinos que a atravessam, descartar as incontáveis partículas que
chegam a partir do Sol, e medir a energia daquelas que podem ter origem em
estrelas de outros sistemas.
Aliás, se outras estrelas enviam partículas que chegam à
Terra, chegou a hora de serem estudadas mais de perto. A Voyager vai ser o
primeiro equipamento terrestre a medir o valor do campo magnético das estrelas
mais próximas ao Sistema Solar ao entrar no espaço profundo. Isso porque, o
campo magnético solar – a heliosfera – funciona como um escudo que protege os
planetas do sistema do bombardeio de partículas cósmicas ultraenergéticas. Sem
essa influência, a nave poderá captar dados completamente novos.
Um dos coordenadores da conferência, o pesquisador Ronald
Cintra Shellard, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, lembra que a nave
está em operação há 36 anos, com sistemas de computador da década de 70. Ela
voa movida a baterias de plutônio, em uma região em que o Sol não passa de um
ponto de luz no céu e onde os painéis fotovoltaicos não têm qualquer serventia.
Após percorrer cerca de 19 bilhões de quilômetros – quase
125 vezes a distância da Terra ao Sol – é difícil precisar se a nave já
atravessou essa fronteira ou se navega pela zona limítrofe. A certeza quanto à
posição e aos resultados mais recentes dessa viagem sem volta serão
apresentados no Rio pelo pesquisador Ed Stone, do Instituto de Tecnologia da
Califórnia (Caltech), que dedicou sua vida a acompanhar a jornada da Voayager.
Física no Dia a Dia
Se as aplicações imediatas desse tipo de pesquisa podem
parecer distantes, Shellard explica que a história da física quase sempre foi
assim. "Quando você está buscando coisas para as quais você não tem
instrumentos, precisa desenvolver novos equipamentos para medir, para observar,
para verificar. Precisa desenvolver tecnologias e elas sempre têm impactos que
são completamente inesperados", explica. Ele cita a descoberta do laser
como exemplo. "No começo, ninguém sabia para que serviria", compara.
Outra descoberta que garantiu efeitos muito práticos
envolveu o trabalho de brasileiros no Observatório Pierre Auger, na Argentina.
No centro de pesquisa, um dos berços da física brasileira de partículas desde a
década de 50, uma espécie de plástico era usada para refletir a radiação de
partículas cósmicas em um tanque de 12 toneladas de água. O material era
importado dos Estados Unidos, e os pesquisadores buscavam um fornecedor no
Brasil.
Em parceria com químicos, identificaram que o material
absorvia luz e tinha sua refletividade melhorada com a adição de sulfato de
bário. Na prática, o resultado não atingiu os níveis desejados para a
substituição das peças importadas, mas a empresa que fez a pesquisa acabou
adotando a nova mistura para colocar no mercado lonas para caminhões e toldos
mais resistentes ao Sol.
O Maior Enigma do Universo
"Trabalhar com ciência mexe sempre com essa coisa da
curiosidade humana", avalia Shellard. Por isso mesmo, outros assuntos da
agenda da conferência devem despertar a curiosidade até mesmo de quem não faz
parte dessa comunidade tão específica.
Outro desses momentos deve ser a apresentação do físico
Samuel Ting, prêmio Nobel de física em 1976. Ele lidera as pesquisas com o
Espectrômetro Magnético Alfa (MAS, na sigal em inglês), um equipamento de US$ 2
bilhões instalado a bordo da Estação Espacial Internacional e que promete dar
pistas na solução de um dos maiores enigmas do universo: a matéria escura.
O AMS já mediu bilhões de núcleos atômicos e partículas e
pode ajudar a ampliar as fronteiras, uma vez que apenas 5% do universo têm sua
constituição conhecida. Os físicos dividem os outros 95% em matéria escura
(25%) e energia escura (70%). "Mesmo que os resultados não sejam
conclusivos, a concepção do equipamento em si já é de um engenho tecnológico fantástico",
enfatiza Shellard. Esta vai ser a primeira vez que o tema será tratado dentro
da programação da ICRC.
Para englobar essas novas especificidades, um novo
subtítulo foi adotado este ano: A Conferência da Física e de Astropartículas. A
programação começa nesta terça-feira e segue até o dia 9 de junho com cerca de
300 palestras, apresentações de trabalhos, além da entrega de prêmios para
pesquisas de destaque no campo das partículas. As atividades serão no Centro de
Convenções Sul América, no Rio de Janeiro.
Fonte: Portal Terra -01/07/2013 -
http://noticias.terra.com.br/
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