Operação Astrolábio: Data de Lançamento Prevista é Divulgada Pelo Presidente da AEB
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (09/12) no
site “UOL Tilt”, tendo como destaque
mais informações sobre a ‘Operação Astrolábio’, inclusive com a data prevista para
o lançamento do Foguete Sul-coreano desta operação.
Brazilian Space
Astronomia
Por Que Foguete Sul-Coreano é Crucial Para Base de
Lançamento Brasileira
Por Abinoan Santiago
Colaboração para Tilt, em Florianópolis
09/12/2022 - 04h00
Atualizada em 09/12/2022 - 11h04
Fonte: Site UOL Tilt - https://www.uol.com.br/tilt
Imagem: FAB/Divulgação
Inaugurado em 1º de março de 1983, o CLA (Centro de
Lançamento de Alcântara), no Maranhão, terá pela primeira vez a decolagem de um
foguete de uma empresa privada, o que colocará à prova o potencial da base
brasileira para lançamentos espaciais.
Será o HANBIT-TLV, da startup sul-coreana Innospace, um
pequeno lançador de satélites com 16,5 metros de altura e 8,4 toneladas. A
Tilt, o presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Carlos Moura, revelou
que a expectativa para o lançamento é de que ele ocorra entre 16 e 19 de
dezembro.
O processo depende ainda de uma definição de questões
logísticas, acrescentou. "Nós só poderemos ter essa confirmação melhor
daqui a alguns dias. O que esperamos é que o lançamento ocorra provavelmente 1h
da madrugada.
O foguete chegou ao Brasil em 3 de dezembro, no aeroporto
de São Luís, recepcionado por dezenas de pessoas no Aeroporto Internacional
Marechal Cunha Machado. Na sequência, ele seguiu para Alcântara, a cerca de 30
km da capital maranhense — o percurso durou 40 horas entre trajeto fluvial e
terrestre.
O lançamento acontecerá apenas três meses após o acordo
assinado com a FAB (Força Aérea Brasileira), em 29 de setembro.
Segundo Moura, o voo previsto "é de teste" para
verificar o desempenho do motor do HANBIT-TLV. O foguete não vai ultrapassar
100 km de altitude, não entrando em órbita (ou seja, será na categoria
suborbital).
O contrato assinado entre os sul-coreanos e brasileiros
tem duração de 5 anos e prevê que a partir de 2023 outros foguetes partam de
Alcântara, com percurso orbital maior e configurações evoluídas do foguete, para
colocar satélites no espaço.
Como é o Foguete
O principal diferencial é o motor, que será testado pela
primeira vez. Desenvolvido e patenteado pela Innospace, ele é alimentado por
uma bomba elétrica, sendo considerado híbrido, pois além de propulsores à base
de oxigênio, ainda tem mistura de parafinas, "o que proporciona composição
química estável, fabricação mais rápida e de menor custo".
Veja abaixo um vídeo do teste do motor em solo.
O foguete levará uma carga útil, chamada de SISNAV
(Sistema de Navegação Inercial), desenvolvida pelos militares e profissionais
civis do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço).
A FAB afirma que o SISNAV é "um experimento
tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que
permitirá ao Brasil um grande passo em direção à independência no
desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos".
Em seu site, a Innospace afirma que Alcântara faz parte
de uma meta de ter bases de lançamentos em todos os continentes. No caso do
CLA, a demanda irá atender países da América do Sul.
"[Em Alcântara] não há tráfego marítimo e aéreo, e é
considerado um dos melhores locais para lançamentos de foguetes espaciais por
ser vantajoso para segurança e proteção por estar fora de áreas residenciais",
afirma a companhia.
A construção do foguete foi de responsabilidade da
sul-coreana Innospace. Não há tecnologia brasileira nele, mas o lançamento
depende de uma ação coordenada entre a FAB e o CLA.
"O papel da FAB e CLA é muito similar ao de um
aeroporto. Eles proveem toda a infraestrutura de solo, os apoios logísticos e
depois, para o lançamento, o sistema de rastreio, de terminação de voo e o
acompanhamento de toda essa missão, depois que o foguete já estiver voando",
explica Moura.
"Cabe à empresa as operações específicas com o
foguete e depois com a análise dos dados", completa.
Questionado sobre os custos disso ao Brasil, o presidente
da AEB diz apenas esta não é ainda uma operação de caráter comercial. "Ela
se enquadrou como uma cooperação internacional. Então, a empresa tem a
oportunidade de usufruir dos serviços de apoio de lançamento oferecidos pelo
espaçoporto de Alcântara."
Fatia do Milionária do Mercado Espacial
O Centro de Lançamento de Alcântara é tratado com
potencial no mercado espacial devido à sua proximidade de apenas 17 minutos da
Linha do Equador, fazendo com que os voos partindo de lá cheguem mais rápido ao
espaço, resultando em economia de combustível, um dos principais gastos para
essa operação.
Para Carlos Moura, da AEB, o lançamento do foguete
sul-coreano pode colocar o Brasil na rota de países usados para decolagem de
voos aeroespaciais. Dos 50 lançamentos feitos por Alcântara desde sua
inauguração, nenhum foi de empresa privada.
O último lançamento, por exemplo, aconteceu em 23 de
outubro, com o VSB-30, produzido pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço).
O voo se deu às 14h20, atingido o seu apogeu com 4 minutos e 1 segundo, com
altitude de 227 km.
Imagem: Divulgação/AGS Logistic.
“Aquilo que era anunciado como uma oportunidade, ou uma
possibilidade, de Alcântara servir a empresas que tivessem interesse em lançar
do Brasil, agora se transformou numa realidade.
Carlos Moura, presidente da AEB”
De acordo com Moura, se o país virar "point" de
lançamentos de foguetes por empresas, "é só uma questão de tempo para que
elas possam começar a estabelecer bases produtivas no Brasil".
A expectativa do grupo de consultoria EuroConsult é de
que até 2030 quase 14 mil satélites comerciais sejam lançados de bases ao redor
do mundo. "O Brasil quer uma fatia desse mercado milionário", conclui
Moura.
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