A Plataforma PHiLO, Um Projeto de Acesso ao Espaço Orbital Para o CLBI
Olá leitor
Com a proximidade da realização da “1ª Escola Brasileira
em Propulsão Hipersônica Aspirada” (veja aqui), a ser realizada em Natal-RN, de
13 a 17 Maio desse ano, me lembrei de um
interessante projeto que desde que soube de sua existência me despertou grande curiosidade.
Um dos frutos de um acordo tripartite envolvendo o “Instituto
de Estudos Avançados (IEAv)”, o “Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
(CLBI)” e a “Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)”, o projeto em questão
‘creio eu’ faça parte de uma iniciativa visionaria (de vanguarda) e estratégica
do Comando da Aeronáutica (COMAER) visando transformar o estado do Rio Grande
do Norte num novo Polo Aeroespacial de Desenvolvimento em ‘Propulsão Hipersônica
Aspirada’, dando assim, um destino funcional ao CLBI, já que o CLA caminha pra
ser transformado num Centro Espacial estritamente comercial e exclusivamente para
foguetes de propulsão solida e liquida.
Entretanto leitor, o projeto em questão, ou seja ,o ‘Projeto
PHiLO (Plataforma de Lançamento Orbital)’ teve até então muito pouca divulgação
na mídia, e não se conseguia sequer qualquer informação sobre sua configuração ou
como essa plataforma iria ser usada para lançamentos orbitais.
Bom leitor, diante disso e do anuncio da presença do
Ministro Marcos Pontes neste evento hipersônico em Natal, por vias das dúvidas
(afinal o ministro talvez não tenha ainda conhecimento desta iniciativa), resolvi
então voltar a fuçar na net em busca de novas informações sobre este curioso ‘Projeto
PHiLO’, foi quando então dessa vez acabei encontrando um paper em arquivo pdf intitulado:
“PD&I Aeroespacial: Analise da Implementação de Uma Plataforma Hipersônica de Lançamento Orbital, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno”, paper
este que foi apresentado durante o ‘9th
Innovation Dialogues to Accelerate industry Application (9th ISTI)’, evento
realizado de 19 a 21/09 de 2018, em Aracajú-SE.
Pois então amigo leitor, segundo este paper, o Projeto
PHiLO consistirá na construção de uma estrutura de concreto no CLBI que abrigará
um Acelerador Hipersônico (AH) que lançará cargas úteis e nanossatélites ao espaço,
permitindo também a realização do voo atmosférico de um modelo (veículo) de 100
mm de diâmetro. Vale dizer que o aumento do diâmetro do modelo permitirá maior
disponibilidade para o transporte de carga útil e melhor acomodação da
eletrônica embarcada.
Também faz parte do Projeto a transferência do atual AH,
inclusive com um laboratório certificado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES), do IEAv para a UFRN (a ser instalado no
CLBI), visando à formação dos futuros profissionais que trabalharão para o
desenvolvimento do setor hipersônico brasileiro Certamente no futuro, a PHiLO
permitirá construir um outro acelerador com capacidade para lançamentos de
veículos com maior diâmetro, permitindo maior disponibilidade para transporte
de carga útil e melhor acomodação de eletrônica embarcada
Complementando caro leitor, vale lembrar que o Brasil vem
atuando no desenvolvimento da tecnologia do Acelerador Hipersônico (AH) desde a
década de 1990, com o projeto e construção de uma unidade no IEAv, em São José
dos Campos/SP. Ao longo desses anos, foram feitas modificações e ampliações até
chegar à atual estrutura laboratorial, ou seja, um Acelerador de 45 m de
comprimento, que é capaz de acelerar um veículo de 0,16 kg e de 47 mm de
diâmetro a uma velocidade de 3.300 m/s, dito de outra forma, na saída do
acelerador, é atingida a velocidade de Mach 10. Por se tratar de um
laboratório, ao sair do Acelerador Hipersônico, o modelo realiza um voo
confinado, no interior de um tanque de aço (tanque de recuperação), e incide no
absorvedor de impacto, que o desacelera.
Pois então Ministro Pontes, tá ai mais um opção tecnológica
para obtermos a nossa autossuficiência espacial
no que diz respeito ao acesso ao espaço por nossos próprios meios, uma
tecnologia viável e que se tiver recursos, boa gestão e cobrança por resultados, nos dará uma outra opção tecnológica trazendo também grande desenvolvimento ao estado
do Rio Grande do Norte.
Duda Falcão
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