Procura Por Supertelescópio é Intensa e Só 10% das Pesquisas São Aceitas
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (13/11) no “Portal
TERRA” destacando que procura por supertelescópio é intensa e só 10% das
pesquisas são aceitas.
Duda Falcão
ESPAÇO
Procura Por Supertelescópio é Intensa
e Só 10% das
Pesquisas São Aceitas
Matheus Pessel
Direto de San Pedro de
Atacama
13 de Novembro de 2013 - 09h00
Atualizado às 09h25
Foto: Matheus Pessel / Terra
Com nove antenas, o Alma já era considerado o melhor telescópio no registro de ondas milimétricas e submilimétricas. Quando estiver pronto, ele terá 66 antenas em funcionamento. |
A 5 mil metros de altitude, o telescópio Alma é único no
mundo. O segundo experimento científico mais caro
na superfície do planeta (custou US$ 1,4 bilhão, atrás apenas do LHC) tem a
maior capacidade em registrar o espectro eletromagnético de ondas milimétricas
e submilimétricas – como nunca foi possível antes. Esse poder levou a uma
animação dos astrônomos que querem trabalhar nessa área e superlotou a caixa de
correio do telescópio: de cada 10 experimentos propostos ao telescópio, somente
um pode ser aceito. Para os outros, não há tempo disponível.
"O Alma é, desde que teve a antena número nove
operacional, o melhor telescópio em milimétrico e submilimétrico do mundo. O
mais poderoso. Tem uma área coletora de fótons maior do que qualquer telescópio
que existe. Segundo, por causa do lugar onde está. O Alma está em um lugar onde
a atmosfera é super transparente para esse comprimento de onda. Não há nenhuma
interferência porque não há vapor de água. Agora estamos observando com 32
antenas", diz ao Terra Gianni
Marconi, astrônomo do Alma. Quando estiver completo, o observatório terá 66
antenas operacionais.
"Há um fator de 'overbooking'. Como todo projeto de
astronomia, no início a pressão é altíssima, porque todos querem fazer o
primeiro descobrimento. Quando se começa a observar com uma máquina assim, no
primeiro ano se tem o melhor que se pode descobrir, porque são coisas que nunca
foram investigadas antes", diz Marconi.
"Começamos com cerca de 1 mil, 1,1 mil propostas da
comunidade internacional. Foram escolhidas 10% dessas propostas", afirma
Pierre Cox, diretor do Alma.
Alma pode descobrir fenômenos que não se pensava
possíveis.
Um Grande Projeto Colaborativo
Nos dias atuais, para um projeto desse tamanho, é
necessário uma grande colaboração internacional. No caso do Alma, as partes são
divididas quase igualmente, tendo como maior participante o Observatório
Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), com cerca de 37%. As demais partes
estão com América do Norte (com Estados e Canadá) e Leste Asiático (Japão e
Taiwan).
"Se você considerar a colaboração entre América do
Norte e Europa, é o primeiro caso de um grande projeto em que as
contribuições eram iguais, metade a metade. Até que o Leste Asiático entrou.
Então é um projeto realmente global", diz Cox.
Para Marconi, a união entre países é necessária para
projetos desse tamanho. Isso não significa que a ciência tem menos dinheiro do
que no passado, mas que os projetos são mais ambiciosos hoje em dia. "Esse
projeto não era possível fazer no passado por questões tecnológicas. Agora,
para fazer esse tipo de projeto, que custa muito mais do que se podia fazer
antes, é necessário encontrar recurso. E isso só é possível com um grupo de
países."
Foto: Matheus Pessel / Terra
"Se você olhar o
resultado, a construção foi feita no tempo previsto. Eu acho que é um resultado
realmente espetacular. Se você pensar em projetos dessa magnitude – o Alma
custou US$ 1,4 bilhão –, eu acredito que será a maneira que seguiremos no
futuro, com a colaboração", diz Cox.
Desafios
A construção do Alma não foi
nada simples. Transportar antenas gigantes de três continentes para o deserto
mais árido do planeta e colocá-las a 5 mil metros de altitude – o que o
transforma no telescópio mais alto do planeta – exigiu um grande esforço dos
membros do projeto.
"Antes de mais nada,
encontrar um lugar. Isso foi um desafio importante. Tomou muitos anos percorrer
o mundo para encontrar um lugar onde colocar esse telescópio", diz
Marconi. O astrônomo lembra que foi – e ainda é – perigoso trabalhar a uma
grande altitude, onde a quantidade de oxigênio é metade do que há no nível do
mar. Ainda mais quando se lida com maquinaria pesada.
"Trabalhar a essa
altitude é difícil para a natureza humana. É difícil concentrar-se. Há muito
risco. É muito fácil cometer erros. E os erros, a essa altitude, podem ser
fatais", diz Marconi.
"Eu visitei este lugar há muito tempo, antes de o
Alma ser construído. Tudo teve que ser trazido para cá. Tudo teve que ser
construído. Eu acredito que seja o mais complexo telescópio já feito. Tudo
foi construído no Japão, na Europa, na América do Norte e então foi combinado
aqui. É realmente marcante", diz Cox.
Foto: Matheus Pessel / Terra
O jornalista viajou ao Chile a convite do ESO.
Fonte: Portal Terra - 13/11/2013 -
http://noticias.terra.com.br/
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