O VLSR, Fruto de Uma Época de Resultados e Não de Frustrações

Olá leitor

A pedido do Eng. José Miraglia, da empresa Edge Of Space, tendo como objetivo colher (de quem saiba) maiores informações, posto abaixo a foto do foguete VLS-R1, lançado do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) no dia 14/12/1985, durante a realização da “Operação VLS-R”.

Foguete VLS-R1 da "Operação VLS-R" posicionado
na plataforma de lançamento.

Segundo os meus arquivos e informações colhidas no CCEIT do CLBI, a “Operação VLS-R”, teve como objetivo apoiar as equipes do IAE nas atividades de montagem do VLS-R1 e da carga útil, como também executar os trabalhos de plataforma e testes de telemedidas, de transponder e de telecomando.

Além disso, também foram coordenadas atividades necessárias ao resgate do equipamento e serviços de segurança (de voo, de terra e de plataforma), de transporte, de armazenamento e de atendimento médico, tendo também a seu cargo a hospedagem e a alimentação do pessoal envolvido na campanha.

O foguete VLS-R era constituído por dois estágios:

- o primeiro estágio era composto de quatro propulsores interligados e carregados com propelente sólido do tipo composite;

- o segundo estágio não estava carregado.

Vale dizer que o veículo era uma réplica, na escala 1:3,25, do desejado Veículo Lançador de Satélite (VLS-1), que se encontrava na época em desenvolvimento pelo IAE.   A união entre os dois estágios era feita por uma cinta rígida de separação entre a saia dianteira (1º estágio) e o simulador do motor do 2º estágio.   Na extremidade superior do 2º estágio existia a baia de separação que realizava o seu acoplamento com a carga útil, permitindo assim a sua separação.

Veja abaixo mais fotos dessa operação:

Além da operação citada acima, o IAE realizou do CLBI em 01/04/1989 o lançamento do foguete VLS-R2 (veja a foto abaixo), durante a realização da “Operação Bahia”.

Foguete VLS-R2 da "Operação Bahia" posicionado
na plataforma de lançamento.

A “Operação Bahia” tinha como objetivo simular as condições de lançamento e de separação do primeiro estágio do Veículo Lançador de Satélites (VLS), foguete este que se acreditava na época levaria ao espaço o primeiro satélite brasileiro.

Vale dizer que o VLS-R2 era um foguete de dois estágios, medindo 5m de comprimento e pesando perto de uma tonelada. Em outras palavras, como o VLS-R1, o R2 era o protótipo do VLS em escala reduzida. Vale lembrar também que o segundo estágio do foguete estava equipado com um paraquedas, cujo objetivo era a recuperação da carga útil composta por câmeras de filmagem que gravaram as imagens relativas à separação dos estágios do foguete.

Veja abaixo mais fotos da Operação Bahia:

Pois é leitor, essa era uma outra época, onde dificuldades existiam, é verdade, mas eram ainda toleráveis e onde resultados eram apresentados, diferente de hoje, onde temos no poder uma populista inconsequente e irresponsável.

O leitor que tiver maiores informações sobre essas duas operações com os foguetes VLS-R, por gentileza traga para nós postando sua informação nos comentários. O Eng. José Miraglia agradece, como também o Blog BRAZILIAN SPACE.

Duda Falcão

Fonte: Com informações de nossos arquivos e do “Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas da Barreira do Inferno (CCEIT)”