Brasil Tem Papel-Chave na Construção do Maior Olho da Humanidade
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (13/11) no “Portal
TERRA” destacando que o Brasil tem papel-chave na construção do maior olho da
humanidade.
Duda Falcão
ESPAÇO
Brasil Tem Papel-Chave na Construção
do Maior Olho da Humanidade
Matheus Pessel
Direto de Cerro Paranal
13 de Novembro de 2013 - 08h30
Atualizado às 09h42
Foto: ESO/L.
Calçada / Divulgação
O E-ELT será o maior telescópio óptico e infravermelho
próximo. |
Hoje, o ser
humano tem a capacidade de olhar longe e com grande qualidade no céu.
Telescópios como o Hubble, o Newton e o Fermi em órbita, e o VLT e o Gemini no
chão levaram a descobertas antes impossíveis para os astrônomos. Mas uma nova
geração vêm aí e promete expandir os limites dessa área da ciência. E o Brasil,
ao contrário de todos os observatórios mencionados antes, pode ser um pilar
dessa nova fase.
Projetado para
ter um espelho de 42 metros, o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT,
na sigla em inglês) pode ter, apesar do nome, sangue sul-americano. Ele será
construído na árida região do Atacama, no Chile, considerada a melhor do
planeta para a astronomia. O observatório teria capacidade para registrar
os espectros óptico e infravermelho próximo da luz muito superior aos
telescópios atuais. E a construção, que deve custar em torno de 1 bilhão
de euros, está esperançosa com a possível aprovação no Congresso de um acordo
que faria do Brasil um dos membros do Observatório Europeu do Sul (ESO) e que
custaria ao País R$ 1,1 bilhão.
"Requer um
significante aporte de dinheiro para construí-lo e muito virá de contribuições
extras de todos os países-membros e também de contribuições anuais transferidas
do Brasil", diz Tim de Zeeuw, diretor-geral do ESO, se referindo ao valor
do acordo a ser pago pelo País. Zeeuw diz que o telescópio sairá mesmo que o
Congresso não aprove o texto, mas pode levar mais tempo que o esperado.
O diretor-geral
afirma que a entrada do Brasil no ESO não pode ser vista como uma questão financeira,
e sim como uma parceria científica e tecnológica. “O ESO quer trabalhar com a
vibrante e fortemente crescente comunidade astronômica do Brasil, que já é bem
conectada internacionalmente. Queremos também conectar com a indústria
brasileira, em especial a de alta tecnologia, para nos ajudar a construir.”
Foto: Matheus
Pessel / Terra
O Cerro Armazones, no Chile, terá o topo explodido |
E o consórcio
internacional não deve esperar o Brasil. Em breve, o topo de Cerro Armazones
será explodido para que tenha espaço para abrigar o E-ELT. Atualmente, o local
abriga apenas um pequeno telescópio, que mede a “turbulência” da atmosfera, que
interfere na qualidade das imagens, e uma estação meteorológica para garantir a
segunda grande qualidade do Atacama: a falta de nuvens – são cerca de 320
noites de céu claro por ano.
Foto: Matheus
Pessel / Terra
Atualmente, no local há apenas um |
Para o
diretor-geral do ESO, a capacidade tecnológica brasileira a capacita também
para participar do projeto. “Vocês atualmente constroem os próprios aviões.
Isso é alta tecnologia. O Brasil atualmente tem instalações para instrumentos
astronômicos que não temos na Europa”, diz, referindo-se ao Laboratório Nacional
de Astrofísica, em Itajubá, que produz instrumentos com fibras ópticas.
“O Brasil, na
hora que assinou o acordo, foi tratado como um país-membro, com a exceção da
componente industrial. Quando há licitação para construção de um componente
novo, para fazer a atualização de um componente que já existe ou para construir
um telescópio novo – por exemplo, o E-ELT, que vai começar a construção no
próximo ano –, a indústria brasileira não pode participar. Ela só pode
participar de uma licitação quando o acordo estiver ratificado pelo Congresso”,
diz Claudio Melo, diretor científico do ESO no Chile.
ESO: indústria brasileira está preparada
para
telescópio de 1 bi de euros
Melo diz que, na área tecnológica, o Brasil já produz
equipamentos para telescópios, mas deve crescer muito ainda. “Ainda está muito longe
do potencial que o País tem. Se você olha as universidades brasileiras, a
capacidade que elas têm de participar de projetos desse porte, existe um
potencial enorme que não é aproveitado. A entrada do Brasil no ESO vai permitir
que essa área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico se incorpore a uma
aplicação prática do desenvolvimento instrumental, que é necessária à
astronomia”.
O jornalista viajou ao Chile a convite do ESO.
Fonte: Portal Terra - 13/11/2013 -
http://noticias.terra.com.br/
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