O ITA Vai Dobrar de Tamanho e Se Modernizar
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (14/11) no site da
revista “EXAME” destacando que o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) irá
dobrar de tamanho e se modernizar.
Duda Falcão
EDUCAÇÃO
O ITA Vai Dobrar
de Tamanho e Se Modernizar
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica, uma das
principais
escolas de engenharia do país, vai entrar numa nova fase.
Para isso, contará com a ajuda do Instituto de Tecnologia
de
Massachusetts (MIT), nada menos que o melhor do mundo na
área.
Daniel Barros,
De EXAME
14/11/2013 - 05:55
André
Lessa/EXAME.com
Laboratório de automação do ITA: um número maior
de alunos terá
acesso a estas instalações.
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São José dos
Campos - A manhã de terça-feira 27 de agosto seria igual a qualquer outra
no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, no
interior de São Paulo, não fosse a disposição dos alunos em não assistir às
aulas. Algo surpreendente, visto que o ITA, uma instituição militar, é
reconhecido por ter alunos dedicados, disciplinados e, sobretudo, brilhantes.
A
relação candidato-vaga de seu vestibular é uma
das mais altas do Brasil e seus formandos são disputados a tapa no mercado.
“Busco sempre contratar gente do ITA”, diz Alberto Carvalho, presidente da
fabricante de bens de consumo Procter&Gamble no Brasil e ex-aluno da
instituição.
“Os
alunos aprendem a lidar com pressão e desenvolvem uma capacidade técnica
impressionante.” Esses alunos pararam para clamar por mudanças. “O pessoal que
foi estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), de Boston, nos Estados
Unidos, pelo Ciência sem Fronteiras, disse que o curso lá era mais estimulante
e tinha mais prática de engenharia do que aqui, embora a qualidade dos alunos
fosse igual”, diz Victor Montalvão, estudante do 3º ano de computação e um dos
líderes do centro acadêmico.
Outra
coisa surpreendente: o reitor Carlos Américo Pacheco faz eco às críticas dos
estudantes. “Há uma desvantagem clara em relação aos melhores cursos de
engenharia do mundo”, afirma Pacheco. “O ITA é uma escola envelhecida.”
Naquela
manhã, ele se reuniu com os alunos para ouvi-los. Os estudantes reclamavam que
não têm flexibilidade na grade de disciplinas e que alguns professores abusam
do poder. No ITA, só no último ano há disciplinas optativas. Não existe, como
em outras universidades,
o sistema de créditos, que permite ao aluno se especializar em áreas de preferência.
Além disso, quando um professor reprova um aluno, ele é desligado da escola.
As
reivindicações dos alunos são simbólicas do momento que o ITA vive — elas
chegam em meio a um processo de mudança que é o mais significativo desde a
fundação, em 1950. No centro da reforma está o objetivo de aumentar o tamanho
da instituição. Hoje, a escola tem 600 alunos de graduação e forma 120
engenheiros por ano. O plano é dobrar esse número.
O
vestibular deste ano já ofereceu 50% mais vagas para a graduação. O número de
alunos de mestrado e doutorado também crescerá, de 1 200 atuais para 1 800 até 2017. Os professores,
hoje 150, serão 300 — o ITA vai contratar mais 60 já no ano que vem. Porém,
mais do que crescer, a instituição precisa se atualizar.
Para ajudar nessa tarefa, Pacheco pretende fechar até o
fim do ano uma parceria com o MIT, considerada a melhor escola do mundo na área
tecnológica. De lá virá a inspiração para mudar o currículo dos seis cursos de
engenharia oferecidos. “Já detectamos diversas oportunidades para melhorar o
ensino no ITA”, diz Jaime Peraire, chefe do departamento de aeronáutica da instituição
americana.
A parceria será uma espécie de retorno às origens: o ITA
teve dois reitores americanos, ex-professores do MIT, na década de 50, quando
foi criado por militares da Força Aérea Brasileira. Na década seguinte, o ITA
forneceu a base de engenheiros que impulsionou a produção de aviões no país,
gerando empresas como a Embraer, fundada como uma
estatal em 1969, também em São José dos Campos.
A parceria com o MIT inclui projetos de pesquisa
conjuntos e um intercâmbio maior de professores e alunos. Assim, a escola
brasileira espera dar uma injeção de qualidade na pós-graduação. A maioria de seus cursos de
mestrado e doutorado tem nota 4 na avaliação do Ministério da Educação, numa
escala que vai até 7.
“Melhorar a pós-graduação vai permitir que os novos
professores sintam que podem desenvolver também uma carreira notável como
pesquisadores”, diz Carlos de Brito Cruz, diretor científico da Fundação
de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo, ele mesmo um ex-aluno do ITA.
“Isso é o que mais atrai professores de alto nível.” O
ITA vai precisar de professores com mentalidade inovadora para atualizar sua
grade de disciplinas. No ano que vem, a escola definirá os detalhes de um
sistema de créditos que permitirá, em 2015, escolher matérias optativas a
partir do 3º ano da graduação — e não mais no último, como é hoje. As áreas de
conhecimento que mais serão contempladas são engenharia de sistemas, de
inovação e de materiais, cursos que não existem hoje no ITA.
No plano, está tudo muito bonito, mas, na prática, a
mudança sofre com os nós do setor público no Brasil. “Com seu processo de
recrutamento, o ITA terá dificuldade de contratar professores com as
características adequadas para tocar a modernização”, diz Silvio Meira, outro
ex-aluno da escola e fundador do polo de inovação Porto Digital, em Recife.
Meira integra a Comissão de Planejamento Estratégico
criada por Pacheco depois que ele virou reitor do ITA, no fim de 2011. O
próprio Pacheco sabe que terá dificuldades para tocar o processo. Ele foi
secretário executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia no governo Fernando
Henrique Cardoso e aprendeu a negociar nos gabinetes de Brasília.
“O perfil político de Pacheco foi decisivo para
conseguir, nos ministérios da Defesa e da Educação, a liberação de 300 milhões
de reais para a construção de quatro prédios”, diz Fernando Sakane, vice-reitor
desde 2003. A própria parceria com o MIT, que vem sendo negociada há mais de um
ano, ainda depende de acertos típicos da burocracia.
A expectativa de Pacheco era que a presidente Dilma
assinasse um documento firmando o pacto na viagem oficial que estava programada
para os Estados Unidos em outubro. O cancelamento da viagem foi um balde de
água fria. Mas isso não vai pará-lo. “O MIT é um estímulo, mas vamos encontrar
caminho próprio”, diz Pacheco. Que caminho, reitor? “Uma escola capaz de
despertar a paixão por estudar e empreender.”
Fonte: Site da Revista EXAME - 14/11/2013 - http://exame.abril.com.br/
Ué.. Nenhuma reclamação e/ou resmungo em relação ao governo?
ResponderExcluirAté achei que tivesse entrado no blog errado...
Olá Rafael!
ExcluirNo Blog Brazilian Space não fazemos reclamação e muito menos resmungo, aqui apresentamos fatos, verdades, que evidentemente não agrada a todos, mas nem mesmo Cristo conseguiu essa façanha.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Rafael, nos acompanhe e vai ver se não muda de opinião.
ExcluirTemos projetos que estão em curso a mais de 30 anos e não sairam ainda do papel. Temos um lançador praticamente pronto que tem sido boicotado para não voar. Veja as condições dos nossos institutos de pesquisa espaciais. Compare quanto recurso passa o governo brasileiro para o nosso programa espacial e depois compare com outros países. Não existe nenhum parcialismo ou birra, pois como falou o Duda são fatos.
FINALMENTE !!! FINALMENTE !!! FINALMENTE !!!
ResponderExcluirAlguém toma uma atitude um pouco mais enérgica contra o estado de coisas atual.
Gostaria de ser o primeiro a parabenizar estes alunos que finalmente saíram da zona de conforto e foram à luta.
Quem sabe agora, outros setores que de alguma forma estejam envolvidos com o PEB sigam o exemplo.
Se ninguém de dentro fizer nada, nada vai mudar. Esperar algo de bom desse "governo" não tem o menor cabimento. Todos já sabem que deles não vem nada de bom.
Ou será que estão esperando algum programa do tipo "Meu foguete minha vida", ou quem sabe um "Bolsa satélite".
Como é que fica? Só os alunos do ITA?
Até rimou...
No "país do futebol", esse é um exemplo bem didático.
ResponderExcluirDesse tipo de governo populista e ignóbil e seus subalternos seja no futebol ou nas altas ciências, não se deve esperar nada de bom.
Tem mesmo é que exigir, até mesmo "bom senso" !!!