Código de C&T Prejudica a Carreira e Fragiliza Institutos Públicos de Pesquisa
Olá leitor!
Segue abaixo o editorial da edição de nº 26 do “Jornal do
SindCT” de novembro de 2013, que destaca que o Código de C&T prejudica a
carreira e fragiliza institutos públicos de pesquisa.
Duda Falcão
Editorial
Código de C&T Prejudica a Carreira
e Fragiliza
Institutos Públicos de Pesquisa
Jornal do SindCT
Edição nº 26
Novembro de 2013
O Fórum das
Entidades Sindicais da Carreira de C&T – Fórum de C&T, o SindCT
congregado, tem sido voz dissonante nas audiências públicas da PEC-290 e do PL
2.177, eixos do “Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”, celebrado
por muitos como a panaceia para os males que afligem a atividade científica no
Brasil.
O Código
cria um “Regime Diferenciado de Contratação”, que contorna as dificuldades da
atual lei de contratações e traz incentivos fiscais à atividade científica
inovadora. Entretanto, prejudica a Carreira de C&T, desestimula a renovação
da força de trabalho dos institutos públicos de pesquisa. Pressionados pela
dinâmica dos projetos, os gestores contratarão através das fundações de apoio,
evitando a eterna luta contra o paredão do Ministério do Planejamento. Enquanto
isso, os institutos seguem perdendo pessoal para a aposentadoria.
O DCTA
perdeu a metade do efetivo desde 1987, encolhendo de 3.409 para 1.709 servidores,
número que cairá para 890 em 2020. O INPE enfrenta ameaça de interrupção da
previsão do tempo e climática porque a Justiça Federal ordenou a demissão de
111 temporários. Neste processo, o Tribunal de Contas da União indica que o
instituto precisaria ter o dobro dos atuais 1.041 servidores para bem conduzir
sua missão. Em 1987 o INPE tinha mais de 1.850 servidores.
Em outras
instituições ecoa a mesma precarização: na pesquisa nuclear 1 em cada 3
servidores já cumpriu os requisitos para aposentadoria, em três anos a metade
estará em condições de se aposentar; até 2020, 2 em cada 3 servidores receberão
abono permanência! O “Código” também quebra o regime de dedicação exclusiva,
ofertando aos pesquisadores oportunidade de melhorar a renda. No entanto, a
dificuldade de negociar aumentos salariais será maior, na medida em que a
carreira continue encolhendo.
Os
adicionais que receberão dos projetos não comporão seus proventos de
aposentadoria. Enfim, o abandono dos institutos criará, em curto prazo, um óbice
também aos resultados potenciais do “Código”. Os projetos não perenizam as
capacidades e o conhecimento, é preciso cuidar da renovação dos quadros, sob
pena de logo se alcançar a total incapacidade de atendimento a qualquer
demanda.
Décadas sem
concursos levarão muitas instituições ao colapso em menos de uma década. Diz-se
que ciência e religião não se misturam. Entretanto, não havendo uma política de
renovação da força de trabalho estabelecida, estando os institutos públicos tão
desprestigiados, parece que só resta mesmo pedir a intercessão de São Judas
Tadeu, patrono do servidor público e também das causas impossíveis, inspiração
no 28 de outubro, Dia do Servidor Público, quando se finalizou a redação deste
editorial.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 26ª - Novembro de 2013
Comentário: Pois é leitor, ta aí a visão dos
sindicalistas sobre esse assunto. O que você que é profissional desse setor
pensa sobre isso? Dê a sua opinião, participe e por gentileza faça da forma
correta e não anonimamente.
Tão vendo o que eu digo?
ResponderExcluirEles falam em "prejudicar a carreira". Que carreira? A dos "servidores" ?
Eu, como sempre trabalhei na iniciativa privada, tive que trabalhar até como PJ, era isso, ou simplesmente não trabalhar. Minha aposentadoria, como não pertenço a nenhuma das castas que por aqui habitam, já seria pífia, com esse período de PJ então, fiquei mais prejudicado ainda. Eu, e alguns milhões de outros trabalhadores. Reparem bem, estou falando de alguns milhões de trabalhadores, e não apenas alguns milhares de "servidores".
Esse tipo de corporativismo é que me dá raiva. Já falei antes e repito. Enquanto não houver uma reforma radical, acabando com esse sistema legalista de administração pública, nada vai mudar. Como isso dificilmente vai ocorrer, não há nenhuma perspectiva boa à frente.
Sinceridade, discordo dessa afirmação de que o DCTA perdeu metade do efetivo. Na verdade, eles não tem efetivo nenhum. Visto que estão todos bem acomodados e muito satisfeitos com a situação atual. Recebendo seus salários no final do mês, sem risco de demissão, de olho numa aposentadoria justa que se aproxima...
Seria aquela máxima de que "time que está ganhando não se mexe"? E quem está ganhando com essa situação? A população em geral, com certeza não é !!!
O corporativismo, não quer trabalhadores terceirizados. Não porque isso seja bom para o país, mas sim porque diminui a quantidade de membros desta ou daquela casta.
É lamentável !!!