AEB Divulga no DOU Dois Estranhos Extratos Relacionados Com o Programa CBERS
Olá
leitor!
O Diário
Oficial da União (DOU) de hoje (18/11) publicou dois estranhos extratos,
sendo o primeiro um “Extrato de Dispensa
de Licitação” e o segundo um “Extrato de Inexigibilidade de Licitação” da “Agência
Espacial Brasileira (AEB)”, o primeiro deles relacionado com o projeto do Satélite CBERS 3 e o segundo
relacionado com os projetos dos Satélites
CBERS-3 e 4. Abaixo segue os extratos como publicados no DOU.
Duda Falcão
AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA
EXTRATO DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
Nº 31/2013 - UASG 203001
Nº Processo: 01350000137201380;
Objeto: Contratação da Chinese Academy of Space Tecnology
para o fornecimento de dos Transponders para uso no satélite CBERS-3;
Total de Itens Licitados: 00001;
Fundamento Legal: Art. 24º, Inciso XIV da Lei nº 8.666 de
21/06/1993;
Justificativa: Porque as condições ofertadas é
manifestamente vantajosas para o Poder Público;
Declaração de Dispensa: em 14/11/2013 - FRANCISCO
CLEODATO PORTO COELHO, Diretor de Planejamento, Orçamento e
Administração-substituto;
Ratificação: em 14/11/2013 - JOSE RAIMUNDO BRAGA COELHO,
Presidente da AEB;
Valor Global: R$ 3.455.815,43;
CNPJ CONTRATADA: Estrangeiro INSTITUTE OF SPACECRAFT
SYSTEM ENGINEERING - ISSE.
(SIDEC - 14/11/2013) 203001-20402-2013NE800001
EXTRATO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Nº 31/2013 - UASG
203001
Nº Processo: 0150000133201300;
Objeto: Contratação de empresa para serviço de fabricação
e teste de módulos de conversores para alimentação elétrica dos DSS do Sistema
DDr e SDC/DI do subsistema MWT do CBERS-3 e 4;
Total de Itens Licitados: 00001;
Fundamento Legal: Art. 25º, Caput da Lei nº 8.666 de
21/06/1993;
Justificativa: Por inviabilidade de competição;
Declaração de Inexigibilidade: em 14/11/2013 - FRANCISCO
CLEODATO PORTO COELHO, Diretor de Planejamento, Orçamento e Administração substituto;
Ratificação: em 14/11/2013 - JOSE RAIMUNDO BRAGA COELHO, Presidente
da AEB;
Valor Global: R$ 933.908,00;
CNPJ CONTRATADA: 88.031.539/0001-59 - AEL SISTEMAS S.A.
(SIDEC -
14/11/2013) 203001-20402-2013NE800001
OBS: Bom leitor, como prometi fui buscar a informação com um de meus contatos, e segundo ele, realmente os extratos são estranhos, principalmente o primeiro que é direcionado unicamente para o satélite CBERS-3. Segundo o que pude apurar os extratos não parecem ser de equipamentos de solo, principalmente o primeiro referente ao que parece ser dois transponders (não está claro se foi erro digitação ou não). Entretanto, apesar de ser estranho, segundo meu contato, o lançamento do CBERS-3 não está ameaçado e deverá ocorrer da Base na China às 11h26 (horário chinês) do dia 09/12.
Fonte: Diário Oficial da União (DOU) - Seção
3 - pág. 13 - 18/11/2013
Comentário:
Bom leitor, como você sabe eu não sou um especialista da área, mas há meu ver
existe algo de muito estranho nesses extratos. Como um satélite que está a
menos de um mês de ser lançado ao espaço pode ter ainda equipamentos a serem
contratados e fabricados? Será que são equipamentos a serem utilizados em solo?
Realmente eu não tenho essa resposta, mas em nome da transparência eu vou
buscá-la.
É não sei se devemos pedir para alguém acender a luz ou se pedir pro motorista para pra gente poder saltar.
ResponderExcluirTá difícil. Não sei se é circo ou manicômio.
Dá pra levar isso a sério?
Acho que deu ruim ai einh. Torce para que não, pois o lançamento do CBERS-3 esse asno será\seria o único feito importante para o PEB. Pelo menos de grande publicidade.
ResponderExcluirSerá que não estão comprando os transponderes da parte chinesa que estão embarcados no satélite? Pra China o CBERS já não tem tanta importância tecnológica, pois já dominam todo o processo.
ResponderExcluirO Brasil comprou os transponders para o CBERS 3.
ResponderExcluirOs conversores dos transponders apresentaram problemas.
Houve reteste e retrabalho nos equipamentos.
O problema continuou.
O Brasil comprou novos transponders da China e instalou no CBERS 3.
Fim da história!
Olá Anônimo!
ExcluirEssa é uma explicação que aparentemente pode ser verdadeira, mas será?
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Quem conhece de perto o que está acontecendo sabe que os conversores foram solicitados á AEL Sistemas, pois os que ela fazia nunca deram problema. Esta empresa trabalha no programa espacial brasileiro há mais de 20 anos. A AEB pediu ajuda a ela para fazer os conversores que deram problemas e a empresa priorizou isso. Ao contrário do que se diz aqui, foi a AEL que salvou o lançamento do CBERS, sem o comprometimento dela nada seria lançado agora.
ExcluirOlá Anônimo!
ExcluirHummmm, sei, só que quando ela começou sua trajetória no PEB ela era chamada de Aeroeletrônica e era uma empresa genuinamente brasileira, o que não acontece hoje, apesar de ter atualmente os mesmos privilégios das empresas brasileiras, inclusive com estranhas vantagens. Nunca, em momento algum falamos nada que envolvesse o nome da AEL Sistemas (nem a favor, nem contra) com o Programa CBERS, nem na operação dessa empresa israelense no Brasil. O que não aceitamos é que essa empresa participe de projetos onde existe competência técnica e conhecimento tecnológico no país, e que a mesma tenha status de empresa brasileira o que não é. Agora quanto as informações passadas, agradecemos.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
A AEL, como disse, foi quem salvou o lançamento do CBERS, entregando o equipamento mesmo antes do pagamento. Todos os 300 funcionários são brasileiros, destes 200 engenheiros, nem a Helibras tem isso. Há um comprometimento muito grande da equipe da empresa. A AEL tem 25% de capital da Embraer, ou seja, não é de toda estrangeira, e foi vendida a Elbit como offset pela modernização dos F-5, a pedido da própria FAB. Naquela época a empresa estava falida, com 60 funcionários e gente especializada sendo demitida a cada final de semana. Você sabia disso? Você sabia que a Equatorial é 100% estrangeira, que toda a tecnologia da Mectron para o sistema de data-link da Força Aérea Brasileira é 100% israelense da Rafael? A Odebrecht só tem tecnologia graças as parcerias estrangeiras. Conheco bem a indústria de defesa e espaço do Brasil, e vejo uma injustiça muito grande com a AEL. Vejo empresas de São José dos Campos mamando ás custas da AEB sem entregar equipamento algum. Tem empresas de SJC que receberam mais de 40 milhões pra PMM e não entregaram um único parafuso. Isso é crime. Recomendo que este respeitável Blog dê uma atenção a isso.
ResponderExcluirCaro Anônimo!
ExcluirComo lhe disse não sou contra a operação da AEL Sistemas no Brasil, sou sim contra a sua atuação em projetos que não existe essa necessidade, como é o caso MMM-1 e também contra seu status de empresa brasileira. O caso da PMM, você está certo, realmente existe algo de muito errado, mas um erro não justifica ou outro. O fato da AEL hoje ter 300 funcionários brasileiros é uma questão de logística operacional, já que não compensaria trazer esse número de funcionários de Israel e nem sei se a legislação brasileira permitiria isso. Quanto a Equatorial, a Optovac, entre outras, o caso é o mesmo, não muda nada. Caro anonimo, parceria estrangeira é uma coisa, controle acionário estrangeiro é outra completamente diferente. Porém reconheço que estais certo em algumas de suas colocações, mas como disse, um erro não justifica outro, e sendo assim, tanto a AEL Sistemas, quanto a Equatorial e outras empresas não brasileiras deveriam estar operando no Brasil nas áreas onde não existe competência do país e mesmo assim em parceria com empresas brasileiras (veja o caso do Tucano nos EUA), e cabe o governo não só organizar isso, como também cobrar resultados. Essa é a nossa visão.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Bom, pelo que entendi então, a AEB está pagando agora por material já recebido.
ResponderExcluirÉ um verdadeiro "Mundo do faz de conta". É impressionante as "voltas" que são necessárias para que um projeto seja efetivamente entregue por essas bandas.
Lamentável.
Caro Marcos!
ExcluirNesse caso aqui esse procedimento é justificável devido a necessidade imediata (emergencial) de se dar uma resposta aos chineses que não ficaram nada contentes com o ocorrido, esse sim um erro injustificável, pois era logisticamente previsível em nossa opinião. Entretanto amigo, você vê o poder da política. Normalmente a China após mais essa cacada da parte brasileiro, encerraria esse programa que não lhe acrescenta tecnologicamente nada, mas devido a interesses políticos (segundo o tal Plano Decenal), não só seguirá com este programa, como também criará outros, o que para o setor espacial Brasileiro é sem dúvida nenhuma muito bom.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
O leitor Anônimo parece ter conhecimento, gostaria que ele participasse mais do blog.
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